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Estado de Minas ECONOMIA

No comando de Itaipu, Silva e Luna cortou custos e militarizou empresa


24/02/2021 13:01

Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Petrobr�s no lugar de Roberto Castello Branco, o general do Ex�rcito Joaquim Silva e Luna tem perfil austero e obediente aos comandos dos superiores. "No jarg�o do setor militar, ele � conhecido como "trecheiro", uma pessoa que avan�a em um trecho: abra�a uma tarefa e a executa", diz Manuel Domingues, doutor em Hist�ria pela Universidade de Paris, especializado em estudos militares, ex-presidente da Associa��o Brasileira de Estudos de Defesa (Abed) e professor da Universidade Federal Fluminense. "Como engenheiro militar, � conhecido pela excel�ncia executiva, mas nunca teve credencial de formulador ou se destacou no debate estrat�gico."

Nas palavras de um executivo da �rea de energia que acompanha de perto o dia a dia de Itaipu, Silva e Luna acompanhou os n�meros muito de perto e enxugou despesas, mas n�o se caracterizou por uma grande capacidade de negociar.

Outra caracter�stica importante do grupo militar do qual o pernambucano Silva e Luna faz parte, diz Domingues, � n�o ter o vi�s estatizante ou fazer oposi��o a privatiza��es. Ou seja, caso assuma a presid�ncia da petroleira, o plano estrat�gico da Petrobr�s de venda de ativos, em fun��o da prioriza��o ao pr�-sal, n�o estaria amea�ado.

Para Domingues, � preciso aguardar o que Silva e Luna far� no comando da estatal, caso seu nome seja aprovado pelo conselho da Petrobr�s. Seu curr�culo mostra duas p�s-gradua��es, em pol�tica, estrat�gia e alta administra��o na Escola Maior do Ex�rcito e projetos e an�lise de sistemas, na Universidade de Bras�lia.

A governan�a � qual a Petrobr�s est� submetida � muito maior do que a de Itaipu. As gest�es mais recentes da petroleira tentaram blind�-la ap�s as inger�ncias que resultaram no esc�ndalo da Lava Jato.

Al�m disso, a usina � administrada pelo modelo de cobertura de custos e n�o visa ao lucro. Tamb�m n�o tem competidores e � regida por um acordo binacional com condicionantes pol�ticas, sem fiscaliza��o de �rg�os reguladores como a Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) ou o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU).

Miss�o n�o cumprida

Como diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Silva e Luna tinha a miss�o de colaborar para as negocia��es da revis�o do Anexo C do Tratado de Itaipu, que regula a parte financeira do acordo e vence em 2023. Com a quita��o da d�vida de Itaipu nesse prazo, o custo da energia produzida pela usina pode cair, mas h� diverg�ncias sobre o pre�o a ser cobrado no futuro, bem como desentendimentos sobre os valores atualmente pagos por cada pa�s, que favorecem o Paraguai.

A bem da verdade, � um acordo que n�o depende apenas de Silva e Luna por ter car�ter diplom�tico. Envolve tamb�m os minist�rios de Minas e Energia, Economia e Rela��es Exteriores. Ou seja, na vis�o de especialistas, n�o � poss�vel atribuir somente a Silva e Luna - que completou no domingo, 21, dois anos � frente da empresa - a culpa pela dificuldade em avan�ar.

Apesar de ter ganhado pontos com o presidente Jair Bolsonaro em 2019, quando conseguiu equilibrar as rela��es entre Brasil e Paraguai, ap�s um epis�dio sobre o mesmo acordo que quase derrubou o presidente daquele pa�s, Silva e Luna n�o conseguiu resolver o maior entrave da usina nos pr�ximos anos.

Bolsonaro tamb�m aplaudiu e prestigiou obras realizadas na regi�o da usina, �s quais Silva e Luna destinou R$ 2,5 bilh�es. Foi feita uma nova ponte entre o Brasil e o Paraguai, ampliado o hospital local e duplicada a rodovia a BR-469, que d� acesso �s Cataratas do Igua�u.

Estrelas no comando

Na gest�o Silva e Luna, Itaipu tornou-se a estatal mais militarizada do Pa�s. Al�m do presidente, h� quatro executivos e dois conselheiros das for�as armadas. Para o lugar de Silva e Luna em Itaipu, foi escolhido outro militar: o tamb�m general da reserva Jo�o Francisco Ferreira.

Em nota, Silva e Luna disse que o momento requer cautela. "Prefiro manter prud�ncia, para evitar qualquer precipita��o e indelicadeza com a atual administra��o da estatal. Estamos a postos para cumprir com a miss�o que Deus coloca no nosso caminho e a qual nos foi confiada pelo presidente Bolsonaro."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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