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Estado de Minas ECONOMIA

Com covid-19 e isolamento social, setor a�reo teve pior ano da hist�ria


02/01/2021 07:35

A expectativa para 2020 era alta no setor a�reo. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, previa que seria o melhor ano para as empresas desde 2010. Com a sa�da da Avianca Brasil do mercado e a consequente redu��o da concorr�ncia, as companhias tinham elevado os pre�os das passagens em 2019 e viam a situa��o de seus caixas melhorar. A Azul prometia elevar a oferta em 20%, enquanto Gol e Latam, entre 6% e 9%. Mas n�o poderia ser mais diferente do que aconteceu. Com a covid-19 e o distanciamento social, o setor teve o pior ano de sua hist�ria, com uma queda de demanda que chegou a 94,5% no pior momento.

"No pr�-covid, as coisas estavam indo super bem. Os voos estavam cheios. Seria um ano recorde para n�s. A�, de repente, tudo parou", lembra o presidente da Azul, John Rodgerson.

A paralisa��o dos voos foi global e o setor acabou sendo um dos mais atingidos pela crise do coronav�rus. O impacto foi t�o profundo que, rapidamente, governos passaram a resgatar empresas a�reas privadas. Nos Estados Unidos, inicialmente, US$ 25 bilh�es foram destinados �s companhias do setor - mais US$ 15 bilh�es foram aprovados no fim do ano. Na Alemanha, � 9 bilh�es socorreram a Lufthansa.

Por aqui, as discuss�es por uma ajuda estatal foram travadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BDNES) e fracassaram. O modelo proposto pelo banco, que financiaria 60% do empr�stimo - 10% deveriam vir de um sindicato de bancos e 30%, levantados no mercado - foi considerado caro e ineficiente pelas companhias.

Isso porque os t�tulos das empresas j� s�o negociados hoje no mercado. As companhias teriam, portanto, de oferecer juros mais elevados para essa nova d�vida se tornar atraente. A esse pre�o mais alto, bancos privados poderiam fornecer o cr�dito.

A sa�da encontrada por Gol e Azul acabou sendo recorrer ao mercado financeiro. J� a Latam entrou em recupera��o judicial (chapter 11) nos EUA.

Al�m do pedido de recupera��o em Nova York, a Latam adotou outra sa�da inesperada e fechou uma parceria de "code share" com a Azul para as empresas realizarem voos de forma conjunta.

At� o ano anterior, as companhias viviam disputa acirrada pelas autoriza��es de pouso e decolagem no aeroporto de Congonhas (SP) deixadas pela Avianca Brasil, que havia falido. A briga levara os presidentes das empresas a trocarem acusa��es publicamente e ainda fez com que a Azul deixasse a Abear, a entidade que representa o setor.

"N�o consigo imaginar, e duvido que a Azul imaginasse, um 'code share' entre Latam e Azul se n�o estiv�ssemos em uma crise como essa. Mas, neste momento, faz sentido, porque tanto eles como n�s queremos vender mais e aumentar a receita. Se uma forma de elevar a receita � vender um voo operado por eles, tudo bem", diz Jerome Cadier, presidente da Latam no Brasil.

A parceria surgiu ap�s uma reuni�o virtual de relacionamento entre o presidente da Azul, John Rodgerson, e o presidente do grupo Latam, Roberto Alvo, que havia assumido o cargo em abril, no meio da crise.

O acordo entre as empresas garantiu a sobreviv�ncia de algumas rotas que poderiam desaparecer por causa da queda da demanda. Mas n�o de todas elas.

"A crise cria uma deseconomia de escala. Voos que tinham um certo n�mero de passageiros acabam n�o sendo mais vi�veis. As empresas v�o sair menores depois disso tudo. O mercado n�o vai se recuperar totalmente", diz Andr� Castellini, s�cio da consultoria Bain & Company e especialista no setor.

Segundo a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), o total de passageiros no mercado dom�stico em outubro era metade do registrado um ano antes. Castellini prev� que o n�mero s� volte ao patamar anterior � crise em junho de 2023.

Segmento corporativo

No mercado internacional, que hoje se aproxima dos 15% do que tinha em dezembro de 2019, a recupera��o total s� deve ocorrer daqui a quatro anos, estima o consultor. J� para o segmento corporativo, que paga as tarifas mais caras e � uma importante fonte de receita para as empresas, n�o � poss�vel nem fazer previs�es concretas.

"Entre 25% e 35% da demanda de neg�cios deve acabar porque o setor vai perder uma parte n�o desprez�vel da demanda no p�s-pandemia por causa das solu��es de videoconfer�ncia. Mas esse n�mero ainda � impreciso", acrescenta Castellini.

Diante desse cen�rio e das incertezas, os presidentes das companhias a�reas afirmam n�o poder cravar que o pior ficou para tr�s com o fim de 2020.

Apesar de sentirem uma recupera��o mais s�lida na demanda desde setembro, destacam que n�o respirar�o tranquilos enquanto a popula��o n�o estiver vacinada e dizem, ainda, que a sa�da dessa crise pode ser t�o complexa quanto o in�cio dela. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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