(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Sem aux�lio, R$ 48 bi deixar�o de circular entre os mais pobres


31/01/2021 13:00

Moradora da comunidade de Parais�polis, na zona sul de S�o Paulo, acatadora de latinhas para reciclagem C�lia da Costa Gomes, de 40 anos, m�e de quatro filhos, com idades de 4, 6, 7 e 10 anos, est� preocupada. O leite das crian�as e a "mistura" para preparar as refei��es acabaram. O g�s de cozinha est� no fim. A despensa vazia coincide com o fim do aux�lio emergencial.

O benef�cio pago pelo governo desde abril aos brasileiros mais vulner�veis, em raz�o da pandemia, pode ter uma nova rodada. Mas tudo depende de negocia��es com o Congresso. Enquanto esse imbr�glio n�o se resolve, a partir deste m�s a renda de C�lia cai para R$ 410 com o Bolsa Fam�lia. At� dezembro, ela recebia R$ 600 por m�s por conta do aux�lio emergencial

"Esses R $200 amenos fazem muita diferen�a para quem tem crian�a ", diz acatadora, quemo ranu macas a cujo alugue l� pago pela Prefeitura. Antes da pandemia, C�lia conseguia chegara ter renda mensal total de R$ 600, somando o que conseguia coma venda de material para reciclagem e o Bolsa Fam�lia. Por semana, tirava R$ 50 com latinhas. Hoje, por�m, at� a reciclagem est� dif�cil. Aumentou muito o n�mero de catadores e ela v� crian�as revirando o lixo nas ruas de S�o Paulo em busca de latinhas. "Sem emprego e sem aux�lio( emergencial) fica dif�cil ", afirma acatadora.

C�lia e os filhos s�o uma das 40 milh�es de fam�lias das classes De E.Comrend amensal de at� R$ 2,6 mil, eles correspondem a 53% dos domic�lios brasileiros. Com o fim do aux�lio emergencial, infla��o em alta, especialmente dos alimentos, e desemprego no maior n�vel dos �ltimos anos, essa deves e racama dada popula��o que mais vai perder renda dispon�vel para consumo neste ano, se o benef�cio do aux�lio n�o for retomado, aponta um estudo da Tend�ncias Consultoria Integrada. Renda dispon�vel�odinh ei roques ob rapar agastar depois de comprar itens b�sicos.

Renda comprometida

O estudo mostra que as classes De E devem perder quase um quarto da renda dispon�vel (23,8%) em termos reais em rela��o a 2020. Ser�o R $48 bilh�es amenos circulando entre os mais pobres. No ano passado, no entanto, esse foi o estrato social que teve o maior ganho de renda dispon�vel, com avan�o de 16,1% ante 2019 por conta dos aux�lios do governo.

Se o quadro for mantido, essa ser� a maior quedana renda dispon�vel para as classes De E da s�rie iniciada em 2008. "N�o chega nem perto do recuo de 5,4% que houve em 2015", diz Lucas Assis, um dos economistas respons�veis pela proje��o.

O estudo, que levou em conta expectativa de infla��o ao consumidor (IPCA) para este ano de 3,4%, crescimento da economia (PIB) de 2,9% e taxa de desemprego atingindo 15,1%, prev� recuo da renda dispon�vel, de 3,7% da popula��o brasileira como um todo em 2021, depois do crescimento de 1,1% em 2020. Exceto os mais ricos, a classe A com um avan�o na renda dispon�vel de 1,6% esperado para 2021, os demais estratos devem perder capacidade de consumo. Mas o tombo maior � esperado para os mais pobres.

Normalmente 80% da renda das classes De E s�o destinados � compra de itens b�sicos. O que sobra � gasto com outros produtos e servi�os. E, neste ano, essa sobra - R$ 156 bilh�es -deves era menor dos �ltimos 13 anos.

Segundo Assis, a renda dispon�vel dos mais vulner�veis deve ser atingida por v�rias frentes. Um adela s� a persistente alta da infla��o dos alimentos, itens que pesam mais no or�amento dessas fam�lias. Al�m disso, sabe-se que o desemprego castiga mais os pobres, apesar de n�o existir uma taxa por camada social. De toda forma, o principal fator apontado pelo economista para esse choque na renda dispon�vel das classes da base da pir�mides o cia l�o fim, por ora, do aux�lio emergencial.

Nordeste

O reflexo da perda de capacidade de consumo dos mais pobres deve, segundo o economista, afetar mais as vendas do varejo das Regi�es Norte e Nordeste do Pa�s, onde h� maior concentra��o da popula��o das classes De E.

"Sentimos uma esfriada no ritmo de vendas em janeiro, mas continuamos crescendo", conta Van Fernandes, presidente do Grupo Vanguarda, de supermercado e atacarejo, com 2 lojas no Maranh�o e 22 no Piau�.

A rede, que faturou no ano passado R$ 750 milh�es com as bandeiras Carvalho Supere Carvalho Mercado e� umadas maiores da regi�o, sentiu o impacto nas vendas especialmente nas lojas de atacarejo no interior do Maranh�o, nas cidades Bacabal e Cod�. "L� o fim do aux�lio fez uma grande diferen�a", afirma a empres�ria.

Para alavancar os neg�cios, Van conta que desde o in�cio deste m�s ampliou o prazo de pagamento das compras feitas com o cart�o da empresa. Os 40 dias sem acr�scimo foram mantidos. Mas agora � poss�vel parcelar em at� tr�s vezes sem juros as compras realizadas em todos os dias da semana, possibilidade antes restrita a um dia determinado. Outra sa�da foi negociar com fornecedores descontos em parte dos itens da cesta b�sica. Os abatimentos s�o bancados pela ind�stria e pelo varejo. "J� que n�o tem tanto dinheiro circulando na economia, preciso reduzir a margem para manter o faturamento e o consumidor."

David Fiss, diretor de Servi�os ao cliente e neg�cios da consultoria Kantar, especializada em consumo, diz que hoje a ind�stria est� preocupada com promo��o e o objetivo � manter o consumidor comprando, mesmo com a renda dispon�vel menor. "H� ind�strias que baixam o pre�o de uma categoria de produto e aumentam de outra para manter o neg�cio saud�vel." Existem tamb�m fabricantes que optam por reduzir o tamanho das embalagens para oferecer um pre�o acess�vel ao bolso mais apertado do consumidor.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)