
“Se houver segunda onda, n�o � possibilidade, � certeza (recriar o aux�lio emergencial). Acredito que, se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagir� como da primeira vez. Vamos decretar estado de calamidade p�blica e vamos recriar (o aux�lio emergencial)”, garantiu Guedes, nesta quinta-feira (12/11), em teleconfer�ncia da Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras). Na ter�a-feira, em evento realizado pela Bloomberg, o ministro considerou essa possibilidade, mas em valores menores do que os pagos atualmente pelo benef�cio (R$ 300) para que isso ocorra por um per�odo mais longo.
Durante a palestra para empres�rios do setor supermercadista e de parceiros, o ministro afirmou que ainda n�o trabalha com a possibilidade de uma eventual segunda onda, porque, na avalia��o dele, “a probabilidade � baixa”. Contudo, n�o descarta como um plano de emerg�ncia, pois, no pacto federativo, existe uma “cl�usula de calamidade p�blica”.
“A nossa realidade, o nosso plano A para o aux�lio emergencial, � acabar em 31 de dezembro e voltar para o Bolsa Fam�lia ou para o Renda Brasil. Com a pandemia descendo, o aux�lio emergencial vai descendo junto. A renova��o de aux�lio n�o � nossa hip�tese de trabalho, � conting�ncia. Com uma segunda onda, de novo n�s vamos reagir da mesma forma como reagimos”, afirmou.
Per�odo longo
Guedes lembrou que o valor do aux�lio emergencial inicialmente proposto pela equipe econ�mica, de R$ 200, poderia ser concedido por um per�odo mais longo, “de um ano at� um ano e meio”. Mas a decis�o de aumentar o aux�lio para R$ 500, pelo Congresso, e, posteriormente para R$ 600, pelo presidente Jair Bolsonaro, “foi pol�tica”.
“A pandemia estava no auge, n�o sab�amos o efeito. No fundo, o n�mero saiu acima do que esper�vamos, de R$ 400, que j� era o dobro. Mas a decis�o pol�tica foi para cima. N�o me arrependo. A rea��o foi t�o boa do ponto de vista de preserva��o de emprego e de funcionamento da cadeia integrada, que n�o podemos nos arrepender dessa decis�o. Foi muito boa e foi o resultado de uma democracia funcionando” afirmou o ministro.
Ele voltou a afirmar que o Brasil vai surpreender o mundo e comparou o sucesso da distribui��o digital do benef�cio a mais de 65 milh�es de brasileiros com os Estados Unidos, que enviou o cheque por correio. “Fizemos o dinheiro chegar digitalmente”, lembrou.
Surpresa
Na avalia��o de Guedes, o Brasil reagiu muito bem � crise e est� surpreendendo as proje��es dos mais c�ticos. Por conta disso, n�o descarta o aux�lio no caso de uma segunda de covid-19. “Vamos decretar estado de calamidade e, com a nossa experi�ncia, vamos calibrando os instrumentos”, salientou.
Durante o evento, o ministro elogiou a atua��o dos supermercados durante a pandemia porque evitaram a amea�a de caos social. Afinal, n�o houve desabastecimento de produtos nas prateleiras dos supermercados, que “mantiveram a economia em funcionamento”. Guedes ainda minimizou a recente alta nos pre�os dos alimentos: para ele, a infla��o � “tempor�ria e transit�ria”.
Ao defender a abertura comercial, o ministro disse que o governo utilizar� a redu��o de tarifas de importa��o como um instrumento “contra abusos" para a alta de pre�os de produtos espec�ficos, como fez ao reduzir a taxa sobre o arroz importado. Mas pretende preservar o produtor local.
Urso faminto
Ao comentar a retomada da economia, voltou a afirmar que a atividade est� voltando com for�a e em V, como um “urso que estava hibernando” e agora acordou.
"O urso est� com fome e vai � ca�a", disse, ao comentar os indicadores antecedentes. Segundo ele, os dados continuam surpreendendo e a arrecada��o est� “extraordin�ria”.
“Mesmo sendo otimista, me surpreendeu a velocidade com que a economia brasileira est� voltando”, observou. Para ele, sem uma segunda onda, a economia pode crescer 3,5% a 4% no ano que vem. A previs�o atual do governo est� em 3,2%.
O ministro afirmou, ainda, que a alta nos pre�os dos alimentos � “tempor�ria e transit�ria”. E deve se acalmar com o fim do aux�lio emergencial. “Estamos olhando para toda a pauta de produtos importados e vamos reduzir as tarifas do que estiver subindo o pre�o”, assegurou.