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Estado de Minas ECONOMIA

Produ��o de ve�culos recua 3,5% em fevereiro ante fevereiro/2020, diz Anfavea


05/03/2021 12:37

Com o ritmo reduzido pela falta de pe�as, a produ��o das montadoras caiu 3,5% no m�s passado na compara��o com o mesmo per�odo de 2020. Entre carros de passeio, utilit�rios leves, caminh�es e �nibus, 197 mil ve�culos foram montados em fevereiro, o volume mais baixo dos �ltimos sete meses.

Divulgado nesta sexta-feira pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras instaladas no Pa�s, o resultado tamb�m corresponde ao pior fevereiro na atividade do setor desde 2016, quando a ind�stria automotiva produziu 144,3 mil ve�culos no segundo m�s do ano.

Frente a janeiro, a produ��o caiu 1,3%, levando o volume acumulado no primeiro bimestre para 396,7 mil unidades, praticamente no mesmo n�vel (alta de 0,2%) dos dois primeiros meses do ano passado.

O desempenho reflete a dificuldade de abastecimento de pe�as nas linhas, agravada agora pela escassez global de componentes eletr�nicos, junto com o fim da produ��o da Ford no Pa�s, anunciado em janeiro.

No m�s passado, al�m da folga dada por diversas montadoras na semana do carnaval, a falta de eletr�nicos interrompeu entre os dias 5 e 12 a produ��o da Honda em Sumar�, no interior de S�o Paulo - parada que volta a acontecer no local nestes dez primeiros dias de mar�o. A Renault tamb�m perdeu tr�s dias de produ��o no Paran� devido ao atraso de um navio que trazia pe�as da �sia e n�o conseguiu janela para atracar no porto de Paranagu� (PR). A montadora pretende compensar futuramente.

O estoque de ve�culos nos p�tios de f�bricas e concession�rias fechou fevereiro em n�vel baixo, suficiente para apenas 18 dias de venda, mesmo patamar do fim de janeiro.

Como faltam alguns modelos nas concession�rias, as vendas de fevereiro tiveram queda de 16,7% na compara��o com o segundo m�s de 2020, para 167,4 mil ve�culos. Foi o pior fevereiro em vendas desde 2018. Ante janeiro, a queda dos emplacamentos foi de 2,2%, informou a Anfavea, que come�ou o ano prevendo crescimento de 15% do mercado em 2021.

Nos dois primeiros meses do ano, as vendas de ve�culos tiveram queda de 14,2%, para 338,5 mil unidades na soma de todos os segmentos.

J� as exporta��es, um total de 33,1 mil ve�culos no m�s passado, ca�ram 12,2% ante fevereiro de 2020. Na compara��o com janeiro, os embarques, que t�m a Argentina como principal destino, subiram 32%. Nos dois primeiros meses do ano, as montadoras exportaram 58,1 mil ve�culos, 0,2% a menos do que o total do primeiro bimestre do ano passado.

O levantamento da Anfavea mostra ainda a abertura de 1,3 mil vagas de trabalho nas montadoras em fevereiro, boa parte em contrata��es tempor�rias na ind�stria de caminh�es. O setor fechou o m�s empregando 104,7 mil pessoas, 1,2% a mais do que em janeiro.

Assim como j� tinha ocorrido na divulga��o do m�s passado, a Anfavea segue sem apresentar os resultados das f�bricas de tratores agr�colas e m�quinas de constru��o. Em raz�o do desligamento da John Deere da associa��o, a entidade est� revendo toda a s�rie estat�stica deste setor.

Desafios

A Anfavea informou que a falta de componentes eletr�nicos adicionou complexidade ao desabastecimento das linhas de montagem e inviabiliza uma solu��o r�pida do quadro de insufici�ncia de insumos que limita a produ��o do setor.

"Vamos ter bastante emo��o na produ��o at� o fim do ano", comentou o presidente da associa��o, Luiz Carlos Moraes, acrescentando que, assim como acontece no mundo, a escassez de componentes eletr�nicos seguir� afetando a oferta de modelos, como consequ�ncia o mercado, tamb�m no Brasil.

"A situa��o dos semicondutores chips usados em circuitos eletr�nicos � mais complexa. N�o vemos solu��es de curto prazo", acrescentou o executivo. "Semicondutores � o que mais tira o sono das montadoras no Brasil e fora do Brasil."

