
Como consequ�ncia dos aumentos dos pre�os dos alimentos, a infla��o de Belo Horizonte sacrifica mais a popula��o pobre. De janeiro a setembro, o custo de vida subiu 3,13% medido pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Restrito (IPCR), que retrata os gastos das fam�lias com renda entre um e cinco sal�rios (at� R$ 5.225) na capital, segundo a pesquisa da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas, Administrativas e Cont�beis de Minas Gerais (Ipead), vinculada � UFMG.
A press�o no bolso foi menor para quem ganha entre um e 40 sal�rios m�nimos (at� R$ 41.800) e enfrentou eleva��o nas despesas de 2,40%, em m�dia, apurada pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
A press�o no bolso foi menor para quem ganha entre um e 40 sal�rios m�nimos (at� R$ 41.800) e enfrentou eleva��o nas despesas de 2,40%, em m�dia, apurada pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
No m�s passado, as diferen�as tamb�m foram expressivas. A infla��o dos mais pobres avan�ou 1%, enquanto o IPCA subiu 0,64%. Isso se deve ao fato de a alta nos alimentos atingir mais os pobres do que os ricos, uma vez que a comida representou, em setembro, quase 58% do custo de vida medido pelo IPCR, ante 29% na composi��o do IPCA, informou a coordenadora de pesquisas da Funda��o Ipead, Thaize Martins
“O gasto familiar proporcional dos mais pobres � bem maior com os produtos alimentares”, explica. “Outras varia��es de pre�os que foram negativas como o combust�vel (no IPCR), por exemplo, n�o costumam ser t�o sentidas pelas classes mais baixas por usarem principalmente o transporte p�blico, que tem pre�o fixo”.
Os mais pobres s�o afetados pela significativa eleva��o do custo da cesta b�sica, que atingiu, em setembro, seu patamar mais elevado neste ano, chegando a R$ 490,74, de acordo com a Funda��o Ipead/UFMG.
Em termos nominais, ou seja, sem descontar a infla��o, foi o maior valor da s�rie hist�rica da pesquisa, iniciada em 1994. O aumento foi puxado, principalmente, pelos pre�os do arroz, �leo de soja, leite pasteurizado, ch� de dentro e do tomate.
Em termos nominais, ou seja, sem descontar a infla��o, foi o maior valor da s�rie hist�rica da pesquisa, iniciada em 1994. O aumento foi puxado, principalmente, pelos pre�os do arroz, �leo de soja, leite pasteurizado, ch� de dentro e do tomate.
A cesta encareceu pressionada por remarca��es entre 2,37% da despesa com a carne bovina a 29,98% do custo do �leo de soja, frente a agosto.
“� reflexo de per�odos de entressafras, de condi��es clim�ticas, como � o caso do tomate, alta do d�lar e consequente aumento da exporta��o, como s�o os casos do �leo de soja e do arroz, e isso tudo em conjunto com o aumento da demanda interna por comida”, destaca Thaize Martins.
“� reflexo de per�odos de entressafras, de condi��es clim�ticas, como � o caso do tomate, alta do d�lar e consequente aumento da exporta��o, como s�o os casos do �leo de soja e do arroz, e isso tudo em conjunto com o aumento da demanda interna por comida”, destaca Thaize Martins.
A pandemia trouxe uma maior demanda por alimentos consumidos em casa, o que contribuiu para a alta dos pre�os. O recorde da cesta b�sica at� ent�o havia sido registrado em maio, justamente como consequ�ncia das medidas de isolamento social. Na �poca, chegou a R$ 490,74.
Para Thaize Martins, ainda � dif�cil vislumbrar um freio nos pre�os dos alimentos, j� que muitas pessoas ainda n�o est�o seguras e preferem ainda comer em casa para evitar correr qualquer tipo de risco com rela��o ao novo coronav�rus. “Isso est� mais ligado a outros itens, n�o alimentares.
O combust�vel, por exemplo, que teve queda abrupta porque as pessoas n�o estavam saindo de casa. Agora, com as reaberturas (do com�rcio), a tend�ncia � que esse mercado volte a aquecer".
O combust�vel, por exemplo, que teve queda abrupta porque as pessoas n�o estavam saindo de casa. Agora, com as reaberturas (do com�rcio), a tend�ncia � que esse mercado volte a aquecer".
PA�S AFORA
O trabalhador que ganha o sal�rio m�nimo gastou, em setembro, mais da metade da renda apenas na compra da cesta b�sica. Pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) mostra que o custo dos 13 produtos essenciais de alimenta��o variou de R$ 422,31, em Natal (RN), a R$ 582,40, em Florian�polis (SC). Quem recebe o piso nacional (R$ 1.045) gastou, em m�dia, 51,22% do rendimento l�quido, ap�s o desconto referente � Previd�ncia Social, para comprar comida.
Em BH, o custo da cesta pesquisada pelo Dieese foi de R$ 491,62, aumentos de 2,83% frente a agosto, e de 10,50% neste ano. A despesa na capital mineira consumiu o equivalente a 50,86% do valor do sal�rio m�nimo. As maiores eleva��es em setembro do disp�ndio das fam�lias com a chamada ra��o essencial foram observados em Florian�polis, de 9,80%, Salvador, 8,70%, e Aracaju, 7,13%.
O �leo de soja liderou as remarca��es de pre�os, com alta em todas as 17 capitais pesquisadas, atingindo 39,62% ante agosto, em Natal, e 36,18%, em Goi�nia (GO). Na vice-lideran�a, ficou o arroz agulhinha, que tamb�m apresentou aumento generalizado. Os destaques foram as varia��es de 30,62%, em Curitiba (PR), e 27,71%, em Vit�ria (ES).
Para os dois produtos, a avalia��o dos t�cnicos do Dieese � de que os estoques baixaram em consequ�ncia da eleva��o das exporta��es e da demanda no Brasil, o que fez os pre�os subirem. N�o houve reflexos da isen��o do Imposto de Importa��o do arroz, anunciada pelo governo federal no come�o do m�s passado como alternativa para conter a alta do produto.
As despesas com a carne de boi de primeira cresceram em 16 capitais, comparadas a agosto. As taxas variaram de 0,66%, em Bras�lia, a 14,88%, em Florian�polis. (Com Marta Vieira)
Para os dois produtos, a avalia��o dos t�cnicos do Dieese � de que os estoques baixaram em consequ�ncia da eleva��o das exporta��es e da demanda no Brasil, o que fez os pre�os subirem. N�o houve reflexos da isen��o do Imposto de Importa��o do arroz, anunciada pelo governo federal no come�o do m�s passado como alternativa para conter a alta do produto.
As despesas com a carne de boi de primeira cresceram em 16 capitais, comparadas a agosto. As taxas variaram de 0,66%, em Bras�lia, a 14,88%, em Florian�polis. (Com Marta Vieira)
*Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Marta Vieira
DISPARADA
Gastos com produtos da cesta b�sica em BH que mais aumentaram em setembro
�leo de soja - 29,98%
Arroz - 17,12%
Tomate - 7,31%
Leite pasteurizado - 6,34%
A��car cristal - 5,30%
Ch� de dentro - 2,37%
Valor total dos 13 produtos da cesta b�sica - R$ 490,74
Fonte: Funda��o Ipead/UFMG