Governo avalia reduzir benefici�rios de aux�lio

A renova��o do aux�lio emergencial para a popula��o de baixa renda poder� ter um impacto adicional de at� R$ 100 bilh�es. Uma das op��es que entrou na mesa � reduzir o p�blico-alvo do aux�lio nas pr�ximas parcelas at� chegar ao n�mero de benefici�rios previstos para o novo Renda Brasil, o futuro programa social do governo que vai substituir o Bolsa Fam�lia.

O presidente Jair Bolsonaro tem ouvido lideran�as pol�ticas e quer bater o martelo sobre os valores e anunciar at� ter�a-feira da semana que vem a prorroga��o do aux�lio. Os estudos est�o sendo feitos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que ter� at� segunda-feira para apresentar os c�lculos das propostas em discuss�o para que Bolsonaro defina as parcelas.

De acordo com uma fonte que acompanha as negocia��es, h� tr�s propostas em discuss�o. Uma alternativa seria a edi��o de um decreto e uma medida provis�ria (MP) para oferecer mais uma parcela de R$ 600 (setembro) e duas de R$ 300 (outubro e novembro). Outra, � a edi��o de uma MP com mais quatro parcelas de R$ 300 (setembro a dezembro). E a terceira via seria reduzir o p�blico-alvo do aux�lio emergencial ao longo das pr�ximas parcelas at� chegar ao n�mero previstos para o Renda Brasil.

Atualmente, o Bolsa Fam�lia atende 14 milh�es de fam�lias. A ideia � que o Renda Brasil contemple cerca de 21 milh�es de fam�lias. Hoje, mais de 66 milh�es de pessoas recebem o aux�lio emergencial de R$ 600, criado como ajuda extra a desempregados, informais e benefici�rios do Bolsa Fam�lia para fazer frente � pandemia.

O governo j� destinou R$ 254,4 bilh�es para o pagamento do aux�lio emergencial, num total de cinco parcelas (de abril a agosto). A despesa mensal do aux�lio est� em R$ 51,5 bilh�es, e todos os gastos do governo para combater a pandemia e seus efeitos est�o sendo bancados com o aumento do endividamento do Pa�s.

Ontem, Bolsonaro afirmou que o governo busca um "meio-termo" entre os R$ 600 pagos atualmente e os R$ 200 defendidos nas �ltimas semanas. "Os R$ 600 pesam muito para a Uni�o. N�o � dinheiro do povo porque n�o est� guardado, � endividamento. E se o Pa�s se endivida demais, acaba perdendo sua credibilidade para o futuro. Ent�o, R$ 600 � muito", declarou Bolsonaro. "O Paulo Guedes ou algu�m falou, na Economia, em R$ 200. Eu acho que � pouco, mas d� para chegar no meio-termo e buscamos que ele (aux�lio) venha a ser prorrogado por mais alguns meses, talvez at� o fim do ano, de modo que n�s consigamos sair desta situa��o, e fazendo com que os empregos formais e informais voltem � normalidade."

Segundo Bolsonaro, o assunto foi tratado em um caf� da manh� ontem com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Pal�cio da Alvorada. O presidente n�o informou se Maia apoia a proposta.

A prorroga��o do aux�lio � uma forma de dar tempo ao Congresso para aprovar o Renda Brasil, programa em estudo para substituir o Bolsa Fam�lia. Como mostrou o Estad�o, a equipe econ�mica quer atrelar esse debate a uma revis�o de gastos sociais considerados ineficientes. (Colaboraram Julia Lindner e Lorenna Rodrigues)

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.