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Estado de Minas Elei��es americanas

Protecionismo e c�mbio alto p�em em xeque as vendas de Minas aos EUA

Como o Brasil, o estado enfrenta o desconhecido nas rela��es com o pa�s que se mant�m como 2� destino das exporta��es mineiras, concentradas em min�rios e alimentos


05/11/2020 04:00 - atualizado 05/11/2020 07:36

Safristas de café em fazenda mineira: dólar pode afetar mais o produto do que a mudança de governo na Casa Branca (foto: Marcionília Venância Ramos/Divulgação - 31/7/20)
Safristas de caf� em fazenda mineira: d�lar pode afetar mais o produto do que a mudan�a de governo na Casa Branca (foto: Marcion�lia Ven�ncia Ramos/Divulga��o - 31/7/20)
De olho no resultado das elei��es nos Estados Unidos, n�o s� o Brasil, mas tamb�m Minas Gerais, vai enfrentar dificuldades nas rela��es comerciais com esse grande parceiro das exporta��es do estado, independentemente de quem sair vitorioso na disputa pela Casa Branca.

Especialistas em com�rcio exterior ouvidos pelo Estado de Minas acreditam que conflitos iniciais podem ser vencidos na base da arte da diplomacia, mas temem o risco de a busca de solu��es cair no campo ideol�gico. Outro problema, talvez pior, ser� nova press�o sobre o d�lar j� valorizado frente ao real.

Se o d�lar alto favorece as exporta��es, pressiona tamb�m os pre�os no mercado interno. De acordo com dados do Minist�rio da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os, Minas Gerais exportou o equivalente a US$ 1,43 bilh�o em produtos aos Estados Unidos somente de janeiro a setembro deste ano.

A cifra representou quase 8% dos embarques mineiros ao exterior. O principal parceiro comercial do estado � a China, que respondeu por US$ 7,3 bilh�es, participa��o de 39% na receita total no per�odo.

Jos� Augusto de Castro, presidente-executivo da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), acredita que haver� dificuldades de rela��es com Trump ou Biden num primeiro momento, mas que solu��es poder�o ser encontradas.

No caso de Biden, que n�o � o preferido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Brasil ter� que se adaptar e isso traz consequ�ncias para as exporta��es em geral.

“Com a elei��o do Biden, o Brasil vai ter que se adaptar a uma nova realidade. Num primeiro momento, teremos dificuldade porque estaremos em campos opostos. Nada que o Brasil n�o possa buscar uma solu��o diplom�tica com os Estados Unidos”, avalia.

Apesar de Jair Bolsonaro ser um grande admirador de Donald Trump, o Brasil n�o conseguiu obter vantagens em parceria com os Estados Unidos.

Durante a campanha eleitoral, o presidente norte-americano, por exemplo, reduziu a cota de exporta��es do a�o semi-acabado do Brasil, para privilegiar o mercado interno da produ��o norte-americana. O protecionismo afetou produto importante na pauta de vendas externas de Minas.

Cerca de 35% das exporta��es do estado, neste ano, foram de min�rio de ferro e concentrados. O caf� n�o torrado concentrou outros 14% da receita obtida pelo estado no exterior, de US$ 18,649 bilh�es nos primeiros nove meses do ano. Soja, produtos sider�rgicos e a��car s�o outras �ncoras da pauta de vendas externas do estado.

Para o analista de pol�tica e economia Miguel Daoud, o movimento de Trump de proteger a siderurgia dos Estados Unidos foi natural. No entanto, o analista n�o conseguiu ver vantagem na parceria entre Brasil e Estados Unidos.

Al�m disso, o especialista diz que o Brasil precisa, primeiro, ajustar a pol�tica econ�mica, o que, para ele, � o principal problema no momento.

“Ele (Trump) protegeu porque a siderurgia americana n�o tem a compet�ncia da nossa. Os custos l� s�o muito altos. Ele n�o tem nenhum carinho pelo Brasil. O carinho que ele tem � exatamente pelo presidente Bolsonaro, mas a�, at� agora, n�o conseguimos levar nada de vantagem em rela��o aos Estados Unidos. Pelo contr�rio, nunca fomos beneficiados. Nosso problema n�o est� l� fora. Est� aqui dentro”, opina.

Jos� Augusto de Castro preferiu destacar o jeito pouco flex�vel de Donald Trump. “Com o Trump, ele faz uma coisa e voc� adere. N�o � que voc� participa. Voc� adere. Ponto. Ele diz o que voc� tem que fazer e ponto”, conclui.

O EM pediu um posicionamento de Minas Gerais � Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico (Sede) sobre o impacto das elei��es americanas, mas n�o obteve resposta at� o fechamento desta edi��o.

Exig�ncias


Na avalia��o de Miguel Daoud, o mercado mineiro, assim como o do Brasil, n�o enfrenta riscos adicionais, independentemente do resultado das elei��es nos Estados Unidos, uma vez que os pre�os de produtos como o caf� – uma das estrelas da pauta de vendas externas do estado –, por exemplo, s�o estabelecidos no mercado internacional.

O que pode prejudicar o pa�s, na vis�o do especialista, envolve medidas de pol�tica econ�mica, sobretudo diante da desvaloriza��o do real frente ao d�lar.

“A rela��o comercial, provavelmente, n�o ser� afetada. O Brasil hoje, o risco que corre � exatamente pela quest�o cambial e fiscal, que podem, sem d�vida nenhuma, levar o d�lar para o patamar um pouco mais alto e isso exigir do governo algumas restri��es em rela��o ao mercado externo. N�o vejo nenhum risco ao mercado brasileiro, focado na quest�o de Minas”, afirma Daoud.

Joe Biden, representante do Partido Democrata, se mostrou mais incisivo durante a campanha eleitoral em quest�es relacionadas ao meio ambiente, citando, inclusive, a Amaz�nia. Para Miguel Daoud, caso o candidato ven�a, � natural que haja uma press�o sobre o Brasil na conserva��o ambiental, mas o assunto deve ser tratado com diplomacia pelo governo federal para n�o haver consequ�ncias.

“O Biden vai bater firme. N�s temos que encarar isso com bastante diplomacia e, sem d�vida, o grande cliente do Brasil � a China, e a China n�o est� nem um pouco preocupada com essas quest�es. Ele pode fazer grandes exig�ncias ao Brasil, mas n�o � nada que o Brasil n�o consiga atender. Se a gente levar para o campo ideol�gico, podemos ser prejudicados, sim. E muito”, diz.

Chancela ambiental


Para Aline Veloso, coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Minas, assim como o restante do Brasil, n�o deve enfrentar problemas quanto ao meio ambiente, pol�mica que cerca o governo do presidente Jair Bolsonaro no mundo.

Segundo a especialista, propriedades rurais praticam boas pr�ticas que credenciam os produtos nacionais a permanecer no mercado externo.

“No pa�s, temos �reas de preserva��o nas propriedades rurais, boas pr�ticas produtivas sendo desenvolvidas que nos d�o a chancela de estars no mercado internacional, de produzir e comercializar com diversos pa�ses do mundo”, garante Aline Veloso.

A Faemg est� atenta � sucess�o nos Estados Unidos, mas, independentemente do resultado, entende que Minas continuar� produzindo itens para o abastecimento interno e externo, mantendo rela��es comerciais com outros pa�ses, incluindo os norte-americanos.
 “� continuar trabalhando internamente para que os produtos feitos aqui em Minas e no restante do pa�s tenham essas chancelas e esse trabalho t�o importante.”



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