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Estado de Minas ECONOMIA

'� preciso credibilidade para reacender os investimentos'


23/03/2021 13:03

O Brasil precisa executar uma s�rie de reformas estruturais, como a tribut�ria e administrativa, para pavimentar um caminho para o crescimento econ�mico e atra��o de investimentos. No entanto, dado o contexto vivido hoje no Pa�s, com a piora dr�stica da pandemia, neste momento a vacina��o da popula��o se torna a grande prioridade, deixando o resto como secund�rio, afirma o presidente da Telef�nica Brasil, dona da marca Vivo, Christian Gebara. "Esse deveria ser o foco", afirma. Para o executivo, o Brasil � um foco natural de investimentos para empresas de todo o mundo, mas � necess�rio criar condi��es para isso. "E isso � credibilidade fiscal, credibilidade de realiza��o de reformas, credibilidade de vacina��o", diz.

O Brasil atravessa um per�odo de grande dificuldade econ�mica. O que pode ser feito neste momento para garantir o crescimento do Pa�s?

A reforma tribut�ria � fundamental. No nosso caso espec�fico, � preciso considerar que o Pa�s precisa de digitaliza��o, para ser acess�vel para as pessoas e para que as empresas tenham f�lego para seguir investindo em um Pa�s de dimens�es continentais. Para isso, � preciso uma vis�o de que n�o se pode tributar excessivamente as telecomunica��es e tamb�m enxergar o setor como um ve�culo de infraestrutura essencial para o desenvolvimento do Brasil. Esse � o primeiro passo. Mas tamb�m s�o importantes todos os tipos de reformas que possam ajudar a ativar a economia, que depende do consumo. No momento em que as pessoas perdem o poder aquisitivo, quando o desemprego sobe, o impacto � imediato no consumo de servi�os. Todas as iniciativas para reativar a economia s�o essenciais para o nosso setor. Nosso setor, por um lado, � o viabilizador desse desenvolvimento econ�mico, por meio da digitaliza��o, mas ele precisa do consumo para continuar investindo... Al�m da reforma tribut�ria, a reforma administrativa � um vetor de dinamiza��o da economia que tamb�m � necess�rio. Todo tema de crescimento econ�mico que venha atrav�s de privatiza��es e outros est�mulos que possam ser feitos pelo governo com certeza n�s apoiamos e somos otimistas sobre o que isso pode trazer.

Al�m das reformas, o que mais pode ser feito para uma retomada mais r�pida?

A vacina��o � o ponto principal. Todo o resto come�a a ficar secund�rio, tendo em vista o problema que estamos enfrentando agora. Deveria ser o foco. Acredito que temos agora boas not�cias de novos laborat�rios e fornecedores de vacinas. O Brasil tem uma capacidade reconhecida de log�stica para a vacina��o. Acho que esse � o principal caminho para nossa volta. Essas not�cias recentes de lockdown t�m um impacto direto em nosso neg�cio, impacto direto na seguran�a dos nossos colaboradores, impacto direto no �nimo de todo mundo. A vacina��o � a �nica sa�da que temos neste momento frente � pandemia. Acreditamos que temos de trabalhar nesse sentido. Estamos acompanhando a evolu��o de outros pa�ses com avan�os da vacina��o, e a resposta est� a�. Os Estados Unidos est�o evoluindo, com uma queda mais acentuada dos cont�gios e das mortes e um in�cio de reativa��o mais r�pida da economia deles. Esse movimento de fechamento do com�rcio, das escolas, n�o � ben�fico para nossos servi�os. N�o temos o interesse que as pessoas fiquem em casa para se conectar mais. Quanto mais a economia volta, mais o �nimo de investimento das empresas reacende, os empregos crescem e o consumo cresce na mesma propor��o.

Como o sr. avalia a condu��o do governo no combate � pandemia?

A sa�da da pandemia e da crise sanit�ria passa pela vacina��o em um curso acelerado em todo o pa�s. H� esfor�os nesse sentido, mas temos enorme senso de urg�ncia e somos milh�es de brasileiros. Al�m disso, todas as medidas de prote��o e preven��o requerem uma pol�tica �nica, de total alinhamento entre os n�veis federal, estadual e municipal.

Qual foi o impacto da pandemia nos planos da empresa?

Tivemos uma acelera��o de trajetos. Temos um pilar que chamamos "Tem tudo na Vivo", para que o cliente enxergue a Vivo como uma parceira tecnol�gica que vai al�m das telecomunica��es. Queremos que, por meio da empresa, o cliente resolva toda a sua vida tecnol�gica. E isso se relaciona com nosso prop�sito. Digitalizar para aproximar significa criar conex�o, criar digitaliza��o, mas tamb�m distribuir servi�os digitais, se relacionar digitalmente com esse cliente. Essas duas vertentes a pandemia nos fez acelerar. Distribuir servi�os digitais, temos os de entretenimento, como o Netflix, Amazon Prime, Disney Plus e v�rios outros, aceleramos v�rias parcerias. Em servi�os financeiros, lan�amos o Vivo Money, que � uma plataforma de empr�stimos para as pessoas. Estamos agora, com estudos bem avan�ados, de ter o servi�o de sa�de. A telemedicina a gente j� acreditava que era o futuro, mas a pandemia fez as pessoas enxergarem a telemedicina como algo mais real, concreto e necess�rio. Ent�o, estamos trabalhando, por causa da pandemia, de maneira mais acelerada para criar alguns servi�os em sa�de.

Isso seria por meio de uma parceria?

Sim, mas n�o temos nada fechado.

O que est� por tr�s dessa estrat�gia?

� a ideia de que voc� tem tudo na Vivo. Aproveitando a capilaridade que temos, no canal f�sico e no online. A base de clientes, o relacionamento que eles t�m com a Vivo, eles est�o constantemente em contato com a nossa empresa. A for�a da marca. E, finalmente, o poder de cobrar esses clientes. Temos clientes que n�o t�m cart�o de cr�dito, ent�o a fatura da Vivo � um meio de pagamento que temos de explorar. Nos servi�os financeiros, estamos estudando criar uma carteira Vivo. Os clientes j� colocam dinheiro para usarem em servi�os de celular pr�-pago. Por que n�o colocariam para comprar outras coisas, j� que eles j� t�m esse relacionamento? Essa � outra �rea que estamos acelerando depois da pandemia. Havia os planos, mas eles v�o acelerando. E educa��o, a gente gostaria de criar parcerias em educa��o. Fizemos muitas coisas com universidades, com planos para os estudantes que iriam estudar remotamente, mas ser� que n�o dever�amos avan�ar tamb�m numa jun��o de um plano com conte�do educativo?

A tecnologia 5G tem sido apontada como fundamental para acelerar os servi�os digitais no Pa�s. Qu�o pr�ximo estamos de implantar essa tecnologia?

O edital saiu da Anatel e vai passar para o TCU. Ainda n�o sabemos os valores das obriga��es que v�o estar relacionadas com o leil�o. O volume das frequ�ncias que v�o ser leiloadas, na experi�ncia que temos, � o adequado, v�o usar frequ�ncias prop�cias para o 5G. O ecossistema do 5G ainda � muito limitado de aparelhos - n�o � que o 5G esteja ocorrendo em todos os lugares do mundo... A grande mudan�a que o 5G vai trazer � uma diminui��o da lat�ncia, as respostas ser�o imediatas ao comando, o que gera uma nova gama de servi�os, de internet das coisas, que � a grande mudan�a que vai existir, de as coisas poderem ser conectadas. Isso ainda est� evoluindo. Considerando que teremos um leil�o nos pr�ximos meses, espero que esse leil�o n�o seja arrecadat�rio, mas que se tenha obriga��es que ajudem na digitaliza��o do Pa�s, que os pre�os sejam razo�veis e permitam que as empresas invistam no Brasil. Mas, para isso, n�o podemos ter uma carga tribut�ria t�o alta. E a regulamenta��o do setor precisa ser mais favor�vel para que possamos avan�ar na digitaliza��o.

H� interesse de investimento estrangeiro no Brasil?

N�s acabamos de assinar a constitui��o de uma empresa de fibra, como um parceiro internacional, um dos maiores fundos de infraestrutura do mundo, o CDPQ (canadense). Isso vai permitir que a Vivo construa uma rede de fibra neutra, independente, que vai permitir chegar em mais cidades, e tamb�m que outras operadoras utilizem essa via. Isso vai permitir criar concorr�ncia, a digitaliza��o de mais cidades e essas cidades digitalizadas incrementam tamb�m a atividade econ�mica. Como o CDPQ, h� v�rios grupos que querem entrar em um Pa�s como o Brasil, tamanho continental, car�ncia de infraestrutura, mercado consumidor t�o grande. S�o condi��es que temos de criar no Brasil, para que empresas como essa, ou mesmo empres�rios locais, tenham vontade de investir. Mas � importante que a vontade de investir no Pa�s das empresas que aqui est�o, e as que ainda n�o est�o, seja reacendida. E isso � credibilidade fiscal, credibilidade de realiza��o de reformas, credibilidade de vacina��o. O Brasil � um destino natural de investimentos.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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