Ap�s reagir contra novas medidas de isolamento social tomadas por Estados e munic�pios e desafiar governadores a pagarem o novo aux�lio emergencial, o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, se reuniu no domingo, 28, com a c�pula do Congresso Nacional e ministros do governo no Pal�cio da Alvorada. O encontro n�o entrou na agenda oficial do presidente da Rep�blica.
O encontro serviu para o governo tra�ar um cen�rio sobre a pandemia de covid-19, que atingiu novos recordes di�rios e provocou fechamento de atividades econ�micas, e para "contar votos" da PEC emergencial no Senado, conforme o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado) apurou. A vota��o est� marcada para quarta-feira, 3, mas o governo foi avisado de que ser� preciso desidratar a proposta.
Estavam no encontro os presidentes da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e os ministros Paulo Guedes (Economia), Eduardo Pazuello (Sa�de), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil). Bolsonaro publicou uma foto com o grupo nas redes sociais.
Ap�s o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar que o Minist�rio da Sa�de pague por leito de UTI em S�o Paulo, Maranh�o e Bahia, Guedes apresentou dados ao presidente Jair Bolsonaro que mostram um crescimento de 70% da disponibilidade de caixa dos Estados com as transfer�ncias de recursos do governo federal para os governadores em 2020.
Pressionado pela piora da pandemia e o colapso do sistema de sa�de em v�rios locais do Brasil, a estrat�gia de comunica��o � refor�ar a tese de que governo federal "fez a sua parte" transferindo recursos para os governadores durante a pandemia da covid-19.
Os n�meros coletados pelo ministro da Economia apontam que os Estados fecharam 2020 com uma disponibilidade de caixa bruta de R$ 72,8 bilh�es maior (70%) do que em 2019. O dinheiro sobrando em caixa aumentou de R$ 104 bilh�es em 2019 para R$ R$ 177,3 bilh�es em 2020. O argumento da equipe do ministro Guedes � de que o super�vit prim�rio dos Estados em 2020 foi de R$ 42,9 bilh�es, enquanto o d�ficit federal foi de R$ 745 bilh�es.
Durante a pandemia, o governo calcula que a ajuda aos Estados e munic�pios somou R$ 179,9 bilh�es. A press�o dos governadores, no entanto, por mais recursos aumentou porque a pandemia atingiu o pior momento na semana passada.
Eles cobram mais recursos para abertura de leitos e urg�ncia para o in�cio da nova rodada do aux�lio emergencial que depende de aprova��o da PEC emergencial que tem medidas fiscais voltadas para a melhoria das contas da Uni�o, Estados e munic�pios no futuro.
Parlamentares e governo t�m sido criticados pela demora na concess�o do aux�lio diante do agravamento da pandemia. H� uma corrente forte no Congresso para aprovar a PEC s� com aux�lio, sem as medidas de contrapartida. A equipe econ�mica, por�m, diz que est� confiante que o cora��o da PEC ser� mantido, o que inclui os gatilhos (medidas de corte de despesas para serem acionados no futuro)
Rea��o �s medidas de isolamento
Em discursos recentes, Bolsonaro vem reagindo contra as novas medidas de isolamento e desafiando governadores a pagarem o aux�lio emergencial, em estudo pela equipe econ�mica. O discurso � que, desse jeito, haver� mais desemprego.
No Pal�cio da Alvorada, por�m, o chefe do Planalto foi cobrado para destravar o aux�lio e avan�ar no calend�rio de vacina��o contra a covid-19 para s� assim viabilizar uma reabertura mais consistente das atividades. "Em reuni�o, neste domingo, com o presidente Bolsonaro, com o presidente da C�mara, Arthur Lira, com os ministros Paulo Guedes, Eduardo Ramos, Pazuello e Braga Neto, reafirmei que � preciso mantermos o foco no atendimento aos doentes, na vacina e no aux�lio. Nada � mais importante", afirmou o presidente do Senado nas redes sociais ap�s a conversa.
Nesta segunda-feira, dia 1�, o relator da PEC emergencial, Marcio Bittar (MDB-AC), deve apresentar novas sugest�es de mudan�as aos l�deres partid�rios. Conforme o Broadcast Pol�tico revelou, o governo encaminhou uma sugest�o de mudan�a na PEC no s�bado, 27. Uma lista com cinco pontos menos essenciais foi enviada a l�deres partid�rios para viabilizar um acordo. Um deles � a desvincula��o de gastos com sa�de e educa��o, medida sepultada no Senado. Os senadores, por�m, avisaram que a proposta ter� de ser ainda mais desidratada.
A discuss�o no Alvorada ocorre no momento em que prefeitos e governadores anunciam medidas mais duras para conter o avan�o da covid-19, como fechamento de atividades n�o essenciais. Diversas cidades est�o com a capacidade de atendimento em UTIs esgotada. Neste domingo, a m�dia m�vel de mortes por covid-19 voltou a bater recorde no Pa�s e chegou a 1.208. O ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, reconheceu na quinta-feira, 25, que o Pa�s vive "nova etapa" da pandemia, que pode "surpreender" gestores.
O general voltou a sugerir que a explos�o de interna��es era imprevis�vel, apesar de alertas de especialistas sobre o impacto de aglomera��es e festas de fim de ano sobre a curva de contamina��es. Pazuello colocou ainda a culpa na variante brasileira do v�rus, afirmando que trata-se de muta��o tr�s vezes mais contagiosa, dado que � negado pelo pr�prio Minist�rio da Sa�de.
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