A nova rodada de aumento de pre�os de commodities, sem contrapartida de valoriza��o cambial, e a perspectiva de extens�o do aux�lio emergencial dispararam uma onda de revis�es para a infla��o neste ano, com crescimento do n�mero de apostas superiores ao centro da meta (3,75%), mesmo com o cen�rio de alta de juros.
A combina��o nefasta e at�pica para a infla��o, de commodities em alta e c�mbio depreciado, vista tamb�m no segundo semestre de 2020, j� produz seus efeitos nos pre�os no atacado, que registram fortes altas mensais. No �ndice Geral de Pre�os -10 (IGP-10) de fevereiro, o aumento foi de 2,97%, acumulando 28,17% em 12 meses. E as not�cias ruins n�o param de chegar, como o aumento de 10,2% da gasolina nas refinarias pela Petrobr�s na �ltima sexta-feira.
Na avalia��o de economistas ouvidos pelo Estad�o, o repasse dessa press�o de custos deve ser inevit�vel, hip�tese que ganha for�a considerando que a renova��o do aux�lio emergencial pode favorecer repasses de custos, principalmente em alimentos.
Recentemente, o Ita� Unibanco elevou sua proje��o para o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 de 3,6% para 3,8%. O Santander tamb�m aumentou sua aposta de 3% para 3,6%. O Banco Inter e a XP Investimentos tamb�m anunciaram novas estimativas acima do centro da meta, de 4% e 3,9%, respectivamente, citando tanto as commodities e os combust�veis, como as novas parcelas do "coronavoucher". O Barclays j� havia alterado a previs�o de 3,6% para 3,9% ap�s o IPCA de janeiro.
O Boletim Focus da semana passada trouxe a sexta eleva��o seguida da mediana para o IPCA de 2021, com alta marginal, de 3,6% para 3,62%, ainda abaixo do centro da meta. "A proje��o da Focus me parece fora de lugar. A perspectiva de infla��o, considerando os pre�os de atacado, n�o � de arrefecimento, n�o � de press�o tempor�ria, passa a ser persistente, considerando o patamar do c�mbio e o aumento dos pre�os das commodities em d�lar. H� custos represados no IPA (�ndice de Pre�os ao Produtor Amplo)", diz o economista-chefe da Parallaxis, Rafael Le�o. Ele projeta 4,5% para a infla��o no fim do ano, sob a hip�tese de que o c�mbio deve continuar flutuando no patamar atual.
A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, afirma que os maiores temores se confirmaram, com o cen�rio de infla��o a merc� de um choque duplo de c�mbio e de commodities. "Mal terminamos de digerir o choque fort�ssimo do ano passado e j� entramos 2021 com novo choque de pre�os no atacado."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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