A queda das importa��es em julho foi a causa do saldo positivo de US$ 8,1 bilh�es da balan�a comercial - o maior da s�rie hist�rica -, e n�o as exporta��es, o que elevou o super�vit acumulado no ano para US$ 30 bilh�es, informou nesta sexta-feira, 14, Boletim de Com�rcio Exterior (Icomex) da Funda��o Getulio Vargas (FGV). Entre julho de 2019 e o mesmo m�s deste ano, as importa��es brasileiras ca�ram 35,2%. J� as exporta��es tiveram queda de 2,9%.
A entidade ressaltou que a China foi a principal fonte de contribui��o para o super�vit da balan�a comercial, seja no m�s (US$ 4,5 bilh�es) ou no acumulado do ano at� julho (US$ 21,9 bilh�es). Segundo a FGV, "evitar tens�es com o pa�s China continua na prioridade da pol�tica comercial do Pa�s Brasil", alerta o Icomex.
A FGV destaca que a import�ncia da China na pauta brasileira tem sido crescente e impulsionada pelo aumento do volume exportado de commodities. Ap�s crescer 51,4% entre junho de 2019 e 2020, o volume exportado registrou uma varia��o de 55% na compara��o interanual de julho.
Entre os dez principais produtos exportados pelo Brasil no m�s de julho, a China � o principal mercado para sete deles. Os principais continuam sendo a soja em gr�o, min�rio de ferro e petr�leo - 79% das exporta��es brasileiras para esse mercado. No entanto, t�m crescido as exporta��es de outros produtos como carne bovina (aumento de 160%) e su�na (158%) como mostra a compara��o no acumulado do ano at� julho.
Com a Am�rica do Sul e a Uni�o Europeia, o Brasil registrou saldos positivos de US$ 3,2 bilh�es e US$ 1,6 bilh�o, respectivamente, nos primeiros sete meses de 2020. A balan�a comercial com os Estados Unidos foi superavit�ria no s�timo m�s de 2020, mas n�o o suficiente para reverter o d�ficit acumulado no ano at� julho, de US$ 3,1 bilh�es, informou a FGV.
A participa��o da China, quer seja nas exporta��es ou nas importa��es brasileiras, superou a dos principais parceiros no acumulado do ano at� julho. No caso das exporta��es, a participa��o da China foi de 34,1%, enquanto que Uni�o Europeia, em segundo lugar, registrou porcentual de 13,4%.
Se levar e conta todo continente asi�tico, a �sia passa a responder por quase 50% das exporta��es brasileiras, seguida da Europa (18,7%), Am�rica do Norte (12,6%) e Am�rica Latina (11,2%).
Pauta exportadora
"Esse resultado para a �sia e a China n�o � uma quest�o conjuntural. A ascens�o da participa��o da China iniciada em meados da primeira d�cada dos anos 2000 tem sido cont�nua e acompanhada de um aumento das commodities na pauta exportadora", destacou a FGV.
Os �ndices de pre�os e volume seguiram o mesmo comportamento observado em junho. O volume exportado aumentou (14,2%) na compara��o interanual em julho, mas a queda nos pre�os (15%) levou a redu��o no valor exportado. Nas importa��es, os dois �ndices recuaram e o decl�nio do volume foi de 29,7%.
O efeito das plataformas de petr�leo s� afetou as importa��es totais e a diferen�a ficou abaixo de 2 pontos porcentuais. No acumulado do ano at� julho, por�m, o resultado com ou sem as plataformas n�o pode ser desconsiderado, em especial nas importa��es. Com elas, a redu��o no volume importado aumenta de 4,3% para 7,5%.
O aumento no volume das exporta��es de commodities continua a explicar o desempenho favor�vel das vendas externas. Em julho, o volume do conjunto das principais commodities exportadas pelo Brasil cresceu 33,1% em compara��o com julho de 2019, enquanto o das n�o commodities caiu 11,3%. Essa diferen�a � tamb�m expressiva na compara��o do acumulado do ano, aumento de 15,2% das commodities e recuo de 18,2% das n�o commodities.
