O diretor de Pol�tica Monet�ria do Banco Central, Bruno Serra, afirmou nesta ter�a-feira, 12, que, com eventual t�rmino do forward guidance (prescri��o futura, no jarg�o em ingl�s) nas comunica��es do BC, a decis�o sobre manter ou elevar a Selic (a taxa b�sica de juros) depender� da conjuntura do momento.
"Da mesma forma que n�o h� um diagn�stico mec�nico entre terminar um forward guidance come�ar um ciclo de alta de juros, tamb�m n�o h� uma determina��o mec�nica de que n�o pode acontecer um ciclo de juros imediatamente seguindo a eventual queda do forward guidance", afirmou Bruno Serra, durante evento virtual. "N�o h� mec�nica para lado nenhum."
O diretor afirmou que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) julgou importante refor�ar, em sua reuni�o de dezembro, a quest�o ligada ao forward guidance. "O forward guidance pode cair porque proje��es e expectivas de infla��o j� convergiram para o que a gente entende como alinhado com as metas no horizonte relevante. E ele pode cair porque voc� simplesmente caminhou o horizonte relevante em dire��o a 2022, que � o horizonte onde as proje��es j� est�o ancoradas ao redor do centro da meta de infla��o", pontuou.
Bruno Serra afirmou que, caso ocorra uma "subida forte" das proje��es e das expectativas de infla��o, "� natural que voc� esteja mais pr�ximo do fim forward guidance e de discutir alta de juros". Ao mesmo tempo, ele refor�ou que o n�vel da Selic, atualmente em 2,00% ao ano, depender� da conjuntura do momento.
"Uma vez que o forward guidance deixar de estar na comunica��o do Banco Central, vamos voltar a seguir o regime de metas de infla��o, como segu�amos at� o momento. Ou seja, vamos olhar para o cen�rio base, para o balan�o de riscos, e vamos fazer a melhor decis�o poss�vel para a taxa de juros."
Durante o evento, Bruno Serra disse ainda que o forward guidance foi uma "surpresa" para o mercado. "(Ele) teve impacto, e a sa�da est� tendo impacto suave", disse. "A probabilidade de acabar o forward guidance nas pr�ximas reuni�es (do Copom) j� est� no jogo do mercado", acrescentou. O comit� voltar� a se reunir nos dias 19 e 20 de janeiro, para discutir o n�vel da Selic.
Dire��o macro
Apesar de o cen�rio ainda ser de incertezas e estar longe da normalidade, o diretor de Pol�tica Monet�ria do Banco Central considerou nesta ter�a que a dire��o macroecon�mica, levando-se em contas as tend�ncias de atividade e infla��o, � atualmente melhor do que no auge da crise sanit�ria.
Ao lembrar que a infla��o fechou 2020 acima do centro da meta de 4% - na medi��o do IPCA divulgada nesta ter�a ficou em 4,52% -, Serra considerou que a situa��o n�o � desej�vel, mas foi "espetacularmente melhor" do que a infla��o de 2,1% - bem abaixo do centro - que era prevista at� setembro.
"Ainda nem tudo foi normalizado, longe disso, mas estamos reagindo muito diferente em rela��o ao in�cio da pandemia. Temos que olhar para isso quando pilotamos no meio desse nevoeiro todo", afirmou o diretor do BC em live da XP Investimentos.
Ele reconheceu que, assim como em mar�o, quando a pandemia teve seus primeiros registros no Brasil, ainda h� muita dificuldade em se prever o futuro, por�m a economia j� est� funcionando de forma menos anormal.
Ao justificar o coment�rio, ele lembrou das previs�es feitas em meados do ano passado que apontavam para um recuo de 9% a 12% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa, salientou o diretor do BC, � de que o PIB tenha fechado 2020 com retra��o mais pr�xima de 4%.
"� metade da queda esperada em meados de 2020. J� � uma economia que funciona de forma mais normal", comentou Serra. "A dire��o macro � bem melhor do que a de seis meses atr�s em termos de atividade produtiva e tamb�m infla��o", acrescentou.
Bruno Serra participou nesta ter�a de evento virtual sobre "Conjuntura Econ�mica Brasileira", organizado pela XP Investimentos.
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