O pre�o m�dio do botij�o de g�s liquefeito de petr�leo (GLP) de 13 kg, usado principalmente em resid�ncias, atingiu em agosto o maior patamar j� registrado pela Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP) - de R$ 69,98. O dado do m�s � o �ltimo divulgado pelo �rg�o regulador.
O ano, na verdade, j� come�ou com alta - de 1%, no per�odo de dezembro a mar�o. Mas logo veio a pandemia, e os valores come�aram a cair, atingindo o menor n�vel em maio, de R$ 69,54. A partir da�, diante de uma leve recupera��o da economia, os pre�os retomaram a trajet�ria ascendente at� atingirem n�vel recorde em agosto.
De todos os derivados de petr�leo usualmente consumidos pela popula��o, o GLP foi o menos afetado pela crise. Em mar�o, no in�cio da pandemia, quando ainda n�o se sabia exatamente como o com�rcio funcionaria na quarentena, houve uma corrida pelo estoque de botij�es, o que permitiu at� uma eleva��o do pre�o final no m�s. Mas passados os temores de desabastecimento, a demanda se estabilizou e os agentes de mercado come�aram a sentir de fato os efeitos da crise.
O que as estat�sticas da ANP demonstram � que a Petrobras, produtora do GLP em suas refinarias, perdeu dinheiro nos dois primeiros meses de crise - em abril e maio. Mas j� no m�s seguinte, voltou a reajustar sua tabela e, ao fim de oito meses, o seu pre�o sem impostos equivalia ao de fevereiro, no pr�-pandemia.
As distribuidoras, que fazem o meio do caminho entre a estatal e o com�rcio varejista, recuperaram margem bruta em abril. Mas desde ent�o, seus ganhos est�o sendo comprimidos e, em agosto, atingiram o pior patamar do ano, equivalente ao de outubro de 2017.
"O momento � de olhar para frente com confian�a na recupera��o da economia. As empresas t�m consci�ncia do papel do GLP na sociedade brasileira", afirmou S�rgio Bandeira de Mello, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindig�s).
J� a revenda reduziu levemente sua margem bruta a partir de junho, justamente no momento em que a Petrobras voltava a elevar os pre�os na refinaria. Ainda assim, chegou a agosto com ganho superior ao do in�cio do ano.
A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que o pre�o m�dio do GLP que sai das suas refinarias equivale a R$ 32,27 por botij�o de 13kg. No acumulado do ano, ela elevou o pre�o do derivado em 16,1%, o equivalente a R$ 4,47 por botij�o. "Importante esclarecer que, desde novembro de 2019, a Petrobras igualou os pre�os de GLP para os segmentos residencial e industrial/comercial, e que o GLP � vendido pela Petrobras a granel. As distribuidoras s�o as respons�veis pelo envase em diferentes tipos de botij�o e, com as revendas, s�o respons�veis pelos pre�os ao consumidor final."
'Choque de energia' ainda n�o aconteceu, dizem ind�strias
O "choque de energia" prometido pelo governo federal ainda n�o aconteceu, na vis�o de grandes ind�strias consumidoras. Elas projetam j� para este fim de ano uma retomada dos pre�os do g�s natural, que, nos planos do ministro da Economia, Paulo Guedes, deveria ser a �ncora do programa de barateamento da energia e dos custos de produ��o industrial.
Num per�odo mais cr�tico da pandemia de covid-19, at� agosto, a tarifa do g�s chegou a cair. Mas agora, passado o pior momento, deve ser reajustada em at� 31% em 15 mercados consumidores. "Tem de ter competi��o. Enquanto a Petrobras definir o pre�o, n�o tem choque nenhum, porque n�o tem concorr�ncia", disse o gerente da Abrace (associa��o que representa o setor), especialista no tema, Adrianno Lorenzon.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA