A safra de empreendimentos imobili�rios que chega ao mercado at� o fim deste ano j� embute altera��es nos projetos para atender os gostos dos consumidores que passaram muito mais tempo em casa por causa do coronav�rus. Com a pandemia, a procura � por resid�ncias maiores, que tenham espa�os para coworking, dep�sito de com�rcio eletr�nico e em regi�es mais sossegadas.
A incorporadora Mitre est� ampliando em 10 m� parte dos seus empreendimentos de dois e tr�s quartos destinados a fam�lias com filhos. "O apartamento de 80 m� foi para 90 m� e o de 90 m� foi para 100 m�. Esse aumento serve para se montar uma ilha de trabalho ou ampliar o espa�o de cozinha. Ajuda tamb�m quem trabalha em casa ou quem est� cozinhando mais, por exemplo", disse o diretor de rela��es com investidores da companhia, Rodrigo Cagali.
Os novos projetos da Mitre tamb�m ter�o um redesenho para ampliar as �reas dos condom�nios onde s�o guardadas as entregas do com�rcio eletr�nico. A incorporadora estuda, inclusive, a ado��o de arm�rios t�rmicos para acondicionar melhor os itens aliment�cios, cujas vendas online t�m crescido bastante.
J� a Trisul, na retomada dos lan�amentos ap�s a quarentena, priorizou os empreendimentos com tr�s dormit�rios, acima de 100 m�. "O produto de �rea maior tem sido mais demandado. As pessoas est�o pedindo mais conforto porque ficam mais tempo em casa", disse Jorge Cury, presidente da empresa.
Uma das novidades da Trisul foi a proje��o de sal�es de festas que podem ser revertidos em espa�os de coworking. "Durante a semana, o condom�nio pode adaptar o local para funcionar com esta��es de trabalho. E depois voltar a usar para festas no fim de semana. J� vamos entregar o projeto pronto para o s�ndico", contou Cury.
Mudan�a de prioridade
A pandemia alterou sensivelmente as prefer�ncias dos consumidores por im�veis, conforme tem sido percebido por agentes do setor. A procura por apartamentos com varanda gourmet ou churrasqueira, por exemplo, cresceu 195%. J� a busca por unidades acima de 120 m� subiu 100%, e a acima de 200 m� avan�ou 25%.
Al�m disso, a demanda por casas (no lugar de apartamentos) tamb�m subiu 25%. Os dados fazem parte de levantamento do site de classificados Kzas comparando os meses de abril a julho - quando a quarentena atingiu seu auge -, na compara��o com janeiro a mar�o, antes da crise.
Localiza��o
Al�m disso, a populariza��o do home office tamb�m gerou uma segunda implica��o no mercado: a localiza��o dos pr�dios. O fundador e presidente da Kzas, Roberto Nascimento, diz que � evidente o interesse maior do consumidor por im�veis n�o s� maiores, mas tamb�m "longe dos engarrafamentos, da polui��o e das grandes aglomera��es de pessoas", j� que n�o mais h� necessidade de se deslocar diariamente at� o trabalho.
A opini�o � compartilhada pelo presidente executivo da Tecnisa, Joseph Meyer Nigri. "Bairros mais calmos e mais arborizados nos arredores ser�o mais aceitos pelos clientes. Ent�o, j� temos direcionado esse olhar para os terrenos que n�s prospectamos", disse. Como o metro quadrado tem valor menor nesses locais, esses im�veis poder�o ter um pre�o mais acess�vel ou uma planta maior.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA