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Estado de Minas ECONOMIA

Mercado fecha 8,9 milh�es de vagas


07/08/2020 07:04

Mesmo com as pol�ticas de governo para reter empregos e socorrer as empresas em aperto financeiro na crise da covid-19, o Pa�s extinguiu 8,9 milh�es de vagas do primeiro para o segundo trimestre, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), na primeira edi��o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua) a trazer os impactos completos da pandemia no mercado de trabalho.

Mais da metade das pessoas em idade de trabalhar, ou seja, acima de 14 anos, est� sem emprego. A pandemia levou a um n�mero recorde de pessoas sem ocupa��o ou com jornada abaixo do desejado: falta trabalho para 32 milh�es de brasileiros. Segundo economistas, o quadro ainda vai piorar. A taxa de desemprego - que subiu de 12,2% no primeiro trimestre para 13,3% no segundo trimestre - continuar� crescendo.

O exterm�nio de vagas � verificado na queda de 9,6% na popula��o ocupada na passagem do primeiro para o segundo trimestre, para 83,3 milh�es. Os cortes atingiram especialmente os trabalhadores informais, que tradicionalmente t�m rendimentos mais baixos. De todos os que perderam o trabalho no segundo trimestre, quase 70% atuavam na informalidade.

Foi o caso de Carla Roberta da Costa Couto, de 39 anos, que desde 2016 trabalhava vendendo "quentinhas" na orla de Copacabana, na zona sul do Rio. Desde a recess�o de 2014 a 2016, v�rios pontos da capital fluminense foram tomados por carros, com os porta-malas abertos, vendendo refei��es completas em embalagens para viagem, especialmente na hora do almo�o. Com a pandemia, as ruas esvaziaram, derrubando a atividade.

"Vivo (da demanda) do trabalhador mais carente, que est� na rua todos os dias, fazendo obra, vendendo �gua na praia", afirmou Carla, que ficou quatro meses parada, fora do mercado de trabalho, at� a semana passada. "Antes, vendia 80 quentinhas por dia. Agora, vendo 25", completou a trabalhadora, que mora com a m�e e a filha. A fam�lia tem vivido com a pens�o recebida pela m�e de Carla e com o aux�lio emergencial do governo federal.

A taxa de desemprego n�o subiu ainda mais porque 10,5 milh�es de brasileiros optaram por abandonar a for�a de trabalho - como ocorreu com Carla. Conforme padr�es internacionais, o IBGE s� considera desempregado quem est� sem uma vaga e tomou alguma atitude para conseguir trabalho. Com a pandemia, num primeiro momento, quem perdeu o emprego ficou impedido de procurar uma nova oportunidade.

Recorde

Com isso, a popula��o inativa - que nem trabalha nem procura emprego - alcan�ou o recorde de 77,8 milh�es de pessoas. A for�a de trabalho potencial, que re�ne os inativos que gostariam de trabalhar, tamb�m registrou recorde, com 13,5 milh�es de pessoas. Foi a primeira vez que esse contingente superou o total de desempregados, de 12,8 milh�es. Parte expressiva dos que n�o buscaram emprego apontaram a pandemia como empecilho.

"A pessoa alega que n�o est� procurando trabalho por causa da quarentena da covid-19, porque tem medo de pegar a doen�a, porque o com�rcio est� fechado por causa da pandemia", disse Adriana Beringuy, analista da Coordena��o de Trabalho e Rendimento do IBGE.

N�o fosse a desist�ncia de buscar trabalho, a taxa de desocupa��o teria escalado para 22,8% no segundo trimestre, calculou o Goldman Sachs.

"A volta das pessoas para a for�a de trabalho, por um lado, e a continuidade das demiss�es, por outro, devem continuar pressionando pela piora dessa taxa", afirmou o economista Jo�o Leal, da Rio Bravo Investimentos.

Como consequ�ncia do fechamento de vagas concentrado em ocupa��es que tendem a pagar menos, a renda m�dia dos trabalhadores que permaneceram ocupados cresceu ao maior patamar da s�rie hist�rica, R$ 2.500 por m�s. S� que, com menos gente trabalhando, a massa de sal�rios em circula��o na economia foi desfalcada em mais de R$ 12 bilh�es. (Colaboraram Gregory Prudenciano e Tha�s Barcellos)


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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