Apesar de a pandemia de COVID-19 ter abalado v�rios setores da economia, o ramo imobili�rio e de constru��o civil conseguiu bons n�meros e tem boa expectativa para 2021.
“A constru��o civil, num primeiro momento, tamb�m sentiu o impacto (da pandemia de COVID-19). Os PIBs tanto do Brasil quanto de Minas registraram queda, no segundo trimestre, na casa de 8%. J� no terceiro trimestre, o setor mostra uma recupera��o. No Brasil, o crescimento foi de 5,6% e em Minas 6,5%”, diz a economista e assessora econ�mica Ieda Vasconcelos.
Em outubro, j� � poss�vel ver uma desacelera��o em fun��o do desabastecimento e aumento no pre�o dos insumos.
“Foi um ano totalmente at�pico para todos n�s, mas de tremenda supera��o do setor. Quando as autoridades, l� em mar�o, come�aram a tomar as medidas de isolamento, ficamos muito preocupados. Achamos que seria um ano de grande preju�zo”, disse Geraldo Linhares, presidente do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Ainda segundo ele, “contamos com a colabora��o e a perspic�cia do nosso governador Zema, que considerou a nossa atividade como essencial. Sen�o, estar�amos parando 225 canteiros naquele momento”.
Linhares acrescentou que o sindicato tomou todas as medidas para um bom conv�vio sanit�rio dentro das obras, al�m de fazer acordo com os trabalhadores do setor, por meio dos sindicatos laborais.
“Eles entenderam que dever�amos continuar trabalhando, que era o melhor para os nossos oper�rios, que t�m entre 18 e 45 anos, do que irem para casa, em um momento de tanta afli��o. Fizemos acordos e conven��o coletiva, reuni�o com Minist�rio P�blico do Trabalho, tra�amos um plano emergencial para saber como atuar nas obras”.
De acordo com o presidente, n�o houve mortes trabalhadores COVID-19, na Regi�o Metropolitana de BH. Al�m disso, as empresas conseguiram se adaptar ao trabalho em home office e apostaram nas vendas on-line, possibilitando o crescimento do mercado imobili�rio.
A �rea de loteamentos tamb�m apresentou crescimento expressivo, al�m das obras industriais, com a recupera��o de Brumadinho e Mariana.
A �rea de loteamentos tamb�m apresentou crescimento expressivo, al�m das obras industriais, com a recupera��o de Brumadinho e Mariana.
“Tivemos alguns avan�os na �rea de meio ambiente, tecnologia e da nossa comiss�o de materiais”, finaliza.
Casa pr�pria e isolamento
“Muitas pessoas perguntam porque o mercado imobili�rio cresceu tanto no per�odo da pandemia. As pessoas fizeram uma resignifica��o do imovel, hoje elas t�m uma rela��o diferente com a casa pr�pria. Devido ao isolamento social, passaram mais tempo em casa e a valorizar o ambiente do lar. Alguns fizeram reforma e outros mudaram para um apartamento maior”, explicou Renato Michel, vice-presidente da �rea Imobili�ria.
Segundo ele, outro ponto de destaque � que as empresas de constru��o e incorpora��o se adaptaram rapidamente ao digital. “Hoje voc� pode fazer a aquisi��o de um im�vel de maneira totalmente on-line, sem precisar se deslocar”.
A redu��o da taxa de juros � outro fator que explica esse crescimento. “Temos a taxa de juros no menor patamar hist�rico e o mercado imobili�rio � altamente dependente de financiamento imobili�rio. Com essa taxa, o financiamento est� muito acess�vel. Por isso, v�rias fam�lias que n�o tinham acesso a esse financiamento em fun��o da sua renda, passam a ingressar nesse novo mercado”.
Mercado de trabalho
De janeiro a outubro, a constru��o nacional gerou 138.409 novos postos de trabalho com carteira assinada, sendo o melhor ano para o setor desde 2013, conforme os dados do novo Caged, divulgados pela Secretaria Especial da Previd�ncia e Trabalho, do Minist�rio da Economia.
J� em Minas Gerais, no mesmo per�odo, foram geradas 31.000 novas vagas com carteira assinada, considerado o melhor resultado para o setor desde 2012.
J� em Minas Gerais, no mesmo per�odo, foram geradas 31.000 novas vagas com carteira assinada, considerado o melhor resultado para o setor desde 2012.
Ainda segundo a economista, a constru��o civil foi o segmento que mais gerou postos de trabalho com carteira assinada no Brasil este ano, seguido pelo agroneg�cio. O mesmo aconteceu em Minas Gerais, seguido pela ind�stria.
Em Belo Horizonte foram gerados 9.828 novos postos de trabalho com carteira assinada. Assim, a constru��o civil foi o �nico setor na cidade que apresentou resultado positivo em seu mercado de trabalho no acumulado dos primeiros 10 meses do ano.
Em Belo Horizonte foram gerados 9.828 novos postos de trabalho com carteira assinada. Assim, a constru��o civil foi o �nico setor na cidade que apresentou resultado positivo em seu mercado de trabalho no acumulado dos primeiros 10 meses do ano.
Al�m disso, Minas Gerais foi o estado que mais gerou novas vagas formais na constru��o no pa�s, nos primeiros dez meses de 2020.
Mercado imobili�rio
No acumulado dos primeiros nove meses de 2020 houve um incremento de 8,4% nas vendas de im�veis novos no pa�s e queda de 27,9% nos lan�amentos.
De janeiro a outubro o n�mero de unidades novas vendidas em Belo Horizonte e Nova Lima foi de 3.431, o que corresponde a um incremento de 30,31% em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior (2.633).
Nos primeiros 10 meses do ano, observa-se que apesar dos lan�amentos registrarem incremento de 10,94% na compara��o com os mesmos meses do ano passado, ainda ficaram inferiores ao n�mero de vendas.
Assim, o estoque de unidades novas dispon�veis para comercializa��o caiu 25,56%, atingindo um dos menores patamares da s�rie hist�rica.
Assim, o estoque de unidades novas dispon�veis para comercializa��o caiu 25,56%, atingindo um dos menores patamares da s�rie hist�rica.
Considerando a venda m�dia mensal em 2020, o estoque atual de 3.049 unidades conseguiria atender as cidades de BH e Nova Lima por apenas nove meses.
Com o baixo patamar de estoque dispon�vel para comercializa��o e o incremento expressivo no pre�o dos insumos, o pre�o dos im�veis novos cresceu 9,03% nos primeiros 10 meses de 2020.
As regi�es da Pampulha, Centro Sul e Oeste foram respons�veis por 57,36% das vendas de apartamentos novos. O maior volume de lan�amentos foi observado nas regi�es Norte, Centro Sul, Oeste, Nordeste e Nova Lima. O maior n�mero de unidades novas dispon�veis para venda est� na regi�o Centro Sul (655 unidades).
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina