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Estado de Minas ECONOMIA

Com pouca chuva, safra recorde j� tem perdas


05/12/2020 12:30

As chuvas irregulares e at� 50% abaixo da m�dia desde agosto j� causaram a perda de 7,3 milh�es de toneladas de gr�os em todo o Pa�s na safra 2020/21, segundo as principais consultorias do agroneg�cio. A soja e o milho s�o as culturas mais afetadas, mas houve quebra tamb�m na produ��o de arroz. Agricultores relataram que, mesmo em �poca chuvosa como o in�cio de dezembro, a estiagem persiste nas principais regi�es produtoras. A regi�o de Sorriso (MT), maior produtora de soja brasileira, registrava ontem, o 17.� dia consecutivo sem chuva.

Al�m do preju�zo direto com a quebra na produ��o, os produtores est�o sendo obrigados a irrigar as lavouras para evitar preju�zo maior, com aumento no custo de produ��o. "Estamos com os piv�s (equipamento de irriga��o) funcionando h� 15 dias, algo que nunca aconteceu nesta �poca do ano. A soja que est� fora do piv� est� secando, perdendo a florada e ter� de ser replantada, o que tamb�m afeta o custo", disse o produtor e dirigente do Sindicato Rural de Sorriso, Tiago Stefanello Nogueira. O atraso nas chuvas este ano, segundo ele, pode prejudicar a segunda safra de milho, que ser� semeada no in�cio de 2021. "Isso n�o � s� aqui, est� acontecendo em Mato Grosso inteiro", disse.

O monitoramento da safra realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no fim de novembro j� constatou perdas decorrentes do menor volume de chuvas, mas os n�meros ainda est�o sendo contabilizados. O pr�ximo levantamento a ser divulgado no dia 10 pela Conab deve registrar queda na previs�o atual, de 268,9 milh�es de toneladas, considerada recorde. Previs�es do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) d�o conta de que o clima, afetado pelo La Ni�a, pode ter ciclos irregulares de chuva no fim do ano e in�cio de janeiro, o que n�o � bom para o campo. Mais de 95% da �rea com soja n�o s�o irrigados e dependem das chuvas.

De acordo com o consultor da Terra Agroneg�cios, �nio Fernandes, as lavouras de soja, principal gr�o produzido e exportado pelo Brasil, sofreram com o atraso ou falta de chuvas em quase todo o Pa�s, � exce��o da Regi�o Norte. S� no Rio Grande do Sul, a quebra na produ��o chega a 1 milh�o de toneladas. Segundo o Inmet, em novembro as chuvas na regi�o norte ga�cha oscilaram entre 50 e 75 mm, sendo que a m�dia hist�rica varia entre 100 e 150 mm. Em Mato Grosso do Sul, a seca mais severa reduziu em 4% a previs�o de produ��o. Entre agosto e novembro, as chuvas atingiram 54% da m�dia do Estado, mas na regi�o do Pantanal quase n�o choveu.

Atraso da chuva

Em lavouras de soja de Mato Grosso e Goi�s, houve perda de 2% e, no Paran� e em Santa Catarina, quebra de 400 mil e 100 mil toneladas, respectivamente. Nesses Estados, o problema maior foi o atraso e a m� distribui��o das chuvas. Com isso, a Terra revisou a previs�o de safra da soja brasileira de 134,9 milh�es, segundo o n�mero da Conab, para 131,4 milh�es de toneladas.

Conforme o especialista, muitas �reas de soja est�o sendo replantadas, mas a produtividade vai cair. "Quando o plantio acontece depois de 1.� de dezembro, mesmo que o clima seja perfeito, a produtividade ser� menor devido aos dias com menos sol." A consultoria reduziu tamb�m a previs�o para a safra ver�o de milho, cultura tamb�m castigada pela seca principalmente no Rio Grande do Sul. "A Conab fala em 26,5 milh�es de toneladas, mas estamos prevendo 22,6 milh�es", disse. Mesmo que chova, segundo ele, o milho n�o tem o mesmo poder de recupera��o do que a soja.

A Agroconsult, outra consultoria do setor, tamb�m revisou para baixo a previs�o de safra da soja. A produ��o deve alcan�ar 133,2 milh�es de toneladas, 1,75 milh�o a menos do que a estimativa da Conab, mas n�o est�o descartadas novas revis�es para baixo em decorr�ncia do atraso no plantio devido � seca. Conforme o s�cio-diretor Andr� Pessoa, diversas regi�es do Pa�s est�o com as lavouras em situa��o de desenvolvimento inferior � registrada no mesmo per�odo da �ltima temporada.

O boletim mais recente da Conab apontou que durante a primeira quinzena de novembro as chuvas foram irregulares e mal distribu�das na maior parte da regi�o centro-sul do Pa�s, causando impacto no desenvolvimento das lavouras. Na regi�o sul, o baixo volume de precipita��es afetou a evolu��o da semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de ver�o, como soja e milho. No centro-oeste, houve atraso na semeadura e a evolu��o das lavouras est� abaixo da m�dia hist�rica, segundo a estatal. A Conab informou que indica as tend�ncias, mas n�o antecipa os n�meros.

Perdas

No norte e oeste do Paran�, as chuvas atrasaram e o plantio da soja, que deveria ter se encerrado ao fim de setembro, s� pode ser iniciado a partir de 15 de outubro, segundo o produto Valdir Edemar Fries, do munic�pio de Itamb�. "Quando chegaram, as chuvas vieram mal distribu�das, acontecendo de no mesmo munic�pio chover 40 mil�metros em algumas lavouras e s� alguns pingos em outras." Sem umidade do solo, muitas lavouras n�o tiveram o crescimento vegetativo esperado e precisaram ser replantadas.

Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paran�, a irregularidade nas chuvas provocada pelo fen�meno La Ni�a pode frustrar a previs�o de safra de 24,3 milh�es de toneladas de soja na safra 2020/2012. O volume j� � 2% menor que a safra anterior, mas a queda pode ser ainda maior se n�o houver a normaliza��o do clima. No oeste do Paran�, as perdas est�o consolidadas entre 5% e 10%.

Na regi�o de Cap�o Bonito, no sudoeste paulista, o plantio da soja come�ou com atraso de at� 20 dias devido � falta de chuvas. De acordo com o produtor Em�lio Kenji Okamura, presidente da Cooperativa Agr�cola de Cap�o Bonito (CACB), o clima seco frustrou um esperado aumento na �rea cultivada. "Ainda n�o sabemos se a produ��o vai ser boa, pois n�o choveu o suficiente e h� previs�o de pouca chuva entre dezembro e janeiro devido ao fen�meno La Nina", disse.

No Rio Grande do Sul, a falta de chuvas afetou o plantio de arroz, segundo o presidente da Associa��o dos Arrozeiros de Uruguaiana, Roberto Fagundes. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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