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Estado de Minas ECONOMIA

'No Assa�, foi uma decis�o n�o ir para o e-commerce', afirma Belmiro Gomes


10/03/2021 09:45

O aparente atraso do Assa� no e-commerce � uma decis�o consciente da varejista, e n�o impediu o forte crescimento das receitas da companhia inclusive no ano de 2020, marcado pela pandemia e pela explos�o das vendas online no Pa�s. Quem defende a tese � Belmiro Gomes, presidente da varejista, que acaba de ser separada do GPA, dono do P�o de A��car, ap�s mais de uma d�cada de uni�o.

A separa��o, por�m, j� existia dentro da empresa. "Talvez tenha sido a �ltima etapa", diz ele sobre a cis�o completa do Assa� e do GPA. Segundo ele, a separa��o era uma demanda do mercado financeiro. "Eu escutei isso v�rias vezes. 'Teu neg�cio vai bem e tudo, mas junto eu estou comprando risco do hipermercado'."

O mercado avalia que seria um desafio para o Assa� entrar no digital. Como est� o processo?

Um dos primeiros temas que desenvolvi na concorr�ncia, nos anos 90, foi o software de automa��o de venda online dos representantes. No caso do Assa�, foi uma decis�o n�o ir para e-commerce. No ano passado, o que se vendeu em todas as empresas de e-commerce no Brasil foi menor que o nosso crescimento. Boa parte do com�rcio vai ser afetada pelo online, mas o que � verdade para o bem dur�vel n�o necessariamente ser� para o alimento. Voc� compra uma caixa de som que custa R$ 500 e pesa um quilo, o site lhe cobra R$ 10 para entregar. Se voc� comprar quatro quilos de a��car a R$ 10, e algu�m cobrar R$ 10 para entregar, � injusto.

Podemos esperar o e-commerce do Assa� na venda direta para outros com�rcios?

Cerca de 3% da nossa venda � feita de forma direta para cliente B2B. Ainda n�o demos visibilidade porque � uma ferramenta de relacionamento direto, de televendas. Essa opera��o na concorr�ncia sempre existiu, o que h� � uma roupagem nova para dizer que � digital. Antes, t�nhamos quem fazia dentro do grupo. Vamos avan�ar no e-commerce para o consumidor final, mas em parceria com empresas, (como) Ifood, Rappi. Entrar no e-commerce n�o fazia sentido. �ramos uma empresa de 30% de crescimento ao ano.

A decis�o de separar Assa� de GPA foi do controlador?

Na pr�tica, sempre fomos separados do GPA. Estamos na Zona Leste, o GPA na Brigadeiro (Lu�s Ant�nio). Consolid�vamos resultado, mas o n�vel de integra��o era pequeno, e o Assa� se tornou maior sem se alavancar nem usar caixa do GPA. Do ponto de vista interno, n�o fazia sentido estar debaixo do GPA. No mercado financeiro, os investidores olhavam e falavam: 'eu n�o quero comprar com o multivarejo, eu quero investir no segmento de atacarejo'.

Voc� ouvia isso de analistas?

Escutei isso v�rias vezes. 'Teu neg�cio vai bem e tudo, mas junto eu estou comprando risco do hipermercado, do P�o de A��car'. Identificou-se uma oportunidade de destravar valor.

E por que mantiveram o atacarejo independente do GPA antes mesmo da cis�o?

Foi condi��o. Coordenei a compra da concorr�ncia (Atacad�o) por outra companhia (Carrefour). A ideia era juntar, mas quando se fez um estudo, as sinergias projetadas viraram alergias. Quando me convidaram para ficar (no Atacad�o), definimos uma pol�tica chamada Muro de Berlim. Quando fui convidado para o Assa�, a condi��o para eu vir foi a separa��o.

Existem limita��es por seguir com o mesmo controlador do GPA, o Casino?

A cis�o � mais vis�vel fora que dentro da companhia. T�nhamos junto �reas que n�o faziam sentido separar, como negocia��o com bancos. E, ao longo dos 10 anos, n�o tive problemas com o Casino. O Assa� saiu de um faturamento de R$ 3 bilh�es, em 2010, para R$ 39,3 bilh�es.

Qual a vis�o para este ano?

A perspectiva era de melhora, e n�o de piora da pandemia como estamos vendo. Estamos em um cen�rio de baixa visibilidade. � poss�vel que daqui tr�s ou quatro meses haja melhora com a vacina��o, mas tamb�m � poss�vel que haja uma nova cepa. A vantagem do formato alimentar � que � resiliente.

Mas parte dos alimentos n�o � cotada em d�lar?

Compramos no mercado nacional, n�o corremos risco de importa��o. Mas vai ter impacto nos micro e pequenos empreendedores. Infelizmente, o f�lego que tiveram ano passado n�o deve se repetir. Por outro lado, por sermos um modelo de baixo custo, continuamos atraindo o consumidor final. Em janeiro, a diferen�a de crescimento entre o atacarejo e outros segmentos alimentares aumentou. Sabemos que vamos sofrer, mas vamos sofrer menos.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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