Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) em oito Estados j� pressionam as chefias estaduais e a dire��o do �rg�o pelo adiamento do Censo Demogr�fico, previsto para ir a campo a partir de agosto de 2021. Diante do agravamento da pandemia do novo coronav�rus no Pa�s, os trabalhadores defendem que o levantamento seja transferido para 2022.
O movimento come�ou em fevereiro no Rio Grande do Sul, quando coordenadores de �rea do Estado amea�aram uma entrega coletiva de cargos, atrav�s de reuni�es por videoconfer�ncia e em cartas � dire��o, caso a presid�ncia do �rg�o mantivesse a o cronograma atual do censo.
Servidores na Bahia, Maranh�o, Roraima, Paran�, S�o Paulo, Para�ba e Goi�s tamb�m encaminharam �s chefias estaduais e � dire��o do IBGE pedidos pelo adiamento do censo, segundo o sindicato nacional de funcion�rios do instituto, o Assibge.
Em plen�ria nacional realizada remotamente pelo sindicato no �ltimo fim de semana de fevereiro, os servidores votaram por aderir ao pleito de adiamento do Censo Demogr�fico para o ano que vem.
"No pa�s, vive-se a pior situa��o enfrentada desde o in�cio desta emerg�ncia sanit�ria. Hoje, enfrentamos um colapso no sistema de sa�de em praticamente todo o territ�rio nacional, com leitos hospitalares lotados - al�m de uma fila de espera enorme para atendimento - e com d�ficit de profissionais e de recursos para atender �s demandas dos enfermos. Como se n�o bastasse, est�o sendo descobertas novas variantes do v�rus, mais transmiss�veis, aumentando exponencialmente o perigo de infec��o da popula��o. Segundo especialistas, o ritmo da vacina��o e a disponibilidade insuficiente das doses nos pr�ximos meses tamb�m n�o contribuem para um cen�rio otimista para este ano, nem mesmo no seu 2� semestre. � cada vez mais evidente que encaramos circunst�ncias muito mais dif�ceis neste ano do que no anterior (2020)", diz a carta enviada pelos servidores � chefia estadual do IBGE em Goi�s.
O sindicato denuncia que servidores do �rg�o receberam da dire��o como equipamento de prote��o contra a covid-19 apenas m�scaras de tecido, que consideram inadequadas para o trabalho de campo. Segundo a executiva nacional do Assibge, uma pesquisa respondida por 246 coordenadores em 25 estados mostrou que 82% deles recha�am a realiza��o do Censo Demogr�fico em meio � pandemia.
"O Censo Demogr�fico precisa e deve ser realizado, mas n�o agora, n�o em meio � pandemia que marcar� esta gera��o pelos milhares de mortes que j� ocorreram e que, infelizmente, ainda v�o ocorrer. O IBGE n�o pode se colocar na posi��o de potencializador de tal cat�strofe", completa a carta de Goi�s, que tem conte�do semelhante �s escritas pelos servidores das demais unidades estaduais.
No in�cio de mar�o, o IBGE teve que suspender a realiza��o de um teste de coleta em campo do Censo Demogr�fico que faria no munic�pio Engenheiro Paulo de Frontin, no estado do Rio de Janeiro. A prefeitura local comunicou ao �rg�o que teria que impor medidas restritivas para combater a dissemina��o do novo coronav�rus na cidade.
O IBGE encerrou na semana passada as inscri��es de um processo seletivo para preencher 204.307 vagas tempor�rias de recenseadores e agentes censit�rios para trabalhar na organiza��o e na coleta do Censo Demogr�fico 2021. O levantamento, que j� enfrentou cortes or�ament�rios, deveria ter ocorrido no ano passado, mas acabou adiado em fun��o da pandemia. O concurso aberto em 2020 foi cancelado e o dinheiro das inscri��es, devolvido.
Os contratados no novo processo seletivo devem visitar todos os cerca de 71 milh�es de lares brasileiros, entre agosto e outubro deste ano, nos 5.570 munic�pios do Pa�s. O IBGE espera que mais de dois milh�es de pessoas se inscrevam no processo seletivo, que ter� provas objetivas aplicadas presencialmente no dia 18 de abril para as vagas de agentes censit�rios, e no dia 25 de abril para os recenseadores.
Quando ainda era preparado, o Censo Demogr�fico foi or�ado pela equipe t�cnica do IBGE em mais de R$ 3 bilh�es, mas a presidente do �rg�o, Susana Cordeiro Guerra, anunciou em 2019 que faria o levantamento com R$ 2,3 bilh�es. Em meio �s restri��es or�ament�rias, o �rg�o decidiu que o question�rio b�sico do Censo seria reduzido de 37 perguntas previstas na vers�o piloto para 26. J� o question�rio mais completo, que � aplicado numa amostra que equivale a 10% dos domic�lios, encolheu de 112 para 77 perguntas.
Com o adiamento em 2020, o governo federal enxugou para R$ 2 bilh�es o valor destinado ao censo no or�amento deste ano enviado ao congresso.
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