O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a vacina��o em massa da popula��o brasileira � uma "luz no fim do t�nel" que pode ajudar na retomada da economia.
"O Brasil tem uma capacidade alta de vacina��o, pode vacinar mais de 5 milh�es de pessoas em um dia. A coordena��o da vacina��o n�o � algo f�cil de fazer. Mas achamos que a vacina��o � a luz no fim do t�nel", disse Campos Neto, em evento virtual World Trade Symposium, promovido por The Economist.
Enquanto o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, coloca em d�vida a efic�cia da vacina��o contra a covid-19, Campos Neto e o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendem publicamente a imuniza��o como essencial para que a economia, de fato, se recupere em 2021.
O presidente do BC disse que � necess�rio ainda entender como a vacina � eficaz para as novas varia��es da covid-19, mas que � preciso ampliar a imuniza��o rapidamente. Entre a equipe econ�mica, h� o receio de que a demora em vacinar a popula��o force um novo processo de isolamento social, com novos impactos na economia.
Balan�o do cons�rcio de imprensa divulgado na segunda-feira, 1� de fevereiro, apontava que 26 Estados e o Distrito Federal vacinaram 2,22 milh�es de pessoas at� agora.
Elei��o no Congresso permite colocar agenda de reformas em vota��o
Com a defini��o das presid�ncias das duas casas do Congresso Nacional, Campos Neto disse esperar que as reformas avancem na C�mara e no Senado. "Estamos perto de come�ar a colocar a agenda de reformas no Congresso em vota��o", afirmou.
A participa��o do presidente do BC no evento foi gravada na �ltima sexta-feira, dia 29, antes da vota��o no Congresso, que terminou com a elei��o dos candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, na v�spera da elei��o para o comando da C�mara, ele esteve na noite de domingo, 31, na casa do ministro das Comunica��es, Fabio Faria, para tratar da candidatura do governista Arthur Lira (PP-AL) para a presid�ncia da Casa. O compromisso n�o constou na agenda oficial do presidente do BC, como determina a lei.
Estavam presentes no encontro, segundo fontes ouvidas pelo Estad�o/Broadcast, o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, e o ministro da Controladoria-Geral da Uni�o, Wagner do Ros�rio. O presidente do Progressistas, Ciro Nogueira tamb�m esteve na reuni�o. O grupo do jantar resolveu fazer um bol�o sobre quantos votos Lira deveria receber na elei��o.
Campos Neto ressaltou que � necess�rio impulsionar as reformas para garantir a confian�a e a credibilidade na economia brasileira. "Fizemos um grande programa de enfrentamento da crise no Brasil, fizemos muitos programas de cr�dito. Agora temos um grande volume de endividamento. Temos que dizer para as pessoas que gostar�amos de gastar mais, mas agora estamos num ponto em que, se gastarmos mais, n�o sabemos se teremos o efeito desejado porque temos uma fragilidade que pode superar esse efeito", declarou.
Ele ressaltou que no Brasil o custo de manter a m�quina governamental funcionando � muito grande e cresce mais r�pido do que a infla��o. "A reforma do Estado � uma reforma dif�cil de fazer", afirmou. O governo enviou em setembro do ano passado uma reforma administrativa, que prev� mudan�as na forma como os servidores s�o contratados, promovidos e demitidos.
Campos Neto tamb�m citou "microrreformas", como a vota��o de marcos legais para ferrovias e cabotagem (navega��o na costa brasileira) como essenciais para ajudar os neg�cios a funcionar melhor.
Ele disse que o Banco Central vem fazendo seu trabalho na pandemia, cuidando da pol�tica monet�ria (ou seja, garantindo que os juros b�sicos controlem a infla��o) e garantindo a oferta de recursos no mercado banc�rio. Ele tamb�m lembrou a cria��o de empregos no mercado formal e destacou que � necess�rio treinar os trabalhadores informais para que eles ingressem nesse mercado.
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