O Banco Central reconheceu nesta ter�a-feira, 22, que a infla��o ao consumidor "deve se elevar no curto prazo". De acordo com a institui��o, contribuem para isso "o movimento de alta tempor�ria nos pre�os dos alimentos" e a "normaliza��o parcial dos pre�os de alguns servi�os", na esteira da retomada da atividade e da redu��o do isolamento social.
Essas considera��es foram feitas na ata do �ltimo encontro do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom). Na semana passada, o colegiado manteve a Selic, a taxa b�sica de juros, em 2% ao ano, depois de nove cortes consecutivos.
Da reuni�o do Copom de agosto para a de setembro, algumas press�es inflacion�rias ficaram claras, como a verificada na alta do pre�o do arroz. No documento divulgado ontem, o Copom trata a press�o sobre os alimentos como "tempor�ria".
Em 12 meses at� agosto, o pre�o dos alimentos subiu 8,83%. Esse reajuste n�o tem apenas um alimento como respons�vel - a maioria est� com pre�os recordes no campo.
Na ata, o colegiado tamb�m avaliou que os pre�os administrados devem apresentar "varia��o contida". Como exemplo, o BC citou "o recuo nas tarifas de plano de sa�de em setembro e a queda projetada para o pre�o da gasolina a partir de outubro".
No mais recente Relat�rio de Mercado Focus, publicado na �ltima segunda-feira, os economistas do mercado financeiro projetaram alta de apenas 0,90% nos pre�os administrados no acumulado de 2020.
No caso de 2021, por�m, a expectativa � por eleva��o de 3,84%.
N�vel de atividade
Os integrantes do Copom avaliaram ainda que "dados recentes" sugerem uma "recupera��o parcial da atividade econ�mica". "Os programas governamentais de recomposi��o de renda t�m permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens dur�veis e do investimento. Contudo, v�rias atividades do setor de servi�os, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas", acrescentou o Copom.
O documento diz, tamb�m, que a "pouca previsibilidade associada � evolu��o da pandemia e � necess�ria redu��o nos aux�lios emergenciais a partir do final desse ano aumentam a incerteza sobre a velocidade de retomada da atividade econ�mica".
"O Comit� ponderou que esta imprevisibilidade e os riscos associados � evolu��o da pandemia podem implicar um cen�rio dom�stico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual da economia", disse o Banco Central.
Com rela��o � economia internacional, o BC avaliou que a retomada da atividade nas principais economias tem resultado em um ambiente relativamente mais favor�vel para economias emergentes. Mas ponderou que h� "bastante incerteza sobre a evolu��o desse cen�rio benigno".
"Uma poss�vel redu��o abrupta e n�o organizada dos est�mulos governamentais pode atrasar a recupera��o da demanda por bens e o processo de recomposi��o de estoques", avaliou a institui��o.
Juros
Sobre o n�vel da taxa b�sica de juros, o Copom informou entender que a "conjuntura econ�mica" continua a prescrever est�mulo monet�rio extraordinariamente elevado (taxas de juros baixas), mas reconhece que, devido a "quest�es prudenciais e de estabilidade financeira, o espa�o remanescente para utiliza��o da pol�tica monet�ria [novos cortes de juros], se houver, deve ser pequeno".
A institui��o acrescentou que, se necess�rias, "novas redu��es de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e infla��o prospectivas e poderiam ser temporalmente espa�adas".
O BC informou ainda que eventuais ajustes futuros no atual grau de est�mulo (novos cortes de juros) ocorreriam com gradualismo adicional.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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