"Observa-se que, ao longo do ano de 2020, a compara��o interanual registrou aumento no volume exportado das commodities desde mar�o e queda das n�o commodities desde o in�cio do ano. No entanto, os percentuais de varia��o acima de 30% para as commodities ocorreram nos meses de junho e julho e, embora devam continuar positivos, � esperada uma desacelera��o desse ritmo", explicou a entidade.
Para as n�o commodities, as maiores quedas ocorreram em abril e maio e depois desaceleraram, embora continuem com quedas na ordem dos dois d�gitos.
Quando analisado a pauta de exporta��es ao longo de 2020, observa-se a predomin�ncia constante das commodities. No m�s de julho, os dez principais produtos exportados foram commodities e explicaram 62% da pauta, sendo que soja em gr�o, min�rio de ferro e petr�leo corresponderam a 40% do total exportado.
"Ressalta-se que um �nico produto, a soja em gr�o, contribuiu em 80% para o aumento do valor exportado desses 10 principais produtos. No acumulado do ano, o resultado n�o difere, apenas sai o ouro presente em julho e entra o caf� em gr�o. As incertezas no cen�rio mundial favorecem a venda de ouro n�o monet�rio", informou.
A ind�stria extrativa registrou aumento nas exporta��es de 37,7% entre os meses de julho de 2019 e 2020, o seu melhor resultado no ano, puxado pelo aumento no volume exportado de petr�leo. O volume exportado da ind�stria de transforma��o cresceu 2,5% ap�s meses seguidos de contra��o. No entanto, quando os produtos da ind�stria de transforma��o em commodities e n�o commodities s�o desagregados, mostra que o aumento ficou restrito �s commodities. Na compara��o interanual de julho, o volume exportado das commodities aumentou 29,6% e o das n�o commodities caiu 13,3%,
No acumulado do ano at� julho a agropecu�ria lidera o ranking das varia��es e o volume exportado da ind�stria de transforma��o recua. As importa��es caem para todos os setores em julho na compara��o interanual, exceto para a agropecu�ria.
Os volumes exportados da ind�stria de transforma��o recuaram na compara��o mensal e no acumulado do ano at� julho, exceto os bens n�o dur�veis, onde est�o presentes as commodities dessa ind�stria. O volume exportado de bens n�o dur�veis cresceu 26,1% na compara��o mensal e 18,9%, no acumulado no ano. Observa-se a diferen�a nos bens de capital quando se exclui as plataformas na compara��o dos sete primeiros meses do ano: com plataforma, a queda foi de 42,4%; sem as plataformas, de 32,7%. No ano passado, a forma de registro para fins tribut�rios estimulava opera��es cont�beis de exporta��es das plataformas.
Segundo a FGV, na compara��o mensal e do acumulado no ano, a exclus�o das plataformas deve ser considerada na an�lise do desempenho dos bens de capital. Com as plataformas, o volume importado cai 38,6% (mensal) e aumenta 6,2% (acumulado no ano). Sem as plataformas, as varia��es s�o de quedas de 26,4% (mensal) e de 10,8% (acumulado do ano). No caso do acumulado at� julho, o regime cont�bil favoreceu a internaliza��o das plataformas, antes registradas em domic�lios fiscais fora do pa�s.
"Para a ind�stria, a queda nas importa��es ao longo dos meses sinaliza que a recupera��o do investimento ainda n�o est� no horizonte, o que � confirmado com o recuo nas compras de bens intermedi�rios", avaliou a FGV.
Na agropecu�ria, embora no acumulado do ano as compras de m�quinas tenham decrescido, foi registrado aumento de 14,3% no m�s de julho. Os bons resultados para o setor durante o ano criam um cen�rio de expectativas favor�veis, como mostra o aumento das compras de bens intermedi�rios, explica a entidade.
ECONOMIA