Sobra dinheiro no cr�dito imobili�rio e setor faz oferta para convencer cliente

Em meio �s m�s not�cias que o Pa�s acumula desde o in�cio da pandemia da covid-19, o mercado imobili�rio vive um momento �nico: a capta��o recorde de recursos na poupan�a inundou a principal fonte de financiamento de im�veis para a classe m�dia, e os juros baixos t�m permitido que mais fam�lias tomem cr�dito. O desafio � convencer o consumidor ainda cauteloso a superar as incertezas na economia e investir na casa pr�pria.

Ainda que a demanda por financiamento tenha continuado mesmo na crise, ela est� longe de acompanhar a expans�o do volume de recursos. Por isso, construtoras apostam nas promo��es.

O momento � favor�vel para o cr�dito imobili�rio pelo Sistema Brasileiro de Poupan�a e Empr�stimo (SBPE), principalmente voltado a im�veis de m�dio padr�o - a partir de R$ 240 mil. De janeiro a julho, foram R$ 87,9 bilh�es de capta��o l�quida da poupan�a, recorde desde o Plano Real. No mesmo per�odo de 2019, o resultado ficou negativo em R$ 13 bilh�es, segundo dados do Banco Central e da Associa��o Brasileira das Entidades de Cr�dito Imobili�rio e Poupan�a (Abecip).

Em julho, 54% dos recursos dispon�veis para financiamento vieram da poupan�a. No primeiro semestre, R$ 34,1 bilh�es foram contratados em opera��es para a aquisi��o da casa pr�pria pelo SBPE e R$ 9,2 bilh�es para constru��o, altas de 25% e 11%, respectivamente, ante a primeira metade de 2019. "A poupan�a n�o � o �nico fator que define as perspectivas para o setor, mas sem d�vida ajuda", diz a presidente da Abecip, Cristiane Portella. "Al�m dela, os juros nunca foram t�o baixos."

Desde que as taxas de financiamento come�aram a cair - do patamar de 11%, em 2016, para 7% ao ano - 5 milh�es de novas fam�lias se tornaram eleg�veis para financiar a casa, segundo c�lculo do Banco Inter para o jornal O Estado de S. Paulo. Novos contratos, como os atrelados � infla��o, tamb�m aqueceram a oferta.

"As concess�es de financiamento mostram que houve procura, mesmo nos piores meses da pandemia. H� uma janela para o cr�dito", diz a economista-chefe do banco, Rafaela Vit�ria.

Ap�s crescer 37% em 2019, a expectativa da Abecip para este ano � de um avan�o de 12% no volume de financiamentos. Os juros baixos, com a Selic em 2% ao ano, tamb�m atraem quem se volta para os im�veis como uma op��o de investimento.

Mas se sobram recursos, tamb�m persistem incertezas quanto ao desempenho da economia no segundo semestre. O recorde de funding ocorre muito pela postura cautelosa do brasileiro, e o BC estima que cresceu a poupan�a "por precau��o", em que a fam�lia poupa para fazer um colch�o e atravessar a crise.

A Sondagem da Constru��o, da Funda��o Getulio Vargas (FGV), aponta que a confian�a dos empres�rios do setor subiu em julho, mas a demanda ainda contida de parte dos consumidores � o fator que mais limita a melhoria dos neg�cios. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.