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Estado de Minas ECONOMIA

BC se v� for�ado a elevar juros na crise por causa da acelera��o da infla��o


15/03/2021 13:00

A acelera��o do aumento de pre�os colocou o Banco Central (BC) numa situa��o dif�cil: elevar a taxa de juros em plena crise econ�mica e piora da pandemia da covid-19. Em um gr�fico, as tend�ncias de infla��o, em alta, e da varia��o do PIB, em queda, mostram, no jarg�o de mercado, uma boca de jacar� se abrindo. Essa � uma situa��o de extrema anormalidade em que atividade econ�mica e infla��o est�o em sentidos opostos. A eleva��o dos juros pode dificultar ainda mais a retomada da economia.

A decis�o desta semana ser� o primeiro teste e, tudo indica, o mais dif�cil para o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e sua equipe. No m�s passado, o Congresso aprovou a autonomia do Banco Central, com a justificativa de garantir a condu��o da pol�tica de juros sem press�es pol�ticas.

Com a infla��o em alta, em um ritmo de 5,2% ao ano, a expectativa � que o BC comece agora a desarmar essa bomba rel�gio para barrar o risco de descontrole de pre�os, sobretudo em 2022. Ser� a revers�o de um per�odo longo de queda de juros, que levou a taxa Selic (os juros b�sicos) ao patamar hist�rico de 2% ao ano. A aposta do mercado � de uma eleva��o de 0,50 ponto porcentual na reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) dos dias 16 e 17 (leia mais na p�g. B3).

A perspectiva de a economia entrar em recess�o, no segundo trimestre, num quadro de recrudescimento da pandemia, combinado com medidas de isolamento, s� amplia o desconforto com a medida.

A infla��o ficou ainda mais pressionada nos �ltimos tempos por iniciativas do pr�prio governo. A cota��o do d�lar subiu com os sinais contradit�rios na economia dados pelo presidente Jair Bolsonaro, como a interven��o na Petrobras, a tentativa de flexibilizar o teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas) e a articula��o para desidratar as medidas de corte de gastos da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do aux�lio emergencial.

O resultado: mais press�o sobre a infla��o, a ponto de Campos Neto ter entrado nas negocia��es pol�ticas para impedir uma derrota geral na vota��o, o que complicaria ainda mais o trabalho do BC na condu��o da pol�tica monet�ria (calibrar a taxa b�sica de juros, a Selic, para o controle da infla��o).

"� um sinal de desequil�brio ter essa bomba rel�gio de infla��o alta com uma queda do PIB j� contratada", diz Silvia Matos, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Funda��o Getulio Vargas.

Com a infla��o em 12 meses se aproximando de 7% em abril, desemprego e PIB negativo, a economia vive uma situa��o de estagfla��o (combina��o de economia parada com pre�os em alta). "Esse � o drama para o BC. E n�o sabemos quanto pior pode ficar a atividade econ�mica por causa da pandemia. � uma das piores combina��es", diz ela, que n�o descarta a consolida��o de um quadro recessivo em 2021, mais grave do que a estagfla��o. Al�m disso, a renda da popula��o caiu com a fragilidade do mercado de trabalho.

Nas contas do ex-secret�rio de Pol�tica Econ�mica, Jos� Roberto Mendon�a de Barros, desde setembro vem se formando um ac�mulo de press�es inflacion�rias, que come�ou a partir dos alimentos, mas que n�o foram levadas devidamente a s�rio nem pelo Minist�rio da Economia nem pelo BC.

Acelera��o

A mudan�a foi muito r�pida. Em julho do ano passado, diz Mendon�a de Barros, a infla��o estava abaixo de 2%. Em setembro come�ou a aumentar e terminou 2020 acima de 4%. "� uma acelera��o extraordin�ria", diz. S� no m�s passado subiu 0,86% - a maior taxa desde 2016.

Para Jos� J�lio Senna, chefe do Centro de Estudos Monet�rios do Ibre, a alta da infla��o � muito preocupante e o BC n�o pode facilitar. "Se dermos mole nesse campo, vamos continuar com os problemas que j� temos e acrescentar mais um."

Ele ressalta que, no campo das commodities (produtos b�sicos como gr�os, petr�leo e min�rio de ferro), j� houve alta de 10% em janeiro e mais 7% em fevereiro. As mat�rias-primas, afirma, j� acumulam eleva��o de 75% em 12 meses. "Estamos vivendo repasses reprimidos", enfatiza o economista. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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