Os fundos de private equity (que compram participa��es em empresas) est�o aproveitando o cen�rio favor�vel no mercado de capitais para vender empresas. Em meio � pandemia, a gestora Advent vendeu sua companhia mais antiga do portf�lio - a varejista de materiais de constru��o Quero-Quero. A sa�da do fundo do neg�cio foi por meio de uma oferta inicial de a��es (IPO, em ingl�s). Na opera��o, o Advent embolsou R$ 2 bilh�es com a venda de 88% de sua participa��o.
Na esteira da Advent, outros fundos se organizam para fazer o mesmo. Em setembro, est� previsto o IPO da Petz, rede de varejo focada em animais de estima��o, do fundo Warburg Pincus. A opera��o pode movimentar at� R$ 3,33 bilh�es. A empresa do setor imobili�rio Alphaville e a farmac�utica Alfa, que pertencem � gestora P�tria, tamb�m fizeram registro de abertura de capital na Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM).
Essa movimenta��o comprova os dados hist�ricos da B3, a bolsa paulista. Das empresas que fizeram IPO entre 2009 e 2020, 56% tinham fundos private equity como s�cios. "Os fundos t�m dois grandes dilemas. O primeiro � sobre condi��es de entrada, como o pre�o e o crescimento da empresa. O segundo � sobre como ser� a sa�da", diz Alessandro Farkuh, respons�vel pelo banco de investimento do Bradesco BBI. Segundo ele, com o mercado de capitais mostrando consist�ncia desde o ano passado, entre 30% e 40% das transa��es que est�o hoje na mesa s�o de fundos.
Mercado vibrante
"Estamos vendo uma evolu��o natural do mercado. Os fundos pegam empresas nascentes e as ajudam, em um ciclo de investimento que vai de cinco a dez anos. Em outros momentos, quando chegava o momento de matura��o do investimento, os fundos n�o tinham sa�da. Agora, vivemos um momento do mercado de capitais vibrante que pode absorver esses ativos", explica Eduardo Mendez, chefe de mercado de capitais e renda vari�vel para Am�rica Latina do banco Morgan Stanley.
Mendez destaca que, quando essas empresas chegam � Bolsa, elas t�m ainda um processo de crescimento a ser capturado pelos novos investidores.
O pr�prio Advent ainda pode fazer abertura de capital de uma outra empresa de seu portf�lio, a distribuidora de tecnologia Allied.
Antes da Quero-Quero ir � B3 no in�cio de agosto, a oferta subsequente de a��es da rede de farm�cia Panvel movimentou R$ 1 bilh�o em junho, permitindo a sa�da o fundo Kinea, do Ita� Unibanco, do neg�cio. A rede vendeu sua fatia minorit�ria, obtendo um lucro de tr�s vezes o valor inicialmente aportado.
Al�m do mercado acion�rio ser uma porta de sa�da para as gestoras, as empresas que pertencem a esses fundos chegam mais preparadas para o processo de se tornarem p�blicas.
S�cio respons�vel pela �rea de renda vari�vel do BTG Pactual, Fabio Nazari destaca que as empresas investidas por fundos de investimento j� chegam � hora da abertura de capital maduras, exatamente por conta do trabalho feito pelos fundos ao longo dos anos. "Ter uma companhia bem estruturada em governan�a faz uma diferen�a muito grande na hora do IPO", comenta o especialista.
Al�m disso, segundo o executivo do BTG, os investidores t�m observado como os atuais donos das empresas ir�o conviver com novos s�cios ap�s a abertura de capital.
O chefe global de banco de investimento do Ita� BBA, Roderick Greenlees, afirma que os fundos especializados em comprar fatias de empresas t�m um ciclo natural de neg�cio. Ele explica que, depois de um per�odo que geralmente vai de tr�s a cinco anos, chega a hora do desinvestimento.
"Ap�s esse per�odo, eles (os fundos) come�am a pensar na monetiza��o. Hoje vemos no componente secund�rio das ofertas os fundos de private equity. Isso � natural e a oferta de a��es � mais uma porta de sa�da para eles."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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