Ap�s uma migra��o em massa de servidores para o trabalho remoto por causa da pandemia de covid-19, 13 �rg�os do Executivo federal, que re�nem quase 54 mil funcion�rios ativos, j� iniciaram a ades�o ao modelo de forma permanente. O n�mero ainda pode crescer porque 56 �rg�os est�o preparando suas regras ou demonstraram algum tipo de interesse em adotar o formato.
Dos 600 mil servidores em atividade no Executivo, cerca de 200 mil est�o em posi��es que, em princ�pio, se encaixariam no modelo de trabalho remoto, estima o secret�rio especial de Desburocratiza��o, Gest�o e Governo Digital, Caio Paes de Andrade. N�o significa que todos eles migrar�o para o home office. Antes disso, dois passos s�o essenciais: o �rg�o aderir, apontando quais atividades podem ser exercidas a dist�ncia, e o servidor manifestar desejo pela mudan�a.
"Vamos manter o trabalho remoto agora n�o como obriga��o, mas como uma conquista", afirma Paes de Andrade.
Segundo o secret�rio, a pandemia acelerou o plano de melhoria da administra��o com a ado��o do trabalho remoto, tido como vantajoso para o governo e para os servidores que se adaptam ao modelo.
Em 2020, o governo economizou R$ 1,488 bilh�o ao deixar de gastar com di�rias, passagens, conta de luz e �gua e c�pias e reprodu��o de documentos, al�m de despesas com aux�lio-transporte e horas extras, entre outros benef�cios a servidores.
Entre mar�o e setembro, mais de 50% dos funcion�rios do Executivo trabalharam de casa, diante das recomenda��es de distanciamento social para conter o avan�o da doen�a.
O governo deixou de fazer o acompanhamento semanal dessa estat�stica, mas o diagn�stico � o de que o porcentual diminuiu no fim de 2020. A tend�ncia, por�m, � que uma fatia significativa do contingente de servidores fique no trabalho remoto de forma permanente.
Os �rg�os que j� aderiram s�o os minist�rios da Economia, da Cidadania, do Desenvolvimento Regional, de Minas e Energia, a Secretaria-Geral da Presid�ncia e mais oito ag�ncias reguladoras: Anatel (telecomunica��es), Antaq (transportes aquavi�rios), ANTT (transportes terrestres), ANM (minera��o), ANA (�guas), Ancine (cinema), ANP (petr�leo e g�s) e Cade (concorr�ncia).
Metas de produ��o
O secret�rio de Gest�o do Minist�rio da Economia, Cristiano Heckert, explica que os servidores em trabalho remoto e seus gestores imediatos ter�o acesso a duas solu��es: o ponto eletr�nico ou o Programa de Gest�o de Demanda.
O PGD vem com uma solu��o tecnol�gica para permitir a defini��o de metas e o acompanhamento de sua execu��o. Segundo ele, o gestor poder�, por exemplo, solicitar a emiss�o de um parecer t�cnico e estipular o n�mero necess�rio de horas para concluir a tarefa. O resultado tamb�m ser� avaliado pelo gestor. A ideia � que informa��es sobre o cumprimento dessas metas fiquem dispon�veis � sociedade.
No in�cio do m�s, uma pesquisa realizada pela Escola Nacional de Administra��o P�blica (Enap) em parceria com o Minist�rio da Economia e com a Universidade de Duke (EUA) apontou que mulheres e pessoas com filhos menores de cinco anos s�o os que mais relatam perda de tempo produtivo no trabalho remoto. Segundo Heckert, o ambiente do trabalho remoto permanente ser� diferente.
"Este ano foi de mar revolto, todo mundo foi a f�rceps trabalhar em casa. Vamos caminhar para um modelo mais organizado, com um ambiente diferente", diz Heckert.
O professor titular de estrat�gia e inova��o da Funda��o Dom Cabral Fabian Salum afirma que pesquisas no Brasil e na Argentina j� demonstraram os ganhos financeiros da migra��o de alguns servidores p�blicos para o trabalho remoto. "Tem de haver um certo equil�brio entre a ado��o na �ntegra e a ado��o de maneira h�brida de pr�ticas e de sele��o de profissionais, �reas e atividades para n�o enfraquecer institui��es, seu compromisso de entrega e sua efetiva contribui��o para a sociedade."
Salum tamb�m chama a aten��o para a necessidade de preservar a seguran�a da informa��o, dado que as redes de conex�o dom�sticas s�o mais vulner�veis a invas�es e ataques cibern�ticos, e servidores lidam muitas vezes com informa��es sens�veis.
O presidente do F�rum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, diz que o teletrabalho deu bons resultados em termos de economia para o governo e incremento de produtividade e dever� ser mantido, ainda que conjugado com atividades presenciais. "O que teremos de acompanhar � em que medida essa nova sistem�tica vai impactar em quest�es trabalhistas, psicol�gicas e sociais. Sabemos, por exemplo, que no p�s-pandemia devem aumentar os casos de dist�rbios ps�quicos, mas n�o temos not�cias de que a administra��o p�blica esteja minimamente preparada para enfrentar essa situa��o." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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