A Mercedes-Benz anunciou nesta quarta-feira, 24, que, com as quase 27 mil unidades vendidas no Pa�s no ano passado, o Brasil voltou a ser o maior mercado de caminh�es da marca alem� no mundo. O volume supera os 24,5 mil caminh�es vendidos na Alemanha, que caiu para a segunda posi��o no ranking de mercados globais da montadora.
Os resultados finais de 2020 foram apresentados em entrevista coletiva � imprensa na qual a Mercedes manifestou confian�a em preservar a lideran�a num mercado de ve�culos comerciais que deve crescer a um ritmo de dois d�gitos e confirmou que investir� mais R$ 800 milh�es at� o ano que vem para concluir o plano de investimentos, iniciado em 2018, que prev� um total de R$ 2,4 bilh�es no Brasil.
Informou tamb�m que est� abrindo no come�o deste ano mais de mil vagas de trabalho para fazer frente ao crescimento previsto nas encomendas.
A expectativa da empresa para 2021 � de alta de 15% do mercado de caminh�es, para um total de 101 mil unidades, e de 13% dos volumes de �nibus, chegando a 16 mil unidades na soma de todas as marcas. A aposta � de que o transporte de commodities em geral e da safra agr�cola puxe, junto com a expans�o das entregas do com�rcio eletr�nico, a recupera��o dos ve�culos de carga em meio a um aguardado crescimento de 3,4% da economia neste ano.
Do lado dos �nibus, onde a marca tamb�m � l�der no Brasil, o consumo, acredita a Mercedes, deve vir dos segmentos de fretamento e da volta dos pedidos de �nibus escolares. Por�m, a tend�ncia � de que o mercado de coletivos continue pressionado no primeiro semestre pelo isolamento social volunt�rio e restri��es de circula��o decorrentes da pandemia.
Para Karl Deppen, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, a ind�stria de ve�culos comerciais, dada a depend�ncia do Brasil ao transporte rodovi�rio, vive situa��o diferente em rela��o aos carros de passeio, sens�veis aos impactos de crises sobre o consumo que levaram a an�ncios de fechamento de quatro f�bricas desde dezembro: tr�s da Ford e uma de autom�veis de luxo da pr�pria Mercedes em Iracem�polis, no interior paulista.
"N�o podemos ignorar a relev�ncia de fatores macroecon�micos para o transporte, mas estamos convencidos de que o Brasil � um grande mercado e temos uma longa hist�ria no Pa�s � importante manter o plano de neg�cio e investimentos porque estamos convencidos de que existe uma necessidade de transporte. � por isso que estamos aqui", afirmou Deppen.
Depois de investir R$ 1,6 bilh�o nos �ltimos tr�s anos, sendo a maior parte (R$ 1,4 bilh�o) destinada ao desenvolvimento e produ��o da fam�lia de extrapesados Actros, o foco dos investimentos da Mercedes a serem conclu�dos at� o ano que vem est� na moderniza��o das linhas de c�mbio, motor e eixos da f�brica de S�o Bernardo do Campo, no ABC paulista, junto com o desenvolvimento de servi�os e produtos com tecnologias de conectividade e mobilidade de baixa emiss�o.
"Precisamos continuar trabalhando na nossa competitividade e temos um plano forte em sustentabilidade. Esses s�o os ingredientes que definem nossos planos para o futuro", comentou Deppen, ao refor�ar a meta de repetir a lideran�a do mercado de ve�culos comerciais neste ano, mas com bom desempenho tamb�m financeiro.
As vendas de caminh�es da Mercedes-Benz no Brasil ca�ram 4% em 2020, mas como o decl�nio foi inferior ao da concorr�ncia, a participa��o de mercado subiu para 31,6%.
Durante o encontro com jornalistas, a dire��o da empresa citou o programa nacional de vacina��o, a aprova��o da reforma tribut�ria e as dificuldades de abastecimento das linhas de montagem, com falta de insumos e aumento de pre�os de materiais como o a�o, na lista dos maiores desafios deste ano.
Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing de Caminh�es e �nibus da montadora, afirmou que a crise de abastecimento de pe�as est� longe de ser resolvida. "Temos v�rios problemas de fornecimento. Isso n�o � segredo para ningu�m", afirmou o executivo, confirmando que a falta de componentes eletr�nicos, a exemplo de outras f�bricas, est� entre os itens em que a Mercedes vem encontrando dificuldades para adquirir. "� uma briga di�ria de nosso time de log�stica para abastecer as linhas de produ��o."
A escassez global de chips, que j� parou f�bricas do mundo inteiro, come�a agora a paralisar linhas de produ��o tamb�m no Brasil. "Temos uma grande fragmenta��o na cadeia de suprimentos, falta de cont�iner, desarranjos em portos globais. A alternativa do frete a�reo ficou extremamente cara", observou Leoncini. Segundo ele, a falta de espa�o em galp�es de aeroportos para guardar cargas tamb�m limita uma solu��o do problema pelo transporte a�reo.
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