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Estado de Minas ECONOMIA

Morre de covid-19 Raymundo Magliano Filho, ex-presidente da Bovespa


11/01/2021 10:41

Mesmo nos �ltimos anos afastado do dia a dia de mercado financeiro, Raymundo Magliano Filho n�o deixava, um dia sequer, de saber como estava a Bolsa. Acompanhava sempre de perto as not�cias e n�o recusava uma conversa para contar sobre os dias em que o preg�o da bolsa paulista, a Bovespa, no centro de S�o Paulo, estava cheio de operadores espremidos para fazerem seus neg�cios. Ou para mostrar uma cole��o de fotos e not�cias que narravam sua empreitada, a qual guardava em seu escrit�rio, que mantinha no bairro de Higien�polis, no centro de S�o Paulo. Magliano filho, de 78 anos, faleceu �s 6h30 desta segunda-feira, 11. Ele lutava contra a covid-19 deste novembro.

Comandante da Bovespa entre 2001 a 2008, at� a fus�o com a BM&F;, que deu origem � BM&FBovespa;, Magliano sempre foi conhecido na sua batalha para o desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, algo que h� vinte anos era muito mais desafiador dada as elevad�ssimas taxas de juros que afastavam os investidores do mercado de a��es. Como presidente da Bolsa, ele foi conhecido por uma ampla campanha para populariza��o do investimento em a��es. Criou o programa "Bovespa vai at� voc�", que levava equipes da bolsa a diferentes cidades do Pa�s.

Nesse programa, em 2001, a Bovespa montou uma tenda na comemora��o do Dia do Trabalho, promovida pela For�a Sindical em S�o Paulo. Na festa, mais de 30 mil pessoas passaram pela estrutura da Bolsa, tendo ali um dos seus primeiros contatos com o mercado de a��es. Depois ousou mais e lan�ou o "Bovm�vel", um furg�o com o logotipo da Bovespa, no qual Magliano Filho visitou o litoral paulista para falar com investidores. O ve�culo tamb�m foi at� Caraj�s, no Par�. Outra empreitada foi o "Mulheres em A��o". Quando Magliano tomou posse, cerca de 75 mil pessoas f�sicas negociavam a��es na Bolsa. Em 2008, quando deixou o cargo, esse n�mero alcan�ava 536,5 mil.

Magliano Filho era formado em administra��o de empresas pela Funda��o Getulio Vargas e seu contato com o mercado come�ou muito cedo. Seu pai, Raymundo Magliano, fundou, em 1927, a corretora hom�nima, dona do t�tulo patrimonial n�mero 1 da bolsa. A corretora, que estava sob o comando de Raymundo Magliano Neto, j� na terceira gera��o da fam�lia, foi vendia � corretora Neon, uma fintech.

Magliano Filho tamb�m se dedicou aos estudos de filosofia e nunca escondeu sua admira��o pela obra de Norberto Bobbio, Hannah Arendt e Antonio Gramsci. H� alguns anos publicou o livro "A for�a das ideias para um capitalismo sustent�vel". "Passei a acreditar que esses conceitos, quando devidamente aplicados, podem gerar uma mudan�a cultural profunda, capaz de resultar na amplia��o de oportunidades, inclus�o social e responsabilidade socioambiental. Dessa forma, com o pensamento e a a��o conjugados para enfrentar os desafios, � poss�vel, vivenciar de fato, a for�a das ideias, da coopera��o interpessoal e do esp�rito c�vico", escreveu Magliano Filho, em seu livro.

O antigo espa�o do preg�o da bolsa, hoje a B3, fruto da fus�o entre a BM&FBovespa; e a Cetip, que com o fim do preg�o viva-voz passou a ser um espa�o de eventos, al�m de marco tur�stico da capital paulista, teve por cerca de dez anos o nome de Magliano Filho estampado.

Agora, a homenagem est� indo para o Museu B3, onde ser�o contadas a hist�ria do mercado de capitais no Brasil e a trajet�ria da Bolsa, incluindo a de Magliano Filho.


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