Prestes a colocar mais R$ 2,5 bi no caixa, BTG prepara aquisi��es na �rea digital

O BTG Pactual dever� ir �s compras para dar mais musculatura � sua �rea de varejo digital. O objetivo � fazer frente ao aumento da concorr�ncia de plataformas de investimento, turbinada pela expans�o do n�mero de investidores no Brasil. O banco anunciou ontem que far� uma nova capitaliza��o, por meio de uma oferta de a��es na Bolsa brasileira, e se prepara para colocar mais R$ 2,5 bilh�es no caixa.

A volta ao mercado ocorre cerca de seis meses depois de outra oferta em que o banco levantou, junto a investidores, R$ 2,6 bilh�es. O que chamou aten��o, segundo fontes, � que o BTG gastou ainda pouco do dinheiro levantado com essa oferta em 2020, o que criou a expectativa de que um movimento maior pode ocorrer.

De acordo com uma fonte com conhecimento no assunto, o banco deve fazer novas aquisi��es para fortalecer sua plataforma, mas tamb�m viabilizar�, com os recursos, o crescimento org�nico de sua �rea digital, que tem sido uma das prioridades da institui��o financeira.

A fonte frisou que ainda h� oportunidades para aquisi��es, mas que, no momento, "� preciso ter paci�ncia para fazer o movimento ao pre�o certo". Em fato relevante, o BTG informou que os recursos da oferta ser�o destinados para "acelerar iniciativas estrat�gicas e o crescimento da �rea de neg�cios de varejo digital e para manter fortes indicadores de capital e liquidez".

O banco vem se mostrando agressivo para crescimento na �rea desde o ano passado. Al�m de atrair escrit�rios de agentes aut�nomos, de nomes grandes antes plugados � XP, o BTG comprou, por R$ 348 milh�es, a corretora Necton, que nasceu de uma uni�o entre Conc�rdia e Spinelli.

Movimenta��o

A busca por aquisi��es n�o � um movimento isolado do BTG. O ano passado foi marcado por diversas compras no mercado de plataformas de investimento. O banco digital Nubank, em uma disputa em que o BTG tamb�m participou, arrematou a Easynvest. O Credit Suisse abocanhou uma participa��o no Modalmais. O Santander avan�ou no mercado comprando uma fatia na corretora Toro Investimentos. E a fintech Neon adquiriu a corretora da velha-guarda Magliano.

Desde que anunciou que venderia sua fatia na XP, o Ita� Unibanco tamb�m tem acelerado sua expans�o nesse mercado. O Bradesco, por sua vez, repaginou a �gora, a sua plataforma para pessoas f�sicas. Ap�s tanta movimenta��o, os ativos de maior peso do mercado come�am a ficar mais escassos. Entre os que ainda est�o dispon�veis est� a Guide, da chinesa Fosun, que procura um comprador.

Por tr�s da corrida por expans�o est� o cen�rio de juros baixos no Brasil, na m�nima de 2% ao ano, o que tem atra�do novos investidores ao mercado, em busca de rentabilidade. O n�mero de novos investidores pessoas f�sicas na bolsa brasileira mais do que dobrou em 2020, com a renda fixa menos atrativa em termos de retorno.

Para o BTG, depois de investimentos em sua plataforma digital na casa de R$ 800 milh�es de 2014 at� agora, atrair mais agentes ajudar� no ganho de escala do neg�cio e na redu��o de custos fixos.

Estrat�gia

Para ampliar o leque de produtos, trazer novos clientes e manter os atuais frente ao aumento da concorr�ncia nesse mercado, o BTG anunciou, no ano passado, a chegada dos servi�os banc�rios em sua plataforma, tais como cart�es e a possibilidade de pagamentos de boletos, refor�ando a unidade de varejo digital, o que marcou sua entrada nos servi�os banc�rios. A XP tamb�m fez um an�ncio do tipo, na briga para que seus clientes deixem os grandes bancos e mantenham a vida financeira concentrada na plataforma.

A a��o do BTG na B3 encerrou o dia com alta de 0,28%. Segundo o analista do Terra Investimentos, R�gis Chinchilla, a oferta tende a pressionar a a��o no curto prazo, mas frisou que os fundamentos da institui��o financeira "seguem s�lidos".
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.