Pre�o dos im�veis registra alta em setembro, diz Fipezap

A despeito da crise econ�mica provocada pela pandemia do novo coronav�rus, o mercado imobili�rio tem mostrado uma recupera��o significativa. O pre�o anunciado m�dio dos im�veis residenciais no Pa�s teve em setembro a maior alta para o m�s em seis anos. O valor pedido de venda das moradias subiu 0,53% em setembro, mostrando acelera��o da alta em rela��o a agosto, quando cresceu 0,37%. No acumulado deste ano, os pre�os j� aumentaram 2,31%.

Os dados s�o do �ndice Fipezap, pesquisa realizada pela Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) com base nos an�ncios online em 50 cidades.

O levantamento mostra que a oscila��o dos pre�os anunciados no mercado imobili�rio bateu a infla��o projetada para o m�s de setembro (0,43%) e para o acumulado do ano (1,13%), considerando estimativas de economistas compiladas pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC).

O resultado surpreendeu o coordenador da pesquisa, Eduardo Zylberstajn. "Com a chegada da pandemia, em mar�o e abril, era dif�cil encontrar algu�m que imaginasse uma alta no mercado imobili�rio como estamos vendo hoje", comentou.

Ele disse que a alta nos pre�os anunciados � um reflexo de tr�s fatores. O primeiro deles � a recupera��o da demanda por im�veis. Isso vem acontecendo porque os juros baixos aumentaram a capacidade de financiamento das fam�lias e atra�ram investidores da renda fixa, impulsionando as vendas.

A pesquisa mais recente do Sindicato da Habita��o (Secovi-SP) mostrou que as vendas de resid�ncias na capital paulista em agosto j� ultrapassaram os n�veis vistos antes da pandemia, uma verdadeira recupera��o em V.

O segundo ponto � que o n�vel de confian�a da popula��o e seu interesse em buscar um im�vel foi preservado. "As pessoas acreditam que a pandemia vai passar, mais cedo ou mais tarde, e ainda querem negociar", observou Zylberstajn.

Por fim, ele avaliou que h� uma mudan�a de comportamento por causa da pandemia, e mais pessoas est�o ficando em casa. Da� a procura por um espa�o maior e mais confort�vel, que tem influenciado a demanda. "Esta n�o � uma crise como as outras. N�o � uma recess�o t�pica. Do ponto de vista do mercado imobili�rio, a atividade se manteve", disse.

Caso n�o haja nenhuma ruptura no ciclo de juros baixos, a tend�ncia � que as vendas e os pre�os mantenham a trajet�ria de alta, estimou o coordenador. O que pode mudar essa trajet�ria � alguma medida do governo federal que eleve o risco do Pa�s, ponderou.

"O flerte do governo com a quebra do compromisso firme de austeridade fiscal � um fator de risco. N�o � o cen�rio mais prov�vel, mas sim um cen�rio alternativo que est� no radar". A consequ�ncia seria o aumento nas taxas do financiamento da casa pr�pria, uma opera��o de cr�dito de longo prazo que considera as expectativas para o Pa�s nos anos seguintes.

Cidades

O �ndice Fipezap revela tamb�m que a alta dos valores dos im�veis foi praticamente generalizada em setembro, ainda que a for�a da alta tenha mostrado intensidade diferente em cada uma das regi�es.

Entre as 16 capitais pesquisadas, foram registradas altas em 15 delas no m�s. A �nica baixa foi em Porto Alegre (-0,05%).