
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente quer um plano que n�o inclua a revis�o ou a extin��o de outros benef�cios, como o abono salarial, uma esp�cie de 14º sal�rio pago a trabalhadores com carteira com sal�rio at� R$ 2.090 e que custa cerca de R$ 20 bilh�es ao ano. O abono � considerado ineficiente pela equipe econ�mica, mas a proposta foi rejeitada pelo presidente em reuni�o na ter�a-feira, 25. No dia seguinte, em viagem a Minas Gerais, Bolsonaro avisou que n�o vai "tirar de pobres para dar a paup�rrimos".
Na primeira refer�ncia p�blica de Guedes �s cr�ticas do presidente, o ministro - que chegou a ser alvo de rumores de que pediria demiss�o - disse que tomou um "carrinho" de Bolsonaro nesta semana. "Ainda bem que foi fora da �rea, sen�o era p�nalti", brincou Guedes em uma live organizada pelo setor do a�o. Ontem, o ministro e Bolsonaro se encontraram fora da agenda oficial dos dois.
T�cnicos discutiam ontem uma revis�o no seguro-defeso, pago a pescadores artesanais no per�odo de reprodu��o dos peixes, quando a pesca � proibida. Para acabar ou restringir o programa, que tem um custo de R$ 2,5 bilh�es por ano e � sempre criticado por ter alto �ndice de fraudes, � preciso aprovar um projeto de lei - o que exige menos apoio do que os tr�s quintos necess�rios para mudar a Constitui��o e mexer no abono. No entanto, governos anteriores tamb�m fracassaram nas tentativas de modificar o seguro-defeso.
Pouso suave
Enquanto n�o aponta a fonte do novo programa, a ideia do governo � que a extens�o do aux�lio seja uma transi��o para um "pouso suave" no novo Renda Brasil. Os t�cnicos da �rea econ�mica continuam debru�ados sobre as alternativas para liberar espa�o no Or�amento para o Renda Brasil e n�o desistiram nem mesmo de tentar convencer o presidente a propor alguma mudan�a no alcance do abono salarial atual. A ideia � tentar emplacar a mesma altera��o proposta na reforma da Previd�ncia, que restringia o abono a quem ganha at� um sal�rio m�nimo (R$ 1.045). A medida tamb�m foi rejeitada pelo Congresso.
Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que quem d� o "timing" sobre temas como a prorroga��o do aux�lio emergencial e a cria��o do Renda Brasil � a pol�tica. Segundo ele, a equipe econ�mica tem simula��es prontas sobre os gastos que os benef�cios v�o acarretar.
"Eu sempre repito que o timing quem d� � a pol�tica. N�s temos as simula��es todas preparadas, agora o timing, o n�vel de aux�lio emergencial, de Renda Brasil, tudo isso s�o decis�es pol�ticas", afirmou Guedes na portaria do minist�rio. Ele foi questionado se o Renda Brasil come�aria a ser pago j� no in�cio do ano que vem. "Talvez antes, talvez no come�o do ano que vem", respondeu.
Sobre o aux�lio emergencial, o ministro disse que "a gente sabe que R$ 600 � muito e R$ 200 � pouco". "Estamos tentando acertar os n�meros. Mas est� tudo claro, tudo tranquilo."
O aux�lio emergencial foi criado originalmente para durar tr�s meses (tendo como base os meses de abril, maio e junho). Depois, o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto) por meio de decreto. O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse per�odo. Para mexer no valor, ser� preciso editar uma Medida Provis�ria (MP), que