
O efeito do aux�lio emergencial no consumo das fam�lias brasileiras foi analisado em um box especial do Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI), publicado nesta quinta-feira (24/09). O box destaca que o aux�lio liberou cerca de R$ 37 bilh�es por m�s aos brasileiros de baixa renda, "o que representa uma transfer�ncia da ordem de 12% da renda mensal de 2019". E conclui que, por isso, o benef�cio "ajudou a sustentar o consumo durante os primeiros meses de impacto da pandemia".
O BC calcula que os munic�pios que tiveram um incremento de renda de 1 ponto percentual com o aux�lio emergencial podem ter tido um volume de compras 0,83 ponto percentual maior que o de outros munic�pios. O dado se refere �s compras com cart�o de d�bito, que foram motivadas pelo aux�lio emergencial j� que o benef�cio vem sendo pago prioritariamente de forma digital. Por�m, segundo o BC, deve ser observado com cautela, j� que as compras em d�bito podem n�o representar a varia��o do consumo como um todo e esse impacto � maior nos munic�pios cuja popula��o foi mais atendida pelo aux�lio emergencial.
Ainda assim, a autoridade monet�ria conclui que "no agregado dos munic�pios, as estimativas indicam que o aux�lio emergencial teria contribu�do com 10,3 pontos percentuais para o consumo no per�odo, que cresceu 0,3% na m�trica compar�vel". E disse que, por isso, "o fim do programa pode contribuir para a desacelera��o do consumo das fam�lias, ainda que de forma tempor�ria".
Em outro box do RTI, o BC mostra, ainda, que o consumo da popula��o de baixa renda vem se recuperando do choque da covid-19 de forma mais acelerada do que o consumo da classe alta. "� prov�vel que a atenua��o da queda do consumo nesse grupo esteja associada ao aux�lio emergencial a pessoas em situa��o de vulnerabilidade", analisa.
Por isso, o BC projeta um "crescimento acentuado no terceiro trimestre, influenciado pelas medidas governamentais de combate aos impactos econ�micos da pandemia e pelo retorno gradual a patamares de consumo vigentes antes do per�odo de isolamento social". Mas reconhece que "para o �ltimo trimestre do ano, a partir de quando vigora incerteza acima da usual sobre o ritmo da recupera��o, espera-se arrefecimento da taxa de crescimento, associado, em parte, � diminui��o esperada de transfer�ncias de recursos extraordin�rios �s fam�lias".
A autoridade monet�ria projeta, portanto, uma queda de 5% do PIB em 2020. A perspectiva � melhor que a de julho (-6,4%), quando ainda n�o estava muito claro o efeito do aux�lio emergencial na atividade econ�mica, e est� em linha com as proje��es do mercado. Por�m, � um pouco menos otimista que a do governo, que prev� queda de 4,7% do PIB em 2020.
J� para 2021, o BC estima uma recupera��o de 3,9%. "Apesar da redu��o das transfer�ncias governamentais esperada para 2021, o consumo das fam�lias deve ser favorecido pelas expectativas de: recupera��o progressiva do mercado de trabalho; aumento da mobilidade; maior acesso a servi�os com oferta limitada durante a pandemia; e volta da taxa de poupan�a das fam�lias para n�veis pr�-crise". justifica. O BC reconhece, por�m, que essa estimativa de 2021 permanece com "incerteza acima do usual" e est� condicionada "ao cen�rio de continuidade das reformas e de manuten��o do atual regime fiscal", bem como ao arrefecimento da pandemia.