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Estado de Minas ECONOMIA

'Frente � pandemia, � preciso coaliz�o�, diz CEO da Natura & Co


30/01/2021 14:25

O CEO da Natura & Co, Roberto Marques, n�o acredita que as respostas ao ambiente de insatisfa��o e frustra��o em rela��o ao atraso da vacina��o � popula��o brasileira e � situa��o econ�mica do Pa�s estejam no impeachment do presidente Jair Bolsonaro. No lugar, ele defende um movimento de coaliz�o.

"No momento em que a humanidade est� enfrentando tanto a pandemia quanto a crise ambiental, n�o h� muito espa�o nem para agenda de competi��o, nem para agenda pol�tica. Tem de haver uma coaliz�o, todo mundo jogando para a mesma dire��o", diz o executivo, em entrevista exclusiva ao Estad�o/Broadcast sobre sua participa��o no F�rum Econ�mico Mundial de Davos, que neste ano acontece no formato virtual.

Ainda que o d�ficit fiscal do Pa�s seja preocupante, ele � favor�vel � continuidade do aux�lio emergencial enquanto o ritmo da imuniza��o n�o permitir a retomada da economia se dar de forma natural. Quanto � mobiliza��o do setor privado na compra de vacinas, o executivo diz que a companhia est� aberta desde que sejam respeitadas as prioridades do Sistema �nico de Sa�de (SUS).

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

No F�rum de Davos, o senhor citou a import�ncia de uma atua��o conjunta de companhias e governos em prol de uma economia verde. Qual a sua an�lise sobre a situa��o do Brasil?

A gente percebe uma mudan�a iniciada agora com a entrada dos Estados Unidos no Acordo de Paris e j� com o governo americano colocando uma pauta bastante agressiva com rela��o a metas ambientais. � muito positivo. Da mesma maneira, a Europa j� est� com uma agenda muito forte, bastante alinhada com metas ambientais. A pr�pria China entrando e colocando uma meta de emiss�o zero de carbono at� 2060. A gente v� com bons olhos os governos e eu acho que a Am�rica Latina, at� mais do que s� o Brasil, tem de se inserir dentro dessas agendas.

O sr. mencionou a import�ncia de as companhias adotarem m�tricas ambientais com o mesmo peso dos indicadores financeiros. Como seria isso?

A gente imagina e gostaria que a mesma disciplina das empresas que reportam seus resultados trimestrais, se deram preju�zo ou n�o, seja adotada com a agenda ambiental. As empresas t�m de reportar o seu progresso, �ndice de carbono. Os pr�prios governos t�m de fazer a mesma li��o de casa. Se a gente conseguir trabalhar com metas baseadas na ci�ncia, ferramentas claras, com metas e indicadores comuns, com transpar�ncia e mecanismos de incentivo e responsabilidade clara sobre isso, eu acho que a gente consegue evoluir e chegar nos objetivos que precisamos como sociedade, governo e iniciativa privada.

O Brasil entrou na segunda onda de covid-19 sem ter solucionado a primeira. Quais a��es o setor privado espera do poder p�blico para enfrentar esse novo cap�tulo da crise?

O governo brasileiro teve atua��es importantes de ajuda durante o per�odo cr�tico da crise. Acho que a crise vai continuar por um per�odo maior do que todo mundo imaginava. Assim, h� a import�ncia de os governos continuarem a entender demandas e necessidades e agirem. O governo americano, por exemplo, j� tem pensado em outro pacote de ajuda. A Europa tamb�m j� tem discutido isso. Porque o mundo tem visto muta��es do v�rus e coisas que t�m trazido desafio grande de restri��es. Outro aspecto � o da vacina��o. O Brasil tem hist�rico de sucesso na vacina��o, um sistema p�blico exemplar. O Brasil �, e tem de ser, um exemplo em rela��o a isso, porque sempre foi. Temos uma oportunidade de realmente exercer essa voca��o com um Sistema �nico de Sa�de de vacina��o efetiva. O que a iniciativa privada puder ajudar o governo nesse sentido, � importante, mas tem um papel do governo relevante dentro disso.

Est� em discuss�o uma nova rodada do aux�lio emergencial. Qual a sua opini�o sobre a extens�o do benef�cio, considerando a atual situa��o da d�vida p�blica brasileira?

A primeira preocupa��o � manter a economia e o aux�lio emergencial como uma coisa importante, principalmente at� que a gente consiga chegar em um n�vel de imuniza��o para retomada mais normal da vida e da economia. A preocupa��o com d�ficit e d�vida � muito relevante. N�o � uma equa��o f�cil no mundo todo, nem no Brasil. O que a gente tem observado no mundo � a prioridade em manter algum tipo de renda e atividade da economia. A hip�tese � que, se isso n�o acontece, o efeito depois acaba sendo mais longo e perverso para a pr�pria economia e para as contas do governo.

Como o senhor avalia a possibilidade de compra de vacinas por parte do setor privado? A Natura est� participando dessas discuss�es?

A nossa posi��o � muito simples. Temos que respeitar as prioridades que v�m do sistema de sa�de para a vacina��o. Ou seja, respeitar as pessoas que necessitam da vacina primeiro, seja por idade ou por condi��es de sa�de. N�o devemos fazer discrimina��o por renda. Isso � muito importante. (Sobre) a participa��o da iniciativa privada, n�s estar�amos abertos, desde que isso fosse respeitado. N�s n�o vamos querer comprar vacinas para priorizar os funcion�rios da Natura.

H� um n�vel de insatisfa��o grande no Brasil com a atua��o do governo na pandemia, a demora das vacinas enquanto o mundo avan�a na imuniza��o. Qual a percep��o do sr. sobre a possibilidade de um impeachment do presidente Jair Bolsonaro?

Esse n�vel de insatisfa��o e de frustra��o est� acontecendo em muitos lugares do mundo, o Brasil n�o � o �nico. O Reino Unido est� passando por um momento extremamente dif�cil, a Alemanha colocando restri��es mais fortes. Essa sensa��o de frustra��o ligada � quest�o das vacinas e seus sistemas de distribui��o n�o � exce��o do Brasil, o mundo est� aprendendo a lidar com essa distribui��o. Temos de ter esse olhar de bom senso em rela��o a todo o entorno, mas com agenda de como vamos resolver. No momento em que a humanidade est� enfrentando tanto a pandemia quanto a crise ambiental, n�o h� muito espa�o nem para agenda de competi��o, nem para agenda pol�tica. Tem de haver uma coaliz�o, todo mundo jogando para a mesma dire��o. Para esses temas que p�em em risco a humanidade, n�s n�o dever�amos ter lente de competi��o, por parte das empresas, nem de agenda pol�tica.

O impeachment, ent�o, n�o � uma boa solu��o?

N�o quero entrar em agenda de pol�tica. O Brasil n�o � o �nico pa�s a lidar com esse contexto de insatisfa��o. A maneira de abordar � buscar a solu��o de maneira coletiva e multilateral e n�o com agendas conflitantes competitivas ou pol�ticas.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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