
A Caixa Econ�mica Federal deve perder mais 7,2 mil empregados at� o final do ano. Esta � a estimativa do pr�prio banco com o novo Programa de Desligamento Volunt�rio (PDV), cujo per�odo de ades�o come�a nesta segunda-feira (9) e vai at� o pr�ximo dia 20.
Nos �ltimos seis anos, contabiliza a Fenae, a estatal perdeu aproximadamente 17 mil banc�rios em todo o pa�s. A empresa, que chegou a ter 101 mil trabalhadores em 2014, conta atualmente com cerca de 84 mil empregados. Confirmada a estimativa para este PDV, a perda de 7,2 mil profissionais, apenas com este programa, representar� mais de 40% do total de desligamentos entre 2014 e este ano (17 mil).
“Especialmente nesta pandemia, estamos vendo a import�ncia do banco p�blico para o pa�s”, destaca o presidente da Fenae, S�rgio Takemoto. Lembra que a estatal � respons�vel pelo pagamento do aux�lio emergencial e de outros benef�cios sociais para mais de 100 milh�es de pessoas (o que equivale � metade da popula��o brasileira), al�m da concess�o de cr�dito para diferentes perfis de empreendedores, duramente afetados pela crise econ�mica.
Takemoto destaca que “os empregados da Caixa fizeram e continuam fazendo um trabalho essencial ao Brasil, mostrando que o banco � imprescind�vel. A falta de trabalhadores agrava n�o s� a jornada di�ria dos banc�rios como tamb�m pode comprometer a qualidade da assist�ncia � sociedade”, acrescenta. O lan�amento deste novo PDV � consequ�ncia da reforma da previd�ncia, consolidada pela Emenda Constitucional 103.
De acordo com a Caixa, os empregados que aderirem ao programa ser�o desligados entre os dias 23 deste m�s e 31 de dezembro, com direito a um incentivo financeiro equivalente a 9,5 Remunera��es Base (RB). “O banco tem que respeitar a decis�o de quem tiver direito legal de continuar trabalhando. O empregado � que tem de analisar e decidir qual � o melhor momento dele se aposentar, conforme a lei”, alerta o presidente da Fenae. “N�o pode haver press�o da empresa sobre o banc�rio que tem direito de continuar trabalhando”, completa Takemoto.
Menos banc�rios e postos de atendimento
Este ano, por determina��o judicial, a Caixa contratou aproximadamente 300 aprovados no concurso de 2014. Contudo, o n�mero est� longe de ser o ideal, segundo apontam a Fenae e outras entidades representativas da categoria. Em raz�o do alto d�ficit de pessoal, a Federa��o e o movimento sindical atuam para que mais concursados de 2014 sejam convocados.
No Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015, a dire��o da Caixa Econ�mica — por for�a de decis�o da Justi�a — se comprometeu com duas mil contrata��es. Os 300 novos banc�rios foram convocados no �ltimo m�s de maio para atuarem no Norte e no Nordeste. As outras regi�es ainda aguardam o atendimento das reivindica��es para o aumento do quadro de pessoal.
Al�m da falta de empregados, o banco ainda fechou 713 postos de trabalho, em 12 meses, de acordo com dados da Caixa Econ�mica relativos ao 1º trimestre deste ano. “Esses enxugamentos produzem impacto direto na ponta: os banc�rios com sobrecarga de trabalho e a popula��o sofrendo com as filas registradas no pagamento do aux�lio e de outros benef�cios, por exemplo”, ressalta o presidente da Fenae.
O PDV
Ficaram de fora deste PDV os banc�rios alcan�ados pela Emenda Constitucional 103 nos termos da norma “RH 229”. Entre eles, os trabalhadores que se aposentaram entre 13 de novembro de 2019 e 5 de novembro deste ano e aqueles com 75 anos ou mais de idade.
No entendimento da coordenadora da Comiss�o Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, os maiores de 75 anos n�o deveriam ser exclu�dos do programa. “Isto porque n�o existe uma lei complementar que trate especificamente sobre o assunto”, afirma.
A Caixa
A Caixa Econ�mica Federal � a principal operadora e financiadora de pol�ticas p�blicas sociais, al�m de geradora de emprego, renda e desenvolvimento para o pa�s. Al�m das ag�ncias, lot�ricas e correspondentes banc�rios espalhados por todo o pa�s, a Caixa chega � popula��o de locais remotos por meio de unidades-caminh�o e ag�ncias-barco.
A estatal oferece as menores taxas para a compra da casa pr�pria e facilita o acesso a benef�cios diversos para os trabalhadores, taxas acess�veis �s parcelas mais carentes da popula��o e recursos para o Financiamento Estudantil (Fies), entre outros.
Cerca de 70% do cr�dito habitacional � feito pela Caixa Econ�mica e 90% dos financiamentos para pessoas de baixa renda est�o na Caixa. Al�m de moradias populares — como as do programa Minha Casa Minha Vida — o banco p�blico tamb�m investe na agricultura familiar e nas micro e pequenas empresas.
