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Estado de Minas ECONOMIA

Equipe econ�mica de Guedes sofre duas novas baixas


12/08/2020 07:03

O ministro da Economia, Paulo Guedes, perdeu ontem os dois integrantes da sua equipe que mais tinham a marca da agenda liberal que prometeu implementar na economia brasileira no in�cio do governo.

O empres�rio e um dos fundadores da Localiza, Salim Mattar, e o economista Paulo Uebel pediram demiss�o depois de um ano e meio de dificuldades para implementar no governo as medidas para quais foram convidados a integrar o governo Bolsonaro: as privatiza��es e a reforma administrativa, duas das quatro principais agendas de Guedes, al�m das reformas da Previd�ncia e tribut�ria.

Auxiliares de Guedes reconhecem que esse � um dos momentos mais dif�ceis para ele desde o in�cio do governo e temem que ele tamb�m possa pedir demiss�o.

"Se me perguntarem se houve uma debandada hoje (ontem), houve", disse Guedes a jornalistas, depois de se reunir com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo o ministro, apesar das demiss�es, o governo vai "avan�ar com as reformas". "Nossa rea��o � debandada que ocorreu vai ser avan�ar com as reformas", afirmou.

Segundo Guedes, Mattar saiu porque est� insatisfeito com o ritmo das privatiza��es no governo. "O establishment n�o deixa. N�o avan�amos nas privatiza��es com a mesma velocidade do que na Previd�ncia", disse Guedes.

J� Uebel pediu demiss�o por discordar da estrat�gia do governo federal de deixar parada a reforma administrativa, que faz uma reformula��o do RH do Estado. Guedes disse que o "timing" da reforma, engavetada pelo presidente Jair Bolsonaro por mexer com o funcionalismo p�blico, � "pol�tico".

Com as duas sa�das de ontem, a equipe econ�mica soma agora cinco baixas. Nas �ltimas semanas, Mansueto Almeida j� havia deixado o Tesouro Nacional, Caio Megale deixou a diretoria de programas da Secretaria Especial da Fazenda e Rubem Novaes anunciou que deixar� a presid�ncia do Banco do Brasil.

A queda de Mattar e Uebel, considerados liberais "puro sangue" do governo, foi interpretada com uma derrota da agenda liberal de Guedes em troca da reelei��o do presidente Bolsonaro, que se aproximou de lideran�as pol�ticas contr�rias � reforma administrativa e � venda das estatais.

Conflito

Durante a campanha eleitoral, o conflito do presidente, um pol�tico com vi�s desenvolvimentista, e a agenda liberal do seu superministro Paulo Guedes, o seu "posto Ipiranga", foi previsto por economistas e cientistas pol�ticos. A crise da pandemia de covid-19 acirrou os conflitos entre os dois grupos e antecipou a disputa por conta dos planos da retomada econ�mica, segundo admitem fontes do governo.

Mattar, um dos grandes financiadores do desenvolvimento do movimento liberal no Pa�s, nos �ltimos anos, vinha manifestando desconforto nos bastidores com as resist�ncias em avan�ar nas privatiza��es, entre elas, dos Correios e estatais ligados � �rea de infraestrutura. H� duas semanas, diante de not�cias de que deixaria o governo, chegou a disparar mensagens pelo celular e nas redes sociais que continuava animado com o trabalho em Bras�lia. Ele chegou ao governo com um dos nomes mais festejados da equipe de Guedes.

Com Mattar, nenhuma estatal federal de controle direto que foi privatizada ou liquidada. Pelo contr�rio. O governo Bolsonaro criou uma nova estatal, a NAV, respons�vel pela navega��o a�rea. O Minist�rio da Economia cita como realiza��es na �rea a venda de subsidi�rias por estatais-m�e, como a Petrobr�s, o que � tecnicamente considerado um desinvestimento, cuja decis�o e todo o processo n�o passa pelo governo.

J� o economista Paulo Uebel n�o resistiu ao fracasso da reforma administrativa, que foi engavetada pelo presidente. A gota d��gua foi a not�cia de que o presidente deixaria a sua discuss�o para 2021, no mesmo dia que o Instituto Millenium, do qual foi um dos dirigentes, iniciou a campanha "Destrava" para que ela voltasse � agenda ainda neste segundo semestre.

"Trocaram a agenda liberal pela eleitoral", avaliou o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). Segundo ele, a sa�da dos dois secret�rios � um sinal de que a agenda liberal perdeu for�a.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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