Em sua 237� reuni�o, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 2,75% a.a.
A atualiza��o do cen�rio b�sico do Copom pode ser descrita com as seguintes observa��es:
No cen�rio externo, novos est�mulos fiscais em alguns pa�ses desenvolvidos, unidos ao avan�o da implementa��o dos programas de imuniza��o contra a covid-19, devem promover uma recupera��o mais robusta da atividade ao longo do ano. A presen�a de ociosidade, assim como a comunica��o dos principais bancos centrais, sugere que os est�mulos monet�rios ter�o longa dura��o. Contudo, questionamentos dos mercados a respeito de riscos inflacion�rios nessas economias t�m produzido uma reprecifica��o nos ativos financeiros, o que pode tornar o ambiente desafiador para economias emergentes;
Em rela��o � atividade econ�mica brasileira, indicadores recentes, em particular a divulga��o do PIB do quarto trimestre, continuaram indicando recupera��o consistente da economia, a despeito da redu��o dos programas de recomposi��o de renda. Essas leituras, entretanto, ainda n�o contemplam os poss�veis efeitos do recente aumento no n�mero de casos de covid-19. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o primeiro e segundo trimestres deste ano;
A continuidade da recente eleva��o no pre�o de commodities internacionais em moeda local tem afetado a infla��o corrente e causou eleva��o adicional das proje��es para os pr�ximos meses, especialmente atrav�s de seus efeitos sobre os pre�os dos combust�veis. Apesar da press�o inflacion�ria de curto prazo se revelar mais forte e persistente que o esperado, o Comit� mant�m o diagn�stico de que os choques atuais s�o tempor�rios, mas segue atento � sua evolu��o;
As diversas medidas de infla��o subjacente apresentam-se em n�veis acima do intervalo compat�vel com o cumprimento da meta para a infla��o;
As expectativas de infla��o para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6%, 3,5% e 3,25%, respectivamente; e
No cen�rio b�sico, com trajet�ria para a taxa de juros extra�da da pesquisa Focus e taxa de c�mbio partindo de R$5,70/US$*, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as proje��es de infla��o do Copom situam-se em torno de 5,0% para 2021 e 3,5% para 2022. Esse cen�rio sup�e trajet�ria de juros que se eleva para 4,50% a.a. neste ano e para 5,50% a.a. em 2022. Nesse cen�rio, as proje��es para a infla��o de pre�os administrados s�o de 9,5% para 2021 e 4,4% para 2022.
O Comit� ressalta que, em seu cen�rio b�sico para a infla��o, permanecem fatores de risco em ambas as dire��es.
Por um lado, o agravamento da pandemia pode atrasar o processo de recupera��o econ�mica, produzindo trajet�ria de infla��o abaixo do esperado.
Por outro lado, um prolongamento das pol�ticas fiscais de resposta � pandemia que piore a trajet�ria fiscal do pa�s, ou frustra��es em rela��o � continuidade das reformas, podem elevar os pr�mios de risco. O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balan�o de riscos, ou seja, com trajet�rias para a infla��o acima do projetado no horizonte relevante para a pol�tica monet�ria.
O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necess�rios na economia brasileira � essencial para permitir a recupera��o sustent�vel da economia. O Comit� ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e altera��es de car�ter permanente no processo de ajuste das contas p�blicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.
Considerando o cen�rio b�sico, o balan�o de riscos e o amplo conjunto de informa��es dispon�veis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa b�sica de juros em 0,75 ponto porcentual, para 2,75% a.a. O Comit� entende que essa decis�o reflete seu cen�rio b�sico e um balan�o de riscos de vari�ncia maior do que a usual para a infla��o prospectiva e � compat�vel com a converg�ncia da infla��o para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calend�rio de 2021 e, principalmente, o de 2022.
Os membros do Copom consideram que o cen�rio atual j� n�o prescreve um grau de est�mulo extraordin�rio. O PIB encerrou 2020 com crescimento forte na margem, recuperando a maior parte da queda observada no primeiro semestre, e as expectativas de infla��o passaram a se situar acima da meta no horizonte relevante de pol�tica monet�ria. Adicionalmente, houve eleva��o das proje��es de infla��o para n�veis pr�ximos ao limite superior da meta em 2021.
Por conseguinte, o Copom decidiu iniciar um processo de normaliza��o parcial, reduzindo o grau extraordin�rio do est�mulo monet�rio. Por todos os fatores enumerados anteriormente, o Comit� julgou adequado um ajuste de 0,75 ponto porcentual na taxa Selic. Na avalia��o do Comit�, uma estrat�gia de ajuste mais c�lere do grau de est�mulo tem como benef�cio reduzir a probabilidade de n�o cumprimento da meta para a infla��o deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos. Al�m disso, o amplo conjunto de informa��es dispon�veis para o Copom sugere que essa estrat�gia � compat�vel com o cumprimento da meta em 2022, mesmo em um cen�rio de aumento tempor�rio do isolamento social.
Para a pr�xima reuni�o, a menos de uma mudan�a significativa nas proje��es de infla��o ou no balan�o de riscos, o Comit� antev� a continua��o do processo de normaliza��o parcial do est�mulo monet�rio com outro ajuste da mesma magnitude. O Copom ressalta que essa vis�o para a pr�xima reuni�o continuar� dependendo da evolu��o da atividade econ�mica, do balan�o de riscos, e das proje��es e expectativas de infla��o.
Votaram por essa decis�o os seguintes membros do Comit�: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, Jo�o Manoel Pinho de Mello, Maur�cio Costa de Moura, Ot�vio Ribeiro Damaso e Paulo S�rgio Neves de Souza.
*Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cota��o m�dia da taxa de c�mbio R$/US$ observada nos cinco dias �teis encerrados no �ltimo dia da semana anterior � da reuni�o do Copom.
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