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Estado de Minas ECONOMIA

Qual � o segredo da Weg, a 'f�brica de bilion�rios'?


11/10/2020 16:40

Dos 33 novos bilion�rios brasileiros, segundo a mais recente lista divulgada pela revista Forbes, quase um ter�o - dez - est�o ligados � gigante industrial catarinense Weg. A empresa familiar, fundada por tr�s descendentes de alem�es em 1961, agora tem 13 herdeiros no seleto clube do bilh�o. Essa ascens�o est� relacionada � impressionante valoriza��o das a��es da empresa nos �ltimos 12 meses, que supera a marca de 240% e elevou seu valor de mercado para mais de R$ 150 bilh�es.

Mas qual �, afinal, o segredo da Weg? H� tempos a companhia � considerada um investimento seguro, por seus s�lidos e constantes resultados, mas de um ano para c� o mercado financeiro despertou de vez para seus predicados. Apesar da pandemia do novo coronav�rus, o papel da Weg subiu 120% neste ano, de acordo com a Econom�tica, liderando a lista de companhias com maior valoriza��o no Ibovespa, principal �ndice de a��es da B3, a Bolsa paulista.

A inclus�o dos herdeiros dos fundadores na lista de bilion�rios tem raz�o de ser. Apesar de estar listada na Bolsa desde 1971, quase dois ter�os da Weg continuam a pertencer, direta e indiretamente, aos familiares de Werner Ricardo Voigt, Eggon Jo�o da Silva e Geraldo Werninghaus (os tr�s j� falecidos). Inicialmente criada como Eletromotores Jaragu� - refer�ncia a Jaragu� do Sul, cidade que at� hoje abriga sua matriz -, alguns anos depois a empresa recebeu o nome atual, Weg, aproveitando as iniciais dos nomes dos fundadores. Weg tamb�m quer dizer "caminho" em alem�o.

A Weg � constantemente citada como um "o�sis" de prosperidade no cada vez mais combalido setor industrial brasileiro. Em recente entrevista ao Estad�o, o presidente da Ita�sa, Alfredo Setubal, classificou a empresa como uma "outlier" - um ponto fora da curva. Reconhecida nos quesitos cultura organizacional, recursos humanos e inova��o, a Weg se viu beneficiada por uma conflu�ncia de fatores positivos em meio � turbul�ncia da covid-19.

Segundo a analista Thais Cascello, do Ita� BBA, a companhia mostrou resili�ncia � crise no segundo trimestre por ter sido beneficiada pela performance do neg�cio internacional, especialmente em produtos de "ciclo longo", como motores para ind�strias e usinas produtoras de energia. Com 61% da receita arrecadada fora do Pa�s, a companhia viu sua receita em real ser inflada pela recente disparada do d�lar. Resultado: a gera��o de caixa atingiu R$ 732 milh�es, alta de 36% em rela��o ao mesmo per�odo de 2019.

Em recente relat�rio, o Ita� BBA redobra a aposta nesse ciclo positivo para os resultados do terceiro trimestre. O banco coloca a Weg como prov�vel l�der em resultados entre julho e setembro e menciona que a empresa pode bater recordes no per�odo. Isso porque outros fatores favor�veis se somam ao quadro do trimestre anterior. "As vendas dos produtos de ciclo curto da Weg, como motores para linha branca e tintas e vernizes para o setor de constru��o, parece ter tido uma recupera��o em �V�", explica Thais.

Trajet�ria

E pensar que tudo come�ou com tr�s carros velhos. Os fundadores da Weg come�aram a empresa com um capital equivalente a tr�s Fuscas - cada um entrou com um capital que, � �poca, comprava uma unidade do mais popular dos autom�veis do Brasil. A companhia j� come�ou fabricando motores - um dos carros-chefes de seu portf�lio at� hoje - e, mesmo em meio ao milagre econ�mico brasileiro, partiu para as exporta��es em 1970.

Os primeiros passos foram dados nos vizinhos Argentina e Paraguai. Aos poucos, a experi�ncia se estendeu para outras regi�es, ganhando velocidade a partir dos anos 2000. Ao fim de 2019, a companhia tinha 58% de seus neg�cios fora do Pa�s. Al�m de vender produtos fabricados por aqui, a empresa abriu ind�strias em mais de uma dezena de mercados, com China e M�xico (respons�vel por atender o mercado dos EUA) como os mais relevantes. Hoje, a Weg tem 30 mil funcion�rios pelo mundo, sendo 12 mil no Brasil.

Presidente da Weg h� 12 anos, Harry Schmelzer J�nior trabalha na companhia desde 1980. O executivo explica que a companhia deve muito do que � hoje � atua��o internacional: essa aposta n�o s� abriu novos mercados, mas - mais importante - deu � Weg acesso a conhecimento e tecnologias que n�o existiam por aqui.

"A gente sabia que, para brigar com nossas concorrentes, precis�vamos ter um produto de qualidade global", afirma Schmelzer J�nior. Ele lembra que a companhia investe 2,5% de sua receita l�quida anual em pesquisa e desenvolvimento.

Outra caracter�stica da Weg, segundo analistas, � a consist�ncia da opera��o. E isso se reflete em uma longeva equipe de executivos que, assim como o atual presidente, foi criada dentro de casa. Em 59 anos, a empresa teve s� tr�s presidentes: o cofundador Eggon Jo�o da Silva, seu filho D�cio da Silva e, agora, Schmelzer J�nior. "De todos os meus executivos internacionais da �rea industrial, nesses 40 anos de Weg, s� um pediu demiss�o para ir trabalhar em outro lugar", orgulha-se Schmelzer.

E o que mant�m a equipe motivada? Segundo "seu" Eggon, morto em 2015, s�o as oportunidades. Para gerar desafios e inovar, ele pregava que a empresa n�o poderia se restringir - deveria buscar sempre crescer e abrir fronteiras. "A inova��o n�o vem da m�quina, vem das pessoas", costumava dizer. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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