O presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, negou nesta segunda-feira, 22, que exista em curso uma interfer�ncia sua na Petrobras, mas voltou a deixar clara sua insatisfa��o com a pol�tica de pre�os adotada pela estatal, que entrou na mira do presidente nos �ltimos dias. Na sexta-feira, 19, Bolsonaro indicou o general da reserva Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco no comando da petroleira, o que gera um temor de inger�ncia sobre a empresa e afeta os pap�is da estatal negociados no mercado financeiro.
Ao falar sobre a desejada troca na presid�ncia da Petrobras, Bolsonaro afirmou que a pol�tica adotada na estatal "s� tem um vi�s" e que isso tem alegrado "alguns do mercado financeiro" por "atender os interesses pr�prios de alguns grupos".
"N�o ser� reconduzido (Castello Branco). Qual o problema? � sinal que alguns do mercado financeiro est�o muito felizes com a pol�tica que s� tem um vi�s da Petrobras, atender os interesses pr�prios de alguns grupos, nada mais al�m disso", disse Bolsonaro no per�odo da manh� a apoiadores.
Indicado para presidir a estatal, Silva e Luna disse ao Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado) acreditar que � necess�rio "equilibrar as aten��es" entre os interesses de acionistas e investidores da empresa e os da sociedade.
"Falam em interfer�ncia minha. Baixou o pre�o do combust�vel? Foi anunciado 15% no diesel, 10% na gasolina. Baixou o porcentual? N�o est� valendo o mesmo porcentual? Como que houve interfer�ncia? O que eu quero da Petrobras, exijo, � transpar�ncia e previsibilidade", disse Bolsonaro.
Apesar de afirmar que "ningu�m vai interferir" na pol�tica de pre�os da estatal, Bolsonaro questionou a metodologia de reajuste da Petrobras, que, para o presidente, "precisa ser explicada". "Eu n�o consigo entender num prazo de duas semanas ter um reajuste no diesel em 15%. N�o foi essa a avalia��o do d�lar l� fora, do d�lar aqui dentro, nem do pre�o do barril l� fora. Ent�o tem coisa a� que tem que ser explicada. Eu n�o pe�o n�o, exijo transpar�ncia de quem � subordinado meu. A Petrobras n�o � diferente disso a�", afirmou Bolsonaro, que tamb�m contestou a pol�tica salarial do alto comando da petroleira.
E acrescentou: "Respeito a empresa, seus funcion�rios, seus servidores, mas queremos saber de n�meros concretos do que acontece l�. Bem como a pol�tica salarial do presidente e seus diretores. Algu�m sabe quanto ganha o presidente da Petrobras? Algu�m tem ideia? Chuta, bem alto. 50 mil por semana? � mais do que isso por semana. Ent�o, tem coisa que n�o est� certo. N�o quero que ele ganhe 10 mil por m�s tamb�m n�o. Tem que ser uma pessoa qualificada, mas n�o ter esse tipo de pol�tica salarial l� dentro."
O presidente voltou a criticar o fato de Castello Branco estar trabalhando em home office desde mar�o, em raz�o da pandemia do novo coronav�rus. "O atual presidente da Petrobras est� h� 11 meses em casa, sem trabalhar. Trabalha de forma remota. Agora o chefe tem que t� na frente, bem como seus diretores. Ent�o isso pra mim � inadmiss�vel", disse. "Ningu�m quer perseguir servidor, muito pelo contr�rio, temos que valorizar os servidores, agora o petr�leo � nosso ou � de um pequeno grupo no Brasil? Ningu�m vai interferir na pol�tica de pre�os da Petrobr�s", afirmou Bolsonaro.
Ele ainda disse que a Petrobras, num estado de calamidade, "tem que olhar para outros objetivos tamb�m". "S� isso e mais nada". "Ele (Silva e Luna) � um general sim. E esteve � frente da Itaipu Binacional por dois anos. Saneou toda a empresa, s� no ano passado investiu R $2,5 bilh�es em obras. Dentre essas obras, duas pontes com o Paraguai. A extens�o da pista de Foz do Igua�u, que vai come�ar a receber voos internacionais, bem como atendeu mais de 20 munic�pios, com as mais variadas obras, isso n�o � efici�ncia?", afirmou.
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