A ata da �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central revelou nesta ter�a-feira, 26, que alguns membros do colegiado debateram se ainda seria adequado manter o atual grau de est�mulo "extraordinariamente" elevado e sugeriram inclusive o in�cio de uma normaliza��o parcial da pol�tica monet�ria. O Copom, no entanto, manteve na semana passada a Selic em 2,00% ao ano pela quarta reuni�o consecutiva.
De acordo com o documento, alguns membros do Copom destacaram a normaliza��o do funcionamento da economia nos �ltimos meses para questionar se o termo "extraordin�rio" - adotado em maio de 2020 na comunica��o da pol�tica monet�ria - ainda seria adequado.
Segundo esses membros, desde maio do ano passado, houve a invers�o do choque desinflacion�rio do come�o de 2020, a revers�o da trajet�ria de queda das expectativas de infla��o e a redu��o da ociosidade econ�mica, com as proje��es do cen�rio b�sico se aproximando da meta de infla��o no horizonte relevante.
"Por conseguinte, esses membros julgam que o Copom deveria considerar o in�cio de um processo de normaliza��o parcial, reduzindo o grau 'extraordin�rio' dos est�mulos monet�rios", completou o documento.
Riscos da pandemia � retomada
Apesar de destacar os bons resultados da atividade econ�mica no fim de 2020, o Copom alertou, por meio da ata de seu �ltimo encontro, que a ressurg�ncia da pandemia de covid-19 no Brasil e os efeitos da retirada dos aux�lios emergenciais podem at� mesmo levar a uma revers�o tempor�ria da recupera��o da economia brasileira.
O BC repetiu a avalia��o de que os dados sobre a evolu��o da atividade dom�stica no fim de 2020 surpreenderam positivamente, apesar da redu��o do aux�lio emergencial de R$ 600 para R$ 300 nos �ltimos meses do ano. Por outro lado, a autoridade monet�ria voltou a ponderar que esses dados n�o refletem ainda os efeitos do aumento recente de cont�gios e �bitos por covid-19.
"Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada � evolu��o da pandemia e ao necess�rio ajuste dos gastos p�blicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre a continuidade da retomada da atividade econ�mica", admitiu o Copom.
Para o colegiado, os riscos ligados tanto � evolu��o da pandemia quanto � retirada do aux�lio a partir deste m�s podem levar a um maior gradualismo na recupera��o da atividade ou at� mesmo uma revers�o tempor�ria da retomada econ�mica no Pa�s.
Mais uma vez, o colegiado lembrou que a pandemia continua produzindo efeitos heterog�neos sobre os setores econ�micos, sendo que o setor de bens foi mais beneficiado pelos programas de recomposi��o de renda, enquanto o setor de servi�os segue afetado pelas medidas de distanciamento social. "Prospectivamente, a evolu��o desses hiatos setoriais depender� da evolu��o da pandemia e do ajuste nos gastos p�blicos", completa o documento.
A ata revela ainda que parte dos membros do Copom avaliaram que os dados do mercado formal mostrariam que a ociosidade da economia estaria se reduzindo mais rapidamente que o previsto, mas a maioria do colegiado considerou que outros dados do mercado de trabalho n�o avalizam essa conclus�o.
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