BNDES: desembolsos de 2021 dever�o ficar acima de R$ 60 bi, diz Bianca Nasser

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) dever� desembolsar em 2021 um valor semelhante ao de 2020 para opera��es de cr�dito, acima de R$ 60 bilh�es, informou nesta segunda-feira a diretora financeira da institui��o de fomento, Bianca Nasser. "Vimos um aumento grande da demanda pelo BNDES de desembolsos. Esperamos que o banco continue tendo um papel importante (em 2021)", afirmou Bianca, em entrevista transmitida ao vivo pelo jornal Valor Econ�mico. "A retomada da economia vem sendo aguardada e esperamos que o BNDES continuar� tendo papel contrac�clico em 2021", completou a diretora.

O diretor de Cr�dito e Garantias do BNDES, Petr�nio Can�ado, que tamb�m participa da entrevista ao vivo, informou que, com as medidas emergenciais para mitigar a crise causada pela covid-19, o banco de fomento voltou a expandir sua carteira de cr�dito. "Imaginamos que num ambiente de retomada a gente tenha desembolso semelhante a 2020", afirmou Can�ado.

Segundo o diretor, parte das a��es introduzidas pelo BNDES para enfrentar a crise seguiu formatos que o banco j� queria experimentar. Esses formatos dever�o ser aplicados de forma permanente em cen�rios "de mais normalidade", disse Can�ado.

� o caso do Programa Emergencial de Acesso ao Cr�dito (Peac), cujo cerne foi o aporte de R$ 20 bilh�es pelo Tesouro Nacional no FGI, o fundo de aval do BNDES. O Peac foi extinto em 31 de dezembro, mas o BNDES estuda lan�ar do "FGI 4.0". Como j� havia antecipado Can�ado ao Estad�o/Broadcast em dezembro, h� potencial de garantir R$ 10 bilh�es em empr�stimos para empresas de menor porte em 2021. Embora o p�blico seja pequenas empresas, � poss�vel que firmas com faturamento anual de R$ 50 milh�es a R$ 300 milh�es tamb�m sejam contempladas, disse Can�ado na entrevista.

Project Finance

O BNDES vai assumir mais risco nos financiamentos no formato de "project finance", tipicamente usado nos investimentos em infraestrutura, reafirmou Bianca Nasser. Com isso, completou a executiva, a tend�ncia � que o BNDES passe a exigir menos fian�as banc�rias diretas como garantia por parte dos controladores dos projetos que demandam financiamento em "project finance".

A diretoria do BNDES vem sinalizando com mudan�as no formato de financiamento via "project finance" desde meados de 2020. Uma das sinaliza��es � de que o banco de fomento poderia atuar na concess�o de garantias, atraindo fontes privadas para as opera��es de "project finance".

O BNDES tem condi��es, no cen�rio atual, de financiar opera��es no modelo de "project finance" sem exigir fian�a banc�ria, desde que os financiamentos girem em torno de R$ 500 milh�es, afirmou o diretor de Cr�dito e Garantias da institui��o de fomento. "A experi�ncia de fazer 'project finance' o BNDES tem. O que a gente acaba fazendo muito, e muito pelo passado, � exigir um volume de garantias que n�o � exigido em outros pa�ses", afirmou Can�ado.

Segundo ele, a exig�ncia de garantias em volume superior ao usual nas opera��es de "project finance" mundo afora, por parte do BNDES, se deve historicamente a dois fatores: o primeiro � o ambiente com juros b�sicos tradicionalmente elevados, que tende a encurtar o prazo dos financiamentos em geral. O segundo � o fato de o BNDES ser a �nica fonte de cr�dito de longo prazo com juros razo�veis no Pa�s, o que elevava o risco do banco de fomento, e fazia a exig�ncia de fian�as e garantias necess�ria para evitar perdas excessivas.

Devolu��es � Uni�o

O prazo de 60 dias que o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) deu para o Minist�rio da Economia entregar um cronograma de devolu��o ao caixa da Uni�o dos empr�stimos feitos pelo Tesouro Nacional aos bancos p�blicos por meio de emiss�o de t�tulos da d�vida a partir de 2008 � positivo, afirmou Bianca Nasser.

"O cronograma vai trazer maior previsibilidade no mercado de maior transpar�ncia no processo", afirmou a executiva. Segundo Bianca, embora tanto o BNDES quanto o governo n�o se furtassem a prestar informa��es sobre o processo de devolu��o dos empr�stimos, um cronograma que d� previsibilidade aumenta a transpar�ncia.