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Estado de Minas ECONOMIA

'Se for preciso, vamos renegociar mais cr�ditos', afirma Octavio de Lazari


05/02/2021 07:22

O agravamento da pandemia de covid-19 no Brasil, com um ritmo de vacina��o aqu�m do esperado, j� colocou novamente na mesa dos grandes bancos a necessidade de uma nova rodada de renegocia��es de d�vidas. Bradesco, Ita�, Santander, Caixa Econ�mica Federal e Banco do Brasil t�m conversado a respeito e est�o dispostos a uma nova leva de prorroga��es caso o Pa�s volte a ser obrigado a adotar medidas de isolamento social, afirma o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari.

Essa disposi��o vem da primeira experi�ncia com as car�ncias e renegocia��es - em que boa parte dos clientes t�m honrado os compromissos. Al�m disso, segundo o executivo, os bancos mant�m conversa frequente com o Banco Central (BC) sobre eventual necessidade do retorno de linhas de cr�dito voltadas �s pequenas e m�dias empresas.

Prestes a completar tr�s anos � frente do banco, Lazari acaba de entregar lucro trimestral recorde na hist�ria do banco. Para frente, v� como desafios a cria��o de novos ativos no conglomerado. Ele considera o Next pronto para abrir o capital em 2022. A bandeira de cart�es Elo, da qual � s�cio com o BB e a Caixa, seguir� esse caminho j� neste semestre. Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista:

O sr. demonstra otimismo com a aprova��o das reformas estruturais. De onde vem o otimismo?

N�o � otimismo, � pragmatismo. As reformas est�o na boca do povo e em discuss�o na C�mara e no Senado. O Arthur Lira (novo presidente da C�mara) e o Rodrigo Pacheco (novo presidente do Senado) t�m de chegar mostrando trabalho - o que v�o fazer. N�o podemos ficar sem or�amento definitivo, sem teto de gastos, sem simplifica��o tribut�ria. S�o pontos cruciais para que a economia melhore. Al�m disso, as reformas v�o andar porque elas ser�o importantes para o processo eleitoral de 2022.

Se o governo tivesse de escolher uma reforma, em qual deveria focar?

Se for uma s�, a simplifica��o tribut�ria, porque tem impacto direto na cria��o de empregos e acesso a investimentos externos. A reforma tribut�ria destrava um monte de problemas. N�o chamo nem de reforma porque n�o d� para fazer na extens�o ideal. N�o d� para dar um cavalo de pau nisso, a d�vida fiscal � grande. A simplifica��o tribut�ria ajudaria muito. Depois, seria a reforma administrativa.

O sr. acredita que existe espa�o e capital pol�tico para a privatiza��o da Eletrobr�s?

Tem espa�o e capital pol�tico. A privatiza��o da Eletrobras � absolutamente necess�ria, e o Wilson (Ferreira J�nior, ex-presidente da companhia, que renunciou) j� deixou praticamente pronta. Houve a elei��o na C�mara e no Senado. Tem quem goste e tem quem n�o goste (dos resultados), mas foi pelo voto democr�tico e temos de seguir com a agenda (de privatiza��es).

Em 2020, os bancos se aproximaram do governo Bolsonaro em torno do cr�dito. Como ficou essa agenda?

A agenda com o Banco Central continua. Todo m�s temos reuni�es com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, para falar sobre cen�rio econ�mico e medidas que podem ser feitas. Pode ser que voltem algumas linhas, como a da pequena e microempresa e a FGI - para m�dias empresas. Se vierem, �timo, vamos distribuir. Mas, se n�o vierem, os bancos est�o bem capitalizados, t�m liquidez e t�m espa�o para crescer com linhas pr�prias, com taxas mais atraentes e, principalmente, prazo (de libera��o), que � o mais importante.

Com as novas restri��es em raz�o da pandemia, como ficam as renegocia��es de d�vidas?

As renegocia��es com as empresas tinham car�ncia de seis meses a um ano, ent�o para muitas a primeira parcela n�o come�ou a vencer. N�o houve demanda em rela��o a isso. Mas, se eventualmente houver uma necessidade, em raz�o do lockdown, mesmo que parcial, vamos fazer. N�o tem problema nenhum. Quando as prorroga��es come�aram, ficamos muito preocupados, mas agora vemos com muita clareza: 92% das opera��es prorrogadas est�o sendo pagas em dia, a inadimpl�ncia dessas opera��es s� representa 0,6% da inadimpl�ncia do banco. Dos quase R$ 80 bilh�es que fizemos em prorroga��es, R$ 42 bilh�es j� entraram em condi��o normal, com empresas pagando sem atraso. Se houver extens�o de lockdown, com agravamento da pandemia, vamos dar mais condi��es para as empresas pagarem e recuperarem faturamento em um momento de maior dificuldade.

Como o sr. v� a alta da infla��o e a influ�ncia dos pre�os sobre os juros?

Mesmo que haja aumento da taxa de juros, poder� ser de 2% para 3% ou 4%. N�o vamos de 2% para 20%, como no passado. Ser� muito mais palat�vel. N�o me parece que seja problema que possa travar o crescimento do cr�dito.

Como est� o andamento da revis�o de neg�cios de pagamentos em sociedade com o BB?

As conversas est�o hiperadiantadas. Com rela��o � Elo, existe convic��o de abrir o capital neste semestre. Das outras, todas est�o sendo rent�veis. N�o tem problema nenhum.

E a Cielo?

A gente continua conversando para a melhor coisa para a Cielo, que conseguiu reagir. O �ltimo trimestre melhorou bem. Adquir�ncia � um neg�cio extremamente importante. N�o d� para terceirizar esse neg�cio para nossas corpora��es dado o tamanho que a gente tem.

Por que o sr. prev� o IPO do Next s� daqui a dois anos?

Pode at� acontecer antes. A gente tem de colocar no Next a escala necess�ria para que ele possa ir para um IPO vitorioso. Isso, em um mundo de banco digital, significa ter muitas contas. O primeiro ponto era fazer a separa��o total do Next, n�o ter nenhuma depend�ncia financeira. Isso j� foi feito. O segundo ponto era que n�o tivesse nenhuma depend�ncia sist�mica do banco - isso foi feito em novembro. Hoje, ele tem vida pr�pria. E agora � crescer o n�mero de clientes para poder abrir capital.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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