Tendo em vista o quadro de pandemia, que impede o funcionamento normal das f�bricas, e a indisponibilidade de componentes - incluindo ainda a�o, pl�stico e borracha -, al�m de dificuldades relacionadas ao desarranjo na log�stica, com altera��es de rotas mar�timas que geram atrasos de navios e insufici�ncia de cont�ineres, Moraes fez uma avalia��o positiva da produ��o de fevereiro. "Apesar das dificuldades, estamos conseguindo produzir e atender o mercado", afirmou Moraes.

Segundo o presidente da Anfavea, o risco de novas interrup��es de produ��o na ind�stria de ve�culos � "permanente", j� que nem todos fornecedores conseguem produzir na mesma velocidade.

Moraes afirmou ainda que, al�m da crise de oferta de produtos e desarranjo na log�stica, a pandemia causou desorganiza��o dos pre�os relativos da economia, dada a valoriza��o r�pida das commodities, com press�o sobre custos. "Em algum momento, isso tem que ser repassado ao consumidor", observou o representante da ind�stria de autom�veis, ap�s apresentar indicadores p�blicos que mostram, em um ano, aumento de 61% no pre�o do a�o e de 68% de resinas.

Pandemia

A dire��o da Anfavea descartou hoje uma paralisa��o geral das montadoras, como aconteceu em abril do ano passado, em virtude do endurecimento das restri��es nos Estados - incluindo S�o Paulo, onde a quarentena vai fechar concession�rias de carros nas pr�ximas duas semanas.

A posi��o transmitida nesta sexta-feira pela associa��o, durante entrevista coletiva � imprensa, � de que os protocolos de preven��o cumpridos pela ind�stria fazem das f�bricas um local seguro. O risco de novas paradas segue sendo "permanente", por�m em fun��o da falta de componentes que impede o funcionamento regular das linhas de montagem. "

"Vemos menos risco dentro das f�bricas do que em outros lugares Trabalhamos com padr�o de excel�ncia nos cuidados sanit�rios", comentou Luiz Carlos Moraes.

Antes de lembrar que as montadoras v�m tomando uma s�rie de cuidados - como o transporte de funcion�rios em �nibus fretados e abertura de novos turnos de trabalho para evitar aglomera��es no ch�o de f�brica -, Moraes salientou que o setor nunca subestimou a gravidade e consequ�ncias da pandemia, tamb�m antecipando, j� em agosto, o risco de uma segunda onda.

Por esse motivo, observou Moraes, a Anfavea divulgou em janeiro proje��es consideradas conservadoras sobre o desempenho da ind�stria de autom�veis. Os progn�sticos, que incluem a expectativa de alta de 15% das vendas ap�s o tombo de 2020, foram mantidos hoje.

O presidente da associa��o das montadoras lamentou que muitos dos receios considerados quando as proje��es estavam sendo finalizadas est�o sendo agora confirmados, citando como exemplo o risco de recess�o t�cnica no primeiro semestre, a press�o inflacion�ria, o aumento do risco-pa�s, a eleva��o de custos de produ��o e a volatilidade cambial.

Moraes aproveitou para cobrar uma acelera��o do programa de vacina��o, �nica forma, segundo ele, de o Pa�s promover o retorno da economia a "n�veis aceit�veis".

"A gente precisa ter uma meta ambiciosa de imuniza��o, com um sistema estruturado e todos trabalhando na mesma dire��o", frisou o presidente da Anfavea, entidade que aderiu ao "Unidos pela Vacina", o movimento liderado pela empres�ria Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, que une esfor�os na iniciativa privada para dar respaldo ao avan�o mais r�pido do programa nacional de imuniza��o.

Durante a entrevista, Moraes considerou que a crise sanit�ria chegou a uma situa��o de caos, com piora em indicadores de contamina��es, �bitos e ocupa��o de leitos em hospitais. "Infelizmente, estamos deixando brasileiros para tr�s."

Ele observou que, como a vacina��o n�o evolui na velocidade desejada, o Brasil voltou ter a necessidade de gastar com aux�lio emergencial para socorrer popula��es vulner�veis. "� melhor vacinar do que gastar com abono e outras medidas emergenciais", assinalou Moraes.


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