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Estado de Minas ECONOMIA

Mulheres s�o mais instru�das, mas ocupam apenas 37,4% dos cargos gerenciais


04/03/2021 17:26

Embora mais instru�das que os homens, as mulheres ainda t�m dificuldades de acessar cargos de chefia e ger�ncia no mercado de trabalho. No Brasil, apenas 37,4% dos cargos gerenciais existentes em 2019 eram ocupados por mulheres, segundo os dados do levantamento Estat�sticas de G�nero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

A desigualdade era ainda mais elevada entre os 20% dos trabalhadores com os maiores sal�rios. Nessa faixa de renda, as mulheres eram apenas 22,3% dos ocupados, enquanto os homens respondiam pelos demais 77,3%.

Segundo o IBGE, o dado revela que as mulheres est�o ainda mais sub-representadas em cargos gerenciais mais bem remunerados e com potencialmente mais responsabilidades.Em 2019, as mulheres receberam 77,7% do rendimento dos homens.

"As mulheres s�o mais instru�das que os homens. Ent�o a menor inser��o no mercado de trabalho n�o se deve � instru��o, porque � justamente o contr�rio", disse Bruno Mandelli Perez, pesquisador do IBGE.

Entre a popula��o com 25 anos ou mais de idade, 40,4% dos homens n�o tinham instru��o ou n�o conclu�ram o ensino fundamental. Essa propor��o foi menor entre as mulheres, 37,1%. Por outro lado, 19,4% da popula��o feminina com 25 anos ou mais j� tinha conclu�do o ensino superior, contra uma fatia de 15,1% entre os homens.

A �nica faixa et�ria em que havia mais homens com ensino superior do que mulheres � a mais avan�ada, de 65 anos ou mais, reflexo da dificuldade da inser��o do acesso feminino a institui��es de curso superior d�cadas atr�s.

A taxa ajustada de frequ�ncia escolar l�quida - que mostra a quantidade de pessoas que frequenta ou j� concluiu o n�vel de ensino adequado � faixa et�ria - mostra que as crian�as de ambos os sexos iniciam o ensino fundamental em propor��o semelhante, 95,8% deles na idade correta para sua etapa escolar.

No entanto, os rapazes v�o acumulando atrasos ao longo da vida escolar. Nos anos finais do ensino fundamental, a taxa de frequ�ncia escolar l�quida das mulheres era de 89,3%, enquanto a dos homens ca�a a 85,8%. No ensino m�dio, elas tinham taxa de 89,3%, contra um resultado deles de 66,7%. No ensino superior, 29,7% delas cumpriam essa etapa de instru��o na idade adequada, contra 21,5% deles.

O resultado, por�m, � bastante desigual quando considerada a cor ou ra�a do estudante. As mulheres pretas ou pardas entre 18 e 24 anos apresentavam uma taxa ajustada de frequ�ncia l�quida ao ensino superior de 22,3%, quase metade dos 40,9% registrados entre as brancas, al�m de inferior tamb�m � taxa verificada entre os homens brancos, de 30,5%. A menor taxa ajustada de frequ�ncia escolar l�quida foi a dos homens pretos ou pardos: 15,7%.

H� tamb�m barreiras em determinadas �reas do conhecimento, especialmente no acesso �s ci�ncias exatas e de produ��o. As mulheres correspondiam a apenas 13,3% das matr�culas nos cursos presenciais de gradua��o na �rea de Computa��o e Tecnologias da Informa��o e Comunica��o e 21,6% na �rea de Engenharia e profiss�es correlatas. Por outro lado, na �rea de bem-estar, que inclui cursos ligados ao cuidado, como Servi�o social, a participa��o feminina nas matr�culas foi de 88,3% em 2019.

Embora mais escolarizadas, as mulheres ainda s�o minoria entre os professores de n�vel superior de ensino, apenas 46,8% deles.

Afazeres dom�sticos e falta de creches

A presen�a de crian�as nos lares brasileiros reduz significativamente a participa��o da mulher no mercado de trabalho, segundo IBGE. A situa��o � um indicativo da necessidade de pol�ticas p�blicas voltadas para a amplia��o do n�mero de vagas em creches no Pa�s.

"Existe uma rela��o entre uma menor participa��o das mulheres no mercado de trabalho e uma maior participa��o das mulheres no trabalho menos produtivo, os afazeres dom�sticos e cuidados de pessoas", apontou Andr� Geraldo de Moraes Sim�es, pesquisador do IBGE.

Entre as mulheres de 25 a 49 anos de idade com crian�as com at� 3 anos de idade vivendo na mesma casa, apenas 54,6% estavam ocupadas em 2019. Entre as que n�o viviam com crian�as pequenas, 67,2% delas trabalhavam.

"Isso est� relacionado a pol�ticas p�blicas, pol�ticas de expans�o de creches, para que essas crian�as possam ir para a creche", defendeu Sim�es.

A situa��o � mais grave entre as mulheres negras: apenas 49,7% das mulheres pretas ou pardas com crian�as de at� tr�s anos de idade em casa estavam trabalhando, enquanto que essa propor��o subia a 62,6% entre as mulheres brancas. Se consideradas mulheres sem crian�as pequenas em casa, 63,0% nas negras trabalhavam, enquanto essa fatia subia a 72,8% entre as brancas.

A diferen�a entre as mulheres negras e brancas estaria ligada � renda e � falta de acesso a creches p�blicas. As mulheres com renda mais elevada tendem a terceirizar os afazeres dom�sticos e cuidados de parentes, contratando profissionais ou pagando creches privadas, enquanto que as negras s�o mais sobrecarregadas com esse tipo de trabalho dom�stico na pr�pria casa, explicou o pesquisador Sim�es.

Entre os homens de 25 a 49 anos com crian�as at� 3 anos de vida em casa, 89,2% trabalhavam fora de casa. Entre os que n�o viviam com crian�as pequenas, 83,4% trabalhavam.

Em 2019, as mulheres dedicaram 21,4 horas semanais aos cuidados de pessoas ou afazeres dom�sticos, quase o dobro de tempo que os homens, que despendiam apenas 11,0 horas semanais com esse tipo de trabalho n�o remunerado.

As mulheres pretas ou pardas gastavam 22,0 horas semanais envolvidas com os cuidados de pessoas e os afazeres dom�sticos, ante 20,7 horas para mulheres brancas.


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