A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira, 10, que a retomada na economia no terceiro trimestre foi "encorajadora" na zona do euro, mas que a pandemia segue como desafio. Segundo a dirigente, a nova onda de covid-19 e as medidas para limit�-la devem conter o crescimento econ�mico. No entanto, para ela, o "freio" na atividade � menor do que o ocorrido no segundo trimestre. Os riscos de novos lockdown "requerem apoio continuado da pol�tica fiscal", afirmou Lagarde em coletiva de imprensa ap�s a decis�o de pol�tica monet�ria do BCE.
Segundo a dirigente, a perspectiva para a economia foi revisada "para baixo" no curto prazo, e os riscos continuam apontando no mesmo sentido, ainda que menos pronunciados. O curto prazo � o "mais dif�cil", de acordo com o quadro projetado, por conta da segunda onda da covid-19.
J� a m�dio prazo, as perspectivas de vacinas d�o "esperan�a" de solu��o na crise de sa�de. O quarto trimestre deste ano deve ser negativo, projeta o BCE, com perda de 2,2% no PIB. Em 2020 como um todo, � esperada uma contra��o de 7,3% no PIB da zona do euro. Em 2021, a proje��o � de uma alta de 3,9%, seguida de crescimento de 4,2% em 2022 e 2,1% em 2023.
O setor de servi�os segue "muito contido" por conta das restri��es, segundo Lagarde, que espera que a imunidade de rebanho em 2021 leve os servi�os de volta � normalidade. A ind�stria tem se recuperado claramente, segundo a dirigente, mas os servi�os seguem como "maior fardo".
Fundo de recupera��o
A presidente do BCE afirmou que, em meio aos riscos � retomada econ�mica trazidos pela segunda onda de covid-19, o fundo de recupera��o da Uni�o Europeia deve se tornar "operacional, sem demora", tendo em vista auxiliar os pa�ses da regi�o rapidamente.
Al�m disso, a dirigente disse que todas as pol�ticas a serem adotadas no bloco devem levar em conta os desafios contidos nas mudan�as clim�ticas.
Compra de b�nus
A presidente do BCE afirmou que o programa de compras de b�nus pela institui��o pode ser "recalibrado", em caso de necessidade, em vista de apoiar as condi��es do momento. Lagarde indicou que as aquisi��es ter�o "flexibilidade", variada com as condi��es do mercado. As afirma��es foram feitas em coletiva de imprensa ap�s a divulga��o de decis�o de pol�tica monet�ria do BCE.
A dirigente destacou que a dura��o do programa de compras ser� estimada a partir da crise sanit�ria, e que, em caso de retomada forte na economia, as compras poderiam ser ajustadas, tendo em vista um poss�vel impacto na infla��o.
Por outro lado, em caso de mais aperto financeiro, Lagarde afirmou que o "n�vel certo de compras" ser� realizado.
Infla��o
Christine Lagarde afirmou ainda que a infla��o da zona do euro est� em n�vel "desapontador" e que deve seguir negativa at� o in�cio de 2021. No atual quadro econ�mico, em que o avan�o da covid-19 levou a um rebaixamento nas previs�es, a infla��o deve ficar mais fraca do que o esperado, segundo a dirigente, com baixa nas proje��es de 2020 e 2022.
Para 2021, a expectativa � de alta no �ndice de pre�os ao consumidor (CPI, na sigla em ingl�s) de 1%, seguida por crescimento de 1,1% em 2022, e avan�o de 1,4% em 2023.
Segundo Lagarde, n�o h� meta para o c�mbio do euro, em meio a uma alta da moeda comum ante ao d�lar, mas, como pode ter impacto inflacion�rio, o tema segue monitorado "com cuidado".
As medidas adotadas nesta quinta pelo BCE ajudar�o a salvaguardar as "estabilidade" nos pre�os em m�dio prazo, segundo a dirigente. "A expectativa � manter condi��es financeiras favor�veis para apoiar a confian�a", afirmou Lagarde.
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