O bilion�rio brasileiro Jorge Paulo Lemann acaba de dobrar sua aposta no setor de educa��o b�sica. O avan�o de um dos homens mais ricos do Brasil no setor ocorre por meio do investimento na Eleva Educa��o, grupo que acaba de abocanhar 51 escolas da Cogna (ex-Kroton). A fortuna de Lemann � avaliada em US$ 18,9 bilh�es, segundo a revista Forbes.
Agora, um dos donos da cervejaria ABInBev est� no caminho de ter em sua carteira de investimentos, na qual j� figuram empresas como Lojas Americanas, Burger King e Kraft Heinz, o maior grupo de educa��o b�sica do mundo em n�mero de alunos. Com as escolas da Cogna, a Eleva dever� atingir aproximadamente 120 mil estudantes.
A Eleva tem uma hist�ria marcada pelo apetite por aquisi��es. A empresa, que est� em processo de abertura de capital na B3, poder� ganhar mais musculatura para sair � frente na consolida��o desse mercado, que tem um faturamento anual na casa de R$ 70 bilh�es no Brasil, segundo dados da consultoria de educa��o Hoper.
Uma fonte pr�xima � companhia, que pediu anonimato, disse que a estrat�gia da Eleva ser� tomar a dianteira no setor "premium" de educa��o, aquele voltado �s classes mais altas e que cobra as mensalidades mais altas. O dinheiro do IPO deve ser usado para aquisi��es. A opera��o, programada para este ano e que prev� arrecadar R$ 1,5 bilh�o, ser� tocada pelos bancos Goldman Sachs, Ita� BBA e Morgan Stanley.
Pelo acordo entre Cogna e Eleva, ser�o vendidas 51 escolas de educa��o b�sica, entre elas o Col�gio pH, Centro Educacional Leonardo da Vinci, Col�gio Lato Sensu e Sigma, por exemplo. J� as marcas Anglo, pH, Par, Pit�goras, �tico, Maxi e Rede Crist� continuam sendo de propriedade da Cogna, mas a Eleva ter� direito de us�-las.
O presidente da consultoria Hoper, William Klein, aponta que a educa��o b�sica segue muito pulverizada no Brasil e tamb�m no mundo - isso porque esse tipo de ensino, ao contr�rio do superior, costuma ser provido pelo setor p�blico. "Essa consolida��o come�ou a surgir agora, cerca de dez anos depois do movimento do ensino superior", afirma.
Klein frisa que, com a tend�ncia de um n�mero maior de fam�lias matricularem os filhos no ensino particular, o mercado "premium" passou por fase de uma expans�o e abriu a oportunidade de consolida��o que agora come�a a sair do papel. De acordo com o especialista, em todo o mundo, h� poucos conglomerados educacionais que tenham mais de 50 mil alunos em educa��o b�sica.
A Eleva Educa��o foi criada em 2013, com o fundo Gera Capital. Nasceu da fus�o das redes de ensino Elite e Pensi. As aquisi��es de escolas prosseguiram nos anos posteriores. Al�m da Gera Capital e de Lemann, outro acionista relevante da Eleva � o fundo norte-americano Warburg Pincus.
A opera��o com a Cogna envolveu troca de ativos e ainda depende de aprova��o do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade). "A incorpora��o das escolas Saber (bra�o da Cogna) traz um crescimento mais r�pido para a companhia", diz a economista da Toro Investimentos, Paloma Brum. Segundo a analista, esse ganho de musculatura pode ajudar a inflar o valor da abertura de capital.
Educa��o no radar
O investimento na Eleva, contudo, n�o � a �nica atua��o de Jorge Paulo Lemann no campo da educa��o. Ele �, por exemplo, um dos mantenedores doadores da escola de neg�cios Insper. Desde o ano passado, a universidade tem a C�tedra Funda��o Lemann, que viabiliza a pesquisa acad�mica.
Al�m disso, desde os anos 1990, a Funda��o Estudar fornece bolsas para estudantes da rede p�blica. Alguns de seus ex-bolsistas seguiram carreira pol�tica - grupo que inclui a deputada federal T�bata Amaral (PDT-SP). Lemann, que h� tempos dedica parte do seu tempo ao setor, costuma dizer que a �nica alternativa para o futuro do Pa�s � o investimento em educa��o.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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