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Estado de Minas ECONOMIA

Semin�rio da FGV debate ajuste fiscal e vacina��o


08/12/2020 07:04

A recupera��o mais vigorosa e sustentada da economia brasileira passa pela vacina��o da popula��o contra a covid-19, mas tamb�m pela retomada da agenda de reformas necess�rias ao equil�brio das contas do governo, defendem economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV).

As incertezas e atrasos que cercam o programa de vacina��o da popula��o brasileira contra o novo coronav�rus trazem uma preocupa��o adicional � recupera��o da atividade econ�mica no p�s-pandemia, alertou Jos� J�lio Senna, chefe do Centro de Estudos Monet�rios do Ibre/FGV.

"A pandemia � uma quest�o mundial. Temos uma preocupa��o adicional, que tem a ver com o programa de vacina��o. Estamos muito atrasados, com dois laborat�rios fundamentalmente. O Canad� comprou nove op��es. A incerteza da vacina � somada a todas as outras para volta da normalidade do Pa�s", alertou Senna, durante o IV Semin�rio de An�lise Conjuntural, promovido online pelo Ibre/FGV em parceria com o Estad�o.

Senna frisa que a pandemia de covid-19 tem como caracter�stica fundamental o car�ter de elevado grau de incerteza, em meio ao fechamento de neg�cios que n�o ser�o reabertos, empresas endividadas com menos capacidade de investimentos e o desafio da retomada do emprego.

Segundo Armando Castelar, coordenador da �rea de Economia Aplicada do Ibre/FGV, a solu��o para a recupera��o dos investimentos e, consequentemente, da economia como um todo, n�o passa por mais desembolsos p�blicos. "Acho que tem dinheiro no setor privado, o que n�o tem � confian�a de que vai poder construir sem ficar doente", afirmou. Castelar cr� que a reforma mais imediata de governo neste momento deveria ser a de comunica��o, um esfor�o de construir uma narrativa para apontar as prioridades.

Narrativa

"N�o se tem uma ideia clara do que vem pela frente, qual a prioridade, nada. Isso penaliza muito a recupera��o da economia", disse Castelar: "A quest�o da vacina � importante nisso, de construir um plano de como as coisas v�o voltar. N�o existe coordena��o pol�tica para ser muito ambicioso, mas precisa ter uma narrativa."

A perspectiva de uma vacina contra o novo coronav�rus e o retorno do capital estrangeiro nos pa�ses emergentes trazem boas perspectivas para 2021, mas o esquecimento do compromisso com o ajuste fiscal amea�a as condi��es econ�micas adiante.

"(A vacina) N�o resolve os problemas estruturais do Brasil. Tenho receio muito grande que essa recupera��o c�clica mais forte acabe adormecendo o processo de reformas, acabe gerando uma certa in�rcia em resolver as quest�es mais fundamentais, e mais na frente a gente tenha um aprofundamento disso. Acho que a gente pode estar daqui a um ano se apavorando com 2022, um cen�rio econ�mico complicado", declarou Castelar.

O economista refor�a que o fluxo de capital que voltou ao Pa�s em novembro � uma boa not�cia, mas pode haver nova fuga, dependendo dos desdobramentos da pandemia e da condu��o da pol�tica fiscal.
Jos� J�lio Senna lembra que uma euforia toma conta dos mercados financeiros mundo afora, em decorr�ncia na elei��o do democrata Joe Biden para a presid�ncia dos Estados Unidos, mas, principalmente, pela perspectiva de vacina��o da popula��o contra a covid-19. No entanto, h� muitos obst�culos a serem superados at� que a imuniza��o alcance parte expressiva da popula��o.

Senna concorda que o tema do ajuste fiscal n�o deva ser abandonado em meio ao otimismo com o futuro. Ele ressalta que preservar o teto de gastos � fundamental, mas ainda suficiente.
A coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV, Silvia Matos, estima que o Produto Interno Bruto (PIB) recue 4,7% no ano de 2020. A proje��o para o quarto trimestre deste ano ante o terceiro trimestre � de uma alta de 1,3%. A economista calcula que o resultado do segundo semestre j� deixe um carregamento estat�stico positivo de 2% para 2021, mas que a economia teria que crescer al�m de 3,5% para recuperar as perdas deste ano, disse. As proje��es da FGV consideram uma perda de for�a no consumo de bens, com alguma recupera��o no consumo de servi�os.

No entanto, o novo agravamento da pandemia reduz um pouco a mobilidade e a retomada do setor de servi�os, alertou Silvia.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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