Agosto foi 5� m�s consecutivo de super�vit em conta corrente, destaca Rocha

O chefe do departamento de Estat�sticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, destacou nesta quarta-feira, 23, que o super�vit de US$ 3,721 bilh�es nas transa��es correntes de agosto foi o quinto resultado positivo consecutivo do setor externo. "Olhando os resultados mais recentes da balan�a de pagamentos, � poss�vel notar uma mudan�a significativa de trajet�ria a partir do fim do primeiro trimestre do ano, com uma redu��o consistente no d�ficit de transa��es correntes", afirmou.

Rocha destacou a redu��o em US$ 30 bilh�es do d�ficit em transa��es correntes desde mar�o. Em 12 meses at� agosto, o saldo est� negativo em US$ 25,446 bilh�es, ante um d�ficit de US$ 55,544 bilh�es nos 12 meses at� mar�o deste ano.

Rocha avalia, por�m, que as incertezas decorrentes da pandemia e seus impactos continuam a pesar sobre a entrada de Investimentos Diretos no Pa�s (IDP). Os Investimentos Diretos no Pa�s somaram US$ 1,430 bilh�o em agosto, informou hoje o BC. Em 12 meses at� agosto, a entrada de IDP soma US$ 54,461 bilh�es, ante um d�ficit de US$ 25,446 bilh�es no balan�o de pagamentos no mesmo per�odo.

"A entrada de IDP ainda tem um fluxo robusto, suficiente para financiar o d�ficit em transa��es correntes. As contas externas do Pa�s permanecem bastante s�lidas e robustas. O impacto da crise � mais sentido na redu��o do d�ficit de transa��es correntes do que na entrada de investimentos", completou.

Transa��es correntes

O chefe do Departamento de Estat�sticas do Banco Central destacou, ainda, que todos os componentes do balan�o de pagamentos foram impactados pelos efeitos da pandemia de covid-19 em agosto. As transa��es correntes registraram super�vit de US$ 3,721 bilh�es no m�s passado, ante um d�ficit de US$ 3,032 bilh�es no oitavo m�s de 2019.

Rocha apontou que a conta comercial melhorou o super�vit nessa compara��o, enquanto as contas de servi�os e renda prim�ria apresentaram redu��o nos seus respectivos d�ficits. "As transa��es correntes no Brasil t�m um comportamento antic�clico. Em momentos de crise, as contas aumentam o super�vit ou reduzem o d�ficit, em sentido contr�rio ao da atividade econ�mica", explicou.

O representante do BC lembrou que a diminui��o da atividade na crise reduz lucro de empresas, e com isso o lucro remetido ao exterior � menor. "Com a desvaloriza��o cambial, o valor em d�lares das remessas tamb�m � menor", acrescentou.

Conta de servi�os

Fernando Rocha disse, ainda que 63,9% da redu��o total do d�ficit na conta de servi�os no acumulado de janeiro agosto deste ano se deve � conta de viagens para o exterior. No acumulado do ano at� agosto, o d�ficit na conta de viagens soma R$ 13,727 bilh�es, ante um saldo negativo de US$ 23,087 bilh�es no mesmo per�odo de 2019. Na mesma compara��o, o d�ficit em viagens passou de US$ 7,872 bilh�es para US$ 1,892 bilh�o.

"As viagens internacionais s�o muito afetadas pelas limita��es de deslocamento durante a pandemia de covid-19, sobretudo em rela��o aos deslocamentos a�reos", destacou. "Permanece uma situa��o de restri��es muito significativas", concluiu.

O integrante do BC tamb�m destacou a redu��o significativa nas remessas l�quidas de lucros e dividendos para o exterior em agosto. Essas remessas de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foram de US$ 276 milh�es em agosto, ante US$ 3,339 bilh�es enviados em igual m�s do ano passado, j� descontados os ingressos.

"Houve um aumento de 21% nas receitas de lucros e dividendos no m�s, refletindo o in�cio de alguma melhora na economia internacional. J� os envios ca�ram 67%, mostrando que o cen�rio continua desafiador para as empresas de capital estrangeiro que atuam no Brasil. Ainda assim, essas companhias permanecem auferindo lucros, ainda que em menor magnitude", acrescentou.

Rocha tamb�m avaliou que parte da redu��o do pagamento l�quido de juros ao exterior deve-se � queda das receitas. As despesas com juros externos somaram US$ 925 milh�es em agosto, ante US$ 1,364 bilh�o em igual m�s do ano passado. No acumulado do ano at� agosto, essas despesas alcan�aram US$ 15,079 bilh�es.

Recupera��o

Fernando Rocha, afirmou, por fim, que o volume de entrada de US$ 210 milh�es em transfer�ncia pessoal em agosto refor�a a avalia��o de que j� alguma recupera��o internacional. "O c�mbio tamb�m refor�a tend�ncia de envio de recurso para o Brasil via transfer�ncias pessoais. As pessoas aumentam os volume remetidos para seus familiares para aproveitar esse momento do c�mbio", completou.