
Mas, independentemente dos candidatos que sa�rem vitoriosos na elei��o marcada para esta segunda-feira (1º/2), a equipe econ�mica, antes mesmo de retomar a pauta anterior de reformas, ter� de se equilibrar na divis�o de dois tipos de agendas que dominaram a cena nas �ltimas semanas.
De um lado est� a agenda de emerg�ncia para o enfrentamento da COVID-19, que envolve al�m da prorroga��o do aux�lio emergencial (pago a informais, desempregados e benefici�rios do Bolsa Fam�lia), a press�o para a renova��o do BEm (programa que garante complemento de renda para os trabalhadores que tiveram sal�rio e jornada reduzidos), a renegocia��o do Pronampe (voltado para o cr�dito de micro e pequenas empresas), um novo Refis (para pagamento de d�bitos tribut�rios) e demandas setoriais, como a dos bares e restaurantes, que ganharam como padrinho o presidente Jair Bolsonaro, e a dos caminhoneiros para a redu��o do pre�o do diesel.
Na outra agenda, a press�o pelo pagamento da fatura dos compromissos assumidos para eleger os dois candidatos do governo, que inclui emendas parlamentares para obras p�blicas e demandas por mais recursos no Or�amento de 2021, que ainda n�o foi votado.
De imediato, o ministro ter� que refor�ar a barreira para evitar a divis�o do seu pr�prio superminist�rio na reforma ministerial.
Guedes n�o aceita essa reparti��o, mas nos bastidores apoia Lira (cujos aliados defendem a divis�o) porque v� na uni�o de Baleia com os partidos de oposi��o risco para o avan�o da agenda liberal no Congresso.
O grupo do Centr�o favor�vel a Lira tem defendido a cis�o do Minist�rio da Economia (com a recria��o do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior) desde meados de agosto do ano passado, quando foi lan�ado o Plano Pr�-Brasil, programa que previa amplia��o de investimento com recursos p�blicos, mas que n�o avan�ou.
Na �poca, lideran�as do Centr�o queriam mais est�mulos do governo para a retomada do emprego e crescimento mais r�pido, o que inclu�a mudan�as no teto de gastos, a regra constitucional que atrela o avan�o das despesas � infla��o.
Riscos
Essa disputa do time pol�tico com o econ�mico representa um risco que o ministro pode enfrentar mais tarde entre os aliados do governo na agenda econ�mica de 2021.
Um contratempo pode ser no apoio que o ministro espera de Lira para a nova CPMF, o imposto sobre transa��es para bancar a redu��o nos encargos que as empresas pagam sobre os sal�rios dos funcion�rios, chamada de desonera��o da folha de pagamento.
O advers�rio de Lira, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, na semana passada, fustigou Guedes.
"Recordo que quando o Centr�o tentou derrubar ou pelo menos desestabilizar o ministro, quando queriam furar a qualquer custo o teto de gasto, o presidente Rodrigo Maia (da C�mara) e outros l�deres o apoiaram na condu��o da economia", disse Baleia, que n�o fechou as portas para um di�logo mais tarde com Guedes, se eleito.
"O ministro tem de ter um pacote bem amarrado para os primeiros meses da gest�o do novo presidente da C�mara porque depois fica mais dif�cil e quest�es pol�ticas se sobrep�em", disse Marcos Mendes, pesquisador do Insper e consultor que acompanha a pauta econ�mica no Congresso.
Mendes lembrou que Guedes tem ainda a batalha do Or�amento e o cr�dito especial para o cumprimento da chamada regra de ouro, que pro�be que o governo se endivide para pagar gastos de custeio, como sal�rios.
Segundo Mendes, ser� importante observar se o Centr�o vai mostrar afinamento com o governo ou se vai aumentar o custo como fez no Or�amento de 2020.
O especialista diz que s� vale o ministro insistir na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) emergencial se o texto, que prev� redu��o nas despesas obrigat�rias, principalmente com servidores, for mais forte em corte de gastos do que o parecer do senador Marcio Bittar (MDB-AC).
Ele sugere ainda foco na reforma tribut�ria com empenho para votar a Contribui��o de Bens e Servi�os (CBS) para substituir o PIS/Cofins, que vem perdendo h� anos arrecada��o por causa da grande judicializa��o.
Em encontro on-line com representantes de 34 associa��es empresariais, o candidato Arthur Lira ouviu pedido para aprova��o de projetos para atacar o Custo Brasil.
Um dos organizadores do evento, o diretor-geral da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Cervejas (Cerv Brasil), Paulo Petroni, disse que h� uns dez projetos no Congresso com potencial de reduzir em um ter�o o custo Brasil, se aprovados em 2021.
"Trata-se de um trabalho cont�nuo, pois custo n�o para de crescer. Precisamos de celeridade para resolver os pontos priorit�rios", disse Petroni. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.