A uni�o das operadoras Hapvida e Grupo Notredame Interm�dica (GNDI), que est� sendo negociada, traz, � primeira vista, uma maior concentra��o no mercado de planos de sa�de. Mas, para o presidente da Hapvida, Jorge Pinheiro Koren de Lima, � uma opera��o que pode ser positiva n�o apenas para as empresas, mas tamb�m para os clientes, j� que eventuais ganhos de sinergia seriam repassados aos pre�os. Juntas, as duas empresas teriam um valor de mercado de R$ 120 bilh�es e receita l�quida anual na casa dos R$ 18 bilh�es.
Segundo o executivo, a ideia da fus�o entre as empresas � bastante antiga.
A Hapvida nasceu em 1979, quando o pai de Jorge, C�ndido Pinheiro, m�dico oncologista, abriu uma cl�nica, que mais tarde se tornou um hospital com planos de sa�de - hoje, o m�dico-empres�rio est� � frente do conselho de administra��o da empresa.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
Qual a l�gica por tr�s da proposta de fus�o entre Hapvida e Notredame?
As duas empresas t�m modelos de neg�cios bem semelhantes, mas, foram criadas em regi�es diferentes e atuam em posi��es geogr�ficas diferentes (Hapvida � mais concentrada no Norte e Nordeste e o GNDI em S�o Paulo). E as empresas s�o verticalizadas. No nosso caso, somos a empresa mais verticalizada do mundo, com 80% das consultas e 90% das interna��es feitas dentro das nossas unidades pr�prias. Essa possibilidade de fus�o � algo transformacional e muito positiva. A miss�o das empresas � oferecer medicina de alto padr�o e de forma acess�vel. Com a combina��o, isso ocorrer� de forma muito mais intensa. Estamos a um passo da cria��o de uma das maiores operadoras de sa�de do mundo todo.
Os ganhos de sinergias chegar�o aos clientes?
� sempre o nosso objetivo, repassar os ganhos que a empresa vem historicamente tendo ao longo do tempo. Nossa miss�o � ser acess�vel, n�o abrindo m�o da qualidade assistencial. A posi��o geogr�fica de cada uma hoje se encaixa como se fosse um quebra-cabe�a, n�o h� sobreposi��o. Atuaremos nas cinco regi�es brasileiras e teremos um s� produto. Nos planos corporativos, haver� s� um fornecedor atuando para todos os grandes players, como as redes varejistas. A combina��o vai nos permitir atender a todos de maneira �nica.
De onde vir�o as sinergias?
De v�rias frentes. Uma delas � que � esperada redu��o da sinistralidade (consultas, exames, cirurgias, etc.), o que ocorre com a maior verticaliza��o e tecnologia, por exemplo. Seremos ainda a maior empresa em n�mero de hospitais do Pa�s. � natural tamb�m esperar elimina��o de duplicidades de despesas gerais e administrativas.
Qual ser� o foco de atua��o, se a opera��o for bem-sucedida?
A combina��o dos neg�cios pode aumentar o alcance dos planos de sa�de. Hoje, apenas 22% da popula��o � coberta por planos de sa�de. Queremos ser cada vez mais acess�veis. Nos �ltimos tr�s ou quatro anos, em fun��o de crise, o setor perdeu tr�s milh�es de usu�rios. Antes da pandemia, esse era o terceiro item de maior desejo do brasileiro e, em tempos de covid, esse desejo deve ter aumentando, � natural se esperar isso. Primeiro, temos a possibilidade de trazer de volta os usu�rios que sa�ram e ainda todo um universo de pessoas que nunca tiveram um plano.
Como foi o ano de pandemia para a empresa?
O ano passado foi muito desafiador, e tamb�m ser� assim em 2021. Mas nossa empresa tem caminhado da melhor forma poss�vel. Estamos sendo transparentes e somos os �nicos a divulgar todos os dados da covid, incluindo o de �bitos. Se compararmos o usu�rio da Hapvida, o �ndice de mortalidade tem sido a metade do �ndice visto na popula��o em geral.
Por que o setor de sa�de no Brasil passa por grande movimento de fus�es e aquisi��es?
O setor no Brasil � muito pulverizado, com mais de 700 empresas. Ainda vejo espa�o de consolida��o no setor por conta dessa fragmenta��o.
Quais ser�o os principais destinos de investimentos?
Tecnologia ser� um dos principais itens da nossa pauta. Em laborat�rios de diagn�stico vamos crescer de forma org�nica (sem aquisi��es), mas, em hospitais e operadoras de planos, � bem prov�vel que iremos continuar consolidando o mercado.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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