
Entidades que representam os caminhoneiros aut�nomos e o governo se mant�m apreensivos quanto � possibilidade de greve da categoria, na pr�xima segunda-feira (1º). Embora o movimento cres�a principalmente em grupos da categoria nas redes sociais e aplicativos de mensagens, sindicatos e associa��es se manifestam contr�rios � paralisa��o. Em nota, a Confedera��o Nacional dos Transportadores Aut�nomos (CNTA) se posicionou contra o movimento.
De acordo com a entidade, uma greve nesse momento faria com que insumos de combate � pandemia de coronav�rus ficassem presos nas estradas e estoques se perdessem. “A CNTA entende que, apesar das dificuldades dos caminhoneiros, este n�o � o momento ideal para uma paralisa��o, principalmente em virtude da delicada realidade que o pa�s est� passando”, diz trecho da nota da entidade.
A greve anterior, entre os dias 21 e 30 de maio de 2018, paralisou o pa�s ao provocar desabastecimento de combust�veis, g�s de cozinha, alimentos e uma subida vertiginosa nos pre�os. Houve piquete nas estradas e motoristas que tentaram furar os bloqueios foram agredidos. V�rios comboios precisaram ser escoltados pelas pol�cias rodovi�ria e rodovi�ria federal para que n�o houvesse saques e vandalismo. Alimentos e perec�veis apodreceram nas rodovias. O movimento de dois anos atr�s alavancou a candidatura do hoje presidente Jair Bolsonaro, que fez v�rias promessas, mas que parte da categoria alega n�o terem sido cumpridas.
O assessor-executivo da CNTA, Marlon Maues, afirma que a categoria em peso n�o deve aderir � greve, mas diz que o pa�s deve ter movimentos estanques. Ele atribui a grupos “de esquerda” a organiza��o de atos nos estados. “N�s acreditamos que ocorrer�o pontos isolados de arruaceiros, justamente suportados por essas entidades (de esquerda). O caminhoneiro do bem n�o vai se envolver com isso”, disse.
Combust�vel caro
Uma das principais reivindica��es � o pre�o do diesel e de outros combust�veis. Em meio �s articula��es de greve, a Petrobras anunciou o aumento de 5% no insumo, o que acirrou ainda mais os �nimos. “No mesmo dia que eles fazem isso, o Sindicato dos Petroleiros anuncia movimentos. Isso � uma a��o coordenada, leviana por parte da Petrobras de querer colocar fogo em um assunto que estava sendo tratado nos bastidores”, explicou.
O Conselho Nacional do Transporte Rodovi�rio de Cargas (CNTRC) informou ao Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica a inten��o da categoria em parar. O comunicado relata a insatisfa��o em rela��o ao aumento do combust�vel e apresenta outras reivindica��es. O Minist�rio da Infraestrutura, em nota, observou que o conselho “n�o � entidade de classe representativa para falar em nome do setor”.
Uma pesquisa do TruckPad, aplicativo que conecta os profissionais do transporte e divulgada pelo Infomoney, aponta que 73% dos caminhoneiros pretendem parar na pr�xima semana, enquanto 26% s�o contra. O levantamento ouviu 300 mil profissionais do setor, na �ltima quinta-feira.