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Estado de Minas ECONOMIA

Efeito pandemia acelera abertura de empresas por microempreendedores


18/10/2020 16:22

A abertura de novas empresas, em especial os chamados MEIs, de microempreendedores individuais, deu um salto maior durante a pandemia do coronav�rus. Pessoas que perderam o emprego ou tiveram sal�rios reduzidos viram na cria��o de um neg�cio pr�prio a alternativa para obter renda extra. Com a redu��o ou o fim do pagamento da ajuda emergencial do governo, � poss�vel que esse movimento siga em crescimento.

Dados do Mapa de Empresas, do Minist�rio da Economia, mostram que no segundo quadrimestre houve um saldo de 782,6 mil novas empresas, resultado da abertura de 1,114 milh�o de CNPJs e de baixas de 331,5 mil. O n�mero de aberturas, a maioria MEI, � o maior para o per�odo desde 2010 e 2% superior ao do ano passado. J� o encerramento de atividades � o menor em quatro anos e tamb�m 17% abaixo do verificado no mesmo per�odo de 2019.

Entre os novos microempreendedores, est� B�rbara Camilo, de 31 anos, demitida em mar�o ap�s oito anos numa empresa de Belo Horizonte (MG). Junto com um casal de amigos que tamb�m ficou desempregado, ela abriu um MEI e, em junho, criou a Z� Donut. Eles come�aram a produzir rosquinhas na pr�pria casa, mas a clientela cresceu rapidamente e B�rbara decidiu alugar uma loja com mais equipamentos e espa�o.

O casal preferiu n�o ir adiante e ela convidou o marido, que ficou desempregado um m�s depois dela, e uma prima para se juntarem ao neg�cio. "Inauguramos a loja h� 15 dias e j� pensamos em ampliar, abrir espa�o com mesas para que o cliente possa comer os donuts aqui e tomar um caf�", diz ela.

O economista do Ibre/FGV Rodolpho Tobler afirma que o aumento de novas pequenas empresas j� vinha ocorrendo nos �ltimos anos, mas teve impulso na pandemia. "As pessoas precisaram se reinventar, seja porque perderam o emprego ou precisam de renda extra." Segundo ele, houve um processo de desburocratiza��o para a abertura de empresas e, no caso do MEI, h� benef�cios para atrair a formaliza��o de pequenos neg�cios, como cobertura previdenci�ria do INSS (aposentadoria por idade, aux�lio-doen�a e sal�rio-maternidade), ao custo de 5% do valor do sal�rio m�nimo.

Al�m disso, h� incentivos estaduais. S�o Paulo, por exemplo, deu isen��o de taxa de abertura de MEI por dois meses (at� o pr�ximo dia 25) e empresas de planos de sa�de d�o descontos para essa categoria.

"Com o aux�lio emergencial caindo pela metade e a sinaliza��o do governo de que pode acabar, as pessoas ficam cada vez mais com o or�amento apertado e come�am a buscar novas fontes, e h� uma prote��o social com o MEI, mesmo que menor em rela��o a um trabalho com carteira assinada", diz Tobler, que tamb�m v� no movimento de alta a retomada da economia, mesmo que lentamente.

Marketplace. O presidente do Sebrae, Carlos Melles, lembra tamb�m da parceria da entidade com o Magazine Luiza, que permite aos empreendedores oferecerem seus produtos no marketplace da rede. Segundo o Magalu, a iniciativa j� atraiu cerca de 7 mil participantes, 60% deles MEIs, que venderam no �ltimo trimestre R$ 1,8 bilh�o. O Sebrae tamb�m avalia parcerias semelhantes com as Lojas Americas e o Mercado Livre, al�m de ter projeto para um marketplace pr�prio.

Melles, por�m, teme por uma alta significativa na extin��o de empresas pela Receita Federal ainda este ano em raz�o de inadimpl�ncia. O Sebrae tenta negociar uma "morat�ria" das d�vidas at� o pr�ximo ano.

O Pa�s fechou o segundo quadrimestre com 19,289 milh�es de empresas ativas, sendo 90% de pequeno porte e MEIs. Em setembro, houve novo saldo positivo de 252,8 mil empresas.

O crescente n�mero de microempreendedores tamb�m impulsiona outras empresas. A Compufour, de Conc�rdia (SC), oferece cursos e softwares de gest�o e, em maio, criou o ClippMei, ferramenta espec�fica para gerenciamento de MEI. O presidente da empresa, Wagner M�ller, conta que atraiu 1,2 mil clientes at� agora, al�m de registrar alta de 10% na clientela de micro e pequenas empresas.


�N�o volto mais a trabalhar em banco�

Banc�ria por 19 anos, Kellen Chagas teve o sal�rio reduzido no in�cio da pandemia com o corte das gratifica��es. O marido, o personal trainer Felipe Augusto, perdeu alunos e tamb�m viu o rendimento despencar. Para tentar garantir uma renda extra, decidiram vender risotos e t�buas de queijo, pratos que eles costumavam preparar e sempre eram elogiados por amigos.

"No come�o, vend�amos de tr�s a quatro pratos por dia, mas logo passamos para 12 a 15", conta Kellen. O casal de Goi�nia (GO), que prepara os alimentos em casa, abriu a empresa Ador� Comedoria. H� um m�s, Kellen pediu demiss�o do banco para se dedicar ao neg�cio e foi convidada por um amigo para outro projeto, de transformar uma distribuidora de bebidas em gastrobar, local que serve bebidas, petiscos e t�bua de frios.

"O bar foi inaugurado no dia 6 deste m�s e tivemos, inclusive, de dar uma parada no Ador�, mas at� o fim do ano vamos abrir um local f�sico para ele tamb�m", informa Kellen, que diz j� estar tendo retorno financeiro com os neg�cios.
"O bar tem bom movimento e at� teremos um show ao vivo, tudo muito controlado", afirma ela, que � formada em Economia e tem 39 anos. "N�o volto mais para o banco."

�Meu sonho � ampliar e poder empregar mais'

A corrida pelo ambiente virtual provocada pela pandemia levou o estudante de 19 anos Jo�o C�sar Nogari a despertar o desejo de ser microempreendedor na �rea de design e marketing digital. Com as aulas suspensas na faculdade e sem interesse em seguir o curso online, ele trancou a matr�cula do curso de Administra��o, abriu uma MEI em agosto e passou a oferecer servi�os como cria��o de sites, controle de rede social e identifica��o visual. "Comecei fazendo para amigos, mas um foi falando para o outro e apareceram v�rios interessados", conta Nogari, que hoje tem 20 clientes para os quais oferece servi�os eventuais, e sete fixos. Com o trabalho, diz ele, ganha mais de um sal�rio m�nimo por m�s e, como mora com a m�e em Curitiba (PR), n�o tem tantos gastos. "D� para me manter, mas meu sonho � me profissionalizar, ampliar a empresa e poder dar emprego a outras pessoas."

Aos 21 anos, Larissa Mello contratou a primeira funcion�ria em sua loja Fashion Seasons em Bom Princ�pio (RS). Ela abriu o MEI em mar�o para vender roupas pela internet e em sua casa. No �ltimo dia 10 abriu a loja f�sica. "Com CNPJ posso comprar de atacadistas", diz ela, que mant�m o emprego em uma empresa de jeans. